Theresa Catharina de Góes Campos

  SOBRE A MORTE DAS PESSOAS QUERIDAS


A morte faz parte da existência humana. Mas a VIDA é imortal.



Foi muito bom saber que você compreendeu as minhas palavras, porque foram sinceras e verdadeiras, quanto às perdas avassaladoras com que a vida nos vai golpeando, no tempo escolhido por Deus.

O nosso Criador também nos dá inumeráveis bênçãos e alegrias, que precisamos reconhecer, para que possamos vivê-las, contentes e agradecidos.

Em nosso caminho, nada é fácil. Mas vale a pena caminhar, aprendendo a coragem para vivenciar todos os momentos.

Precisamos aceitar a morte das pessoas queridas ! Afinal, não somos habitantes eternos neste mundo material, nesta vida física tão limitada e frágil.

Por que ficarmos revoltados?

Então a morte acontece apenas com os outros? Por quê? Somente os outros podem morrer? Ficar doentes? Ter acidentes, serem vítimas de crimes, guerras, etc.?

Quando papai adoeceu de câncer (primeira vez que ele ficou doente!), tinha 79 anos de idade...e sua avó, 71 anos. Graças a Deus, jamais tinham passado pela dor insuportável de perder um filho. E eram um casal unido e feliz há tantas décadas!

Quatro anos depois, papai morreu, em 02 de fevereiro de 2000. Mamãe e papai iam completar 56 anos de matrimônio. E tivemos Fernando José até 18 de junho de 2007, quando ele faleceu aos 61 anos.

Acredito que a dor sentida por mamãe (as dores insuportáveis, por amor e por quem gera a vida ), ficou tão imensa e dolorida que a fez adoecer, ainda que involuntariamente, e ela não teve a força necessária para superar tudo isso e continuar vivendo, ainda que ela não quisesse se separar das filhas e dos netos.

Entretanto, não podemos esquecer que mamãe viveu 82 anos! Quantos morreram muito tempo antes! Não viram os filhos crescerem! Perderam o marido ou a esposa muito jovens! Morreram no desespero e no desamparo, em total solidão!

É preciso reconhecer que ela foi abençoadíssima...e nós também, muito abençoados, com a vida de mamãe e a nossa vida, ao redor.

Não podemos nem devemos ficar revoltados. Tristíssimos, sim, porque não nos falta amor, nem saudade, nem sensibilidade, somos gratos, humanos, amorosos. Chorar, sim, revoltados, não! Ou essa revolta nos fará adoecer, por ser um sentimento ruim, muito injusto para com Deus que nos deu a vida terrena e nos pode tirá-la a qualquer momento, porque a vida é d´Ele, não é nossa. O tempo é de Deus, não é nosso. A nós cabe VIVER da melhor maneira possível o TEMPO QUE ELE NOS CONCEDE, segundo o Seu Plano Divino.

Theresa Catharina de Góes Campos
São Paulo, junho de 2008
 

Jornalismo com ética e solidariedade.