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BEM QUE EINSTEIN
DISSE...
Tereza Halliday – Artesã
de Textos
1 - Entra século, sai
século e os terráqueos
continuam achando
justificativas nobres
para destruir seu
semelhante com tiros,
bombas,
venenos. Conseguem alta
produção de mortos,
vivos estropiados,
pirados, famintos, sem
casa e doentes. A isto
chamam guerra, na qual
se especializam em nome
de Deus ou dos mais
altos interesses das
nações.
2 - Projeto de lei
municipal propõe
aumentar o número de
decibéis
permitido dentro de
igrejas evangélicas.
Antigamente eram
chamadas
“protestantes”, porque
seu ancestral, Martinho
Lutero, protestou
contra os desmandos da
Igreja Católica, da qual
era monge. Queria
vê-la reformada e mais
fiel aos ensinamentos de
Jesus. Não conseguiu.
Novas igrejas inspiradas
por ele também
“aprontaram”. Que pena,
Lutero!
O inditoso projeto em
prol de mais barulho nos
lugares de culto
evangélico beneficiará
também templos
católicos, igualmente
soltos na
buraqueira do excesso de
som. Alguns católicos
lamentam a zoeira nas
Missas. Outros acham
normal e se aliam a seus
irmãos evangélicos na
crença de que Deus sofre
de deficiência auditiva.
Ambos os grupos
talvez sintam
necessidade imperiosa de
consumir música
religiosa com
frenesi. Que dirão os
psicoterapeutas?
3 – No calçadão da Av.
Boa Viagem, fizeram
vários canteiros de
coqueiros com um dos
ângulos do quadrado de
cimento adentrando a
passarela demarcada para
caminhantes e
corredores. É tropeço na
certa,
frequentemente seguido
de queda. Mais uma vez
pensam a beleza dos
detalhes e esquecem da
função. Aquele obstáculo
pontudo no meio do
caminho é como se um
sádico sentado por ali,
estendesse a perna para
ver o transeunte cair.
4 – Mulheres de todas as
estaturas aderem a
sapatos estreitos, de
saltos finos e tão altos
que, não raro, os pés
ficam na vertical. Os
homens foram
condicionados a babar
com as pernas femininas
assim
suspensas, os designers
de calçados recolhem os
royalties e os
ortopedistas aguardam a
vez de comer quietos com
o lucro dos problemas
de coluna, dores,
joanetes e outras
doenças que as
“elegantes’ semeiam
e colhem, até mesmo
antes da terceira idade.
Cito apenas quatro dos
milhares de exemplos
desta constatação de
Albert Einstein: “Duas
coisas são infinitas: o
universo e a estupidez
humana. Mas eu não tenho
certeza quanto ao
universo”.
(Diário de Pernambuco,
18/07/2011, p.a-11)
Tereza Lúcia Halliday,
Ph.D.
Artesã de Textos
www.terezahalliday.com |
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