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Zumbi dos
Palmares
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A palavra Zumbi, ou Zambi, vem do africano
quimbundo "nzumbi", e significa, grosso modo,
"duende". No Brasil, Zumbi significa fantasma
que, segundo a crença popular afro-brasileira,
vagueia pelas casas a altas horas da noite;
1 Histórico
2 Cronologia
3 Tributo
4 Referências bibliográficas
5 Ver também
6 Ligações externas
Histórico
O Quilombo dos Palmares (localizado na atual
região de União dos Palmares , Alagoas) era uma
comunidade auto-sustentável, um reino (ou
república na visão de alguns) formado por
escravos negros que haviam escapado das fazendas
brasileiras. Ele ocupava uma área próxima ao
tamanho de Portugal e situava-se onde era o
interior da Bahia, hoje estado de Alagoas.
Naquele momento sua população alcançava por
volta de trinta mil pessoas.
Zumbi nasceu livre em Palmares, Pernambuco, no
ano de 1655, mas foi capturado e entregue a um
missionário português quando tinha
aproximadamente seis anos. Batizado "Francisco",
Zumbi recebeu os sacramentos, aprendeu português
e latim, e ajudava diariamente na celebração da
missa. Apesar das tentativas de torná-lo
"civilizado", Zumbi escapou em 1670 e, com
quinze anos, retornou ao seu local de origem.
Zumbi se tornou conhecido pela sua destreza e
astúcia na luta e já era um estrategista militar
respeitável quando chegou aos vinte e poucos
anos.
Por volta de 1678, o governador da Capitania de
Pernambuco cansado do longo conflito com o
quilombo de Palmares, se aproximou do líder de
Palmares, Ganga Zumba, com uma oferta de paz.
Foi oferecida a liberdade para todos os escravos
fugidos se o quilombo se submetesse à autoridade
da Coroa Portuguesa; a proposta foi aceita. Mas
Zumbi olhava os portugueses com desconfiança.
Ele se recusou a aceitar a liberdade para as
pessoas do quilombo enquanto outros negros eram
escravizados. Ele rejeitou a proposta do
governador e desafiou a liderança de Ganga
Zumba. Prometendo continuar a resistência contra
a opressão portuguesa, Zumbi torna-se o novo
líder do quilombo de Palmares.
Quinze anos após Zumbi ter assumido a liderança,
o bandeirante paulista Domingos Jorge Velho foi
chamado para organizar a invasão do quilombo. Em
6 de fevereiro de 1694 a capital de Palmares foi
destruída e Zumbi ferido.
Apesar de ter sobrevivido, foi traído por
Antonio Soares.
Zumbi é surpreendido pelo cap. Furtado de
Mendonça em seu reduto (talvez a Serra Dois
Irmãos).
Apunhalado, resiste, mas é morto com 20
guerreiros quase dois anos após a batalha, em 20
de novembro de 1695.
Teve a cabeça cortada, salgada e levada ao
governador Melo e Castro. Em Recife, a cabeça
foi exposta em praça pública, visando desmentir
a crença da população sobre a lenda da
imortalidade de Zumbi.
Em 14 de março de 1696 o governador de
Pernambuco Caetano de Melo e Castro escreveu ao
Rei: "Determinei que pusessem sua cabeça em um
poste no lugar mais público desta praça, para
satisfazer os ofendidos e justamente queixosos e
atemorizar os negros que supersticiosamente
julgavam Zumbi um imortal, para que entendessem
que esta empresa acabava de todo com os
Palmares."
Zumbi é hoje, para a população brasileira, um
símbolo de resistência. Em 1995, a data de sua
morte foi adotada como o dia da Consciência
Negra.
É também um dos nomes mais importantes da
Capoeira.[ carece de fontes?]
Cronologia
Mais ou menos em 1600: negros fugidos do
trabalho escravo nos engenhos de açúcar, onde
hoje são os estados de Pernambuco e Alagoas no
Brasil, fundam na serra da Barriga o Quilombo
dos Palmares. Os quilombos, eram povoados de
resistência, seguiam os moldes organizacionais
da república e recebiam escravos fugidos da
opressão e tirania. Para muitos era a terra
prometida, um lugar para fugir da escravidão. A
população de Palmares em pouco tempo já contava
com mais de 3 mil habitantes. As principais
funções dos quilombos eram a subsistência e a
proteção dos seus habitantes, e eram
constantemente atacados por exércitos e
milícias.
