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SOBRE A MORTE DAS PESSOAS QUERIDAS
A morte faz parte da existência humana. Mas a VIDA é imortal.
Foi muito bom saber que você compreendeu as minhas palavras,
porque foram sinceras e verdadeiras, quanto às perdas
avassaladoras com que a vida nos vai golpeando, no tempo
escolhido por Deus.
O nosso Criador também nos dá inumeráveis bênçãos e alegrias,
que precisamos reconhecer, para que possamos vivê-las, contentes
e agradecidos.
Em nosso caminho, nada é fácil. Mas vale a pena caminhar,
aprendendo a coragem para vivenciar todos os momentos.
Precisamos aceitar a morte das pessoas queridas ! Afinal, não
somos habitantes eternos neste mundo material, nesta vida física
tão limitada e frágil.
Por que ficarmos revoltados?
Então a morte acontece apenas com os outros? Por quê? Somente os
outros podem morrer? Ficar doentes? Ter acidentes, serem vítimas
de crimes, guerras, etc.?
Quando papai adoeceu de câncer (primeira vez que ele ficou
doente!), tinha 79 anos de idade...e sua avó, 71 anos. Graças a
Deus, jamais tinham passado pela dor insuportável de perder um
filho. E eram um casal unido e feliz há tantas décadas!
Quatro anos depois, papai morreu, em 02 de fevereiro de 2000.
Mamãe e papai iam completar 56 anos de matrimônio. E tivemos
Fernando José até 18 de junho de 2007, quando ele faleceu aos 61
anos.
Acredito que a dor sentida por mamãe (as dores insuportáveis,
por amor e por quem gera a vida ), ficou tão imensa e dolorida
que a fez adoecer, ainda que involuntariamente, e ela não teve a
força necessária para superar tudo isso e continuar vivendo,
ainda que ela não quisesse se separar das filhas e dos netos.
Entretanto, não podemos esquecer que mamãe viveu 82 anos!
Quantos morreram muito tempo antes! Não viram os filhos
crescerem! Perderam o marido ou a esposa muito jovens! Morreram
no desespero e no desamparo, em total solidão!
É preciso reconhecer que ela foi abençoadíssima...e nós também,
muito abençoados, com a vida de mamãe e a nossa vida, ao redor.
Não podemos nem devemos ficar revoltados. Tristíssimos, sim,
porque não nos falta amor, nem saudade, nem sensibilidade, somos
gratos, humanos, amorosos. Chorar, sim, revoltados, não! Ou essa
revolta nos fará adoecer, por ser um sentimento ruim, muito
injusto para com Deus que nos deu a vida terrena e nos pode
tirá-la a qualquer momento, porque a vida é d´Ele, não é nossa.
O tempo é de Deus, não é nosso. A nós cabe VIVER da melhor
maneira possível o TEMPO QUE ELE NOS CONCEDE, segundo o Seu
Plano Divino.
Theresa Catharina de Góes Campos
São Paulo, junho de 2008 |
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