|
|
|
|
De:
REYNALDO FERREIRA
Data: 19 de janeiro de 2012 06:35
Assunto: Comentário: O Espião Que Sabia
Demais
Para: theresa.files@gmail.com
Repassando: Comentário sobre o filme "O
Espião Que Sabia Demais", de Tomas
Alfredon, (****), em exibição em todo o
país.
O ESPIÃO QUE SABIA DEMAIS
Um dos mais credenciados – 11 indicações
- a receber o prêmio anual da British
Academy Film (Bafta), o Espião Que Sabia
Demais, de Tomas Alfredson, destaca-se
pela exemplar adaptação da obra
literária, em que se baseia o roteiro,
por uma linha de direção fria e
silenciosa, mas magistral, e
principalmente pela soberba
interpretação de um elenco composto por
atores de primeira grandeza da cena
britânica contemporânea.
O roteiro, de Bridget O´Connor e Peter
Straughan, baseado no romance de
espionagem Tinker, Taylor, Soldier, Spy
(1974), de John Le Carré, o primeiro da
Karla Trilogy, tem como protagonista o
taciturno agente da inteligência
inglesa, George Smiley (Gary Oldman).
Embora aposentado, ele é chamado para
identificar o espião, de codinome
“Gerald”, que, nos tempos da Guerra
Fria, Moscou plantou no topo do “Circus”,
o mais alto escalão do Secret
Intelligence Service (SIS).
Sob suspeita, são colocados cinco
agentes, que recebem os codinomes de
Funileiro (Tinker), Alfaiate (Taylor),
Soldado (Soldier) e Espião (Spy), nomes
esses tomados de uma antiga canção
infantil da tradição inglesa. O filme,
estruturado como a obra de Carré, em
flashbacks, se inicia, em 1973, quando
Control (John Hurt), chefe do “Circus”,
envia o agente Jim Prideaux (Mark Strong)
a Budapeste a fim de se encontrar com um
general húngaro, que se dispunha a lhe
fornecer importantes informações.
Como a operação resulta num grande
fracasso, Prideaux se torna prisioneiro
dos soviéticos. Por sua vez, Control e
seu braço-direito, Smiley, que haviam
elaborado o plano, são forçados a se
aposentar. Relegado ao ostracismo, o
primeiro, nesse meio tempo, morre. Mas,
como a sexualidade é arma poderosa no
mundo da espionagem, o agente Rick Tarr
(Tom Hardy) seduz a mulher de um agente
russo e, por meio dela, descobre que a
operação de Prideaux fracassara, não por
haver sido mal planejada, mas por causa
da existência de um agente duplo no “Circus”.
Tarr alerta, nesse sentido, o seu
superior Peter Guillam (Benedict
Cumberbatch), que, de imediato, relata o
fato a Oliver Lacon (Simon McBurney),
substituto de Control na chefia do
Serviço de Inteligência. A primeira
providência tomada por Lacon é a de
convocar Smiley para voltar a atuar.
Ambos terão de investigar os atuais
integrantes do “Circus”, presidido por
Percy Alleline (Toby Jones) e integrado
por Bill Hayden (Collin Firth), Roy
Bland (Ciarán Hinds) e Toby Esterhase
(David Dencik).
Para narrar com brilhantismo, como o
fez, essa labiríntica investigação,
repleta de entremeios duvidosos, o sueco
Tomas Alfredson parece ter-se inspirado
na linguagem do grande cineasta
britânico Carol Reed (1906-1976), que se
especializou em adaptações de obras
literárias com protagonistas complexos,
como O Terceiro Homem (1949). Alfredson,
detalhista ao extremo, busca, pela
definição dos enquadramentos e pela
pontuação da música de Alberto Iglesias,
expor os fatos de maneira fria, mas
objetiva e contundente. As personagens,
de acordo com as suas marcações, se
movimentam como se fossem peças de um
jogo de xadrez.
Gary Oldman está todo em Smiley,
co-vivenciando com ele os seus atos. A
princípio, quando Lacon convida Smiley a
atuar novamente, ele recusa o convite,
afirmando: Eu não pertenço mais à
família. O ator, ao proferir essa frase,
cria, entretanto, com uma sutileza
excepcional, a personagem em quem
depois, na ação, vai encarnar-se. E
quanto mais Smiley se enfronha na
investigação, mais Oldman se introduz no
contexto de sua vida. É assim a
verdadeira arte de representar.O mesmo
se pode dizer certamente de John Hurt,
como Control, de Benedict Cumberbatch,
como Peter Guillam, de Toby Jones, como
Percy Alleline, de Tom Hardy, como Rick
Tarr, de Mark Strong, como Prideaux, e
de, naturalmente, Collin Firth como Bill
Hayden.
REYNALDO DOMINGOS FERREIRA
ROTEIRO, Brasília, Revista
www.theresacatharinacampos.com
www.arteculturanews.com
www.noticiasculturais.com
www.politicaparapoliticos.com.br
www.cafenapolitica.com.br
FICHA TÉCNICA
O ESPIÃO QUE SABIA DEMAIS
TINKER, TAYLOR, SOLDIER, SPY
Reino Unido, França, 2011
Duração – 127 minutos
Direção – Tomas Alfredson
Roteiro – Bridget O´Connor e Peter
Straughn, baseado no romance Tinker,
Taylor, Soldier, Spy, de John Le Carré
Produção – Tim Bevan, Eric Fellner,
Robyn Slovo
Fotografia – Hoyte van Hoytema
Trilha Sonora – Alberto Iglesias
Edição – Dino Jonsäter
Elenco – Gary Oldman (George Smiley),
Collin Firth (Bill Hayden), Tom Hardy
(Rick Tarr), John Hurt (Control), Toby
Jones (Percy Alleline), Mark Strong (Jim
Prideaux), Benedict Cumberbatch (Peter
Guillam), Ciarán Hinds (Roy Bland),
David Dencik (Toby Esterhase). |
|
|
|