1630: Começam as invasões holandesas no nordeste
brasileiro. O que desorganiza a produção
açucareira e facilita as fugas dos escravos. Em
1644, houve uma grande tentativa holandesa de
aniquilar com o quilombo de Palmares, que como
nas investidas portuguesas anteriores, foi
repelida pelas defesas dos quilombolas.
1654: Os portugueses expulsam os holandeses do
nordeste brasileiro.
1655: Nasce Zumbi, num dos mocambos de Palmares,
neto da princesa Aqualtune.
Por volta de 1662 (data não confirmada): Criança
ainda, Zumbi é aprisionado por soldados
portugueses e levado a Porto Calvo, onde é
"dado" ao padre jesuíta António Melo. Este o
batizou com o nome de Francisco. Zumbi passou a
ajudar nas missas e estudar português e latim.
1670: Zumbi aos quinze anos de idade foge e
regressa a Palmares. Neste mesmo ano de 1670,
Ganga Zumba, filho da Princesa Aqualtune, tio de
Zumbi, assume a chefia do quilombo, então com
mais de trinta mil habitantes.
1675: Na luta contra os soldados portugueses
comandados pelo Sargento-mor Manuel Lopes, Zumbi
revela-se grande guerreiro e organizador
militar. Neste ano, a tropa portuguesa comandada
pelo Sargento-mor Manuel Lopes, depois de uma
batalha sangrenta, ocupa um mocambo com mais de
mil choupanas. Depois de uma retirada de cinco
meses, os negros contra-atacam, entre eles Zumbi
com apenas vinte anos de idade, e após um
combate feroz, Manuel Lopes é obrigado a se
retirar para Recife. Palmares se estendia então
da margem esquerda do São Francisco até o Cabo
de Santo Agostinho e tinha mais de duzentos
quilômetros de extensão, era uma república com
uma rede de onze mocambos, que se assemelhavam
as cidades muradas medievais da europa, mas no
lugar das pedras haviam paliçadas de madeira. O
principal mocambo, o que foi fundado pelo
primeiro grupo de escravos foragidos, ficava na
Serra da Barriga e levava o nome de Cerca do
Macaco. Duas ruas espaçosas com umas 1500
choupanas e uns oito mil habitantes. Amaro,
outro mocambo, tem 5 mil. E há outros, como
Sucupira, Tabocas, Zumbi, Osenga, Acotirene,
Danbrapanga, Sabalangá, Andalaquituche.
1678: A Pedro de Almeida, governador da
capitania de Pernambuco, mais interessava a
submissão do que a destruição de Palmares, após
inúmeros ataques com a destruição e incêndios de
mocambos, eles eram reconstruídos, e passou a
ser economicamente desinteressante, os
habitantes dos mocambos faziam esteiras,
vassouras, chapéus, cestos e leques com a palha
das palmeiras. E extraiam óleo da noz de palma,
as vestimentas eram feitas das cascas de algumas
árvores, produziam manteiga de coco, plantavam
milho, mandioca, legumes, feijão e cana e
comercializavam seus produtos com pequenas
povoações vizinhas, de brancos e mestiços. Sendo
assim o governador propôs ao chefe Ganga Zumba a
paz e a alforria para todos os quilombolas de
Palmares. Ganga Zumba aceita, mas Zumbi é
contra, não admite que uns negros sejam libertos
e outros continuem escravos. Além do mais eles
tinham suas próprias Leis e Crenças e teriam que
abrir mão de sua cultura.
1680: Zumbi assume o lugar de Ganga Zumba em
Palmares e comanda a resistência contra as
tropas portuguesas. Ganga Zumba morre
assassinado com veneno.
1694: Domingos Jorge Velho e Bernardo Vieira de
Melo comandam o ataque final contra a Cerca do
Macaco, principal mocambo de Palmares e onde
Zumbi nasceu, cercada com três paliçadas cada
uma defendida por mais de 200 homens armados,
após 94 anos de resistência, sucumbiu ao
exército português, e embora ferido, Zumbi
consegue fugir.
1695, 20 de Novembro: Zumbi foi traído e
denunciado por um antigo companheiro, ele é
localizado, preso e degolado aos 40 anos de
idade. Zumbí ou "Eis o Espírito", virou uma
lenda e foi amplamente citado pelos
abolicionistas como herói e mártir.
Tributo
Atualmente, o dia 20 de novembro, feriado em
mais de 200 cidades brasileiras, é celebrado
como Dia da Consciência Negra. O dia tem um
significado especial para os negros brasileiros
que reverenciam Zumbi como o herói que lutou
pela liberdade e como um símbolo de liberdade.
Hilda Dias dos Santos incentivou a criação do
Memorial Zumbi dos Palmares. |
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