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FIJ cobrará da ONU medidas para combater
violência contra jornalistas
A Federação Internacional dos
Jornalistas (FIJ) cobrará da ONU a
tomada de iniciativas contra os governos
dos países mais perigosos para o
exercício do Jornalismo. A adoção de tal
medida foi reforçada no Seminário
Internacional Jornalismo e Direitos
Humanos, realizado dias 20 e 21 de
janeiro, no Catar. Este apelo está
relacionado com a publicação da lista
anual da FIJ de violências contra os
jornalistas. Segundo o levantamento da
entidade, 106 trabalhadores de
comunicação foram assassinados ou
morreram de forma violenta no decorrer
de 2011. Seis jornalistas brasileiros
constam na lista.
“Uma delegação internacional dos
jornalistas levará os nossos pleitos à
sede da ONU, em Nova York, nos próximos
dias”, conta o presidente da FENAJ e da
Federação dos Jornalistas da América
Latina e Caribe (FEPALC), Celso
Schröder, que participou do Seminário no
Catar. Tal seminário contou com
dirigentes sindicais dos jornalistas e
organizações de defesa dos direitos
humanos da América Latina, Europa e
África.
O objetivo da ida da delegação
internacional à ONU é evidenciar e
reforçar o debate sobre os direitos
humanos dos jornalistas em todo o mundo.
Em carta já enviada ao secretário geral
da ONU, o presidente da FIJ, Jim
Boumelha, cobra providências eficazes
internacionais para combater a
impunidade para os crimes contra
jornalistas.
"Somos forçados a perceber que a
violência letal contra profissionais da
mídia não se devem somente aos conflitos
que têm lugar em todo o mundo, mas se
relacionam muito mais com ciclos
regulares de perseguição dos jornalistas
que se dedicam ao seu trabalho e são
assassinados pelos inimigos da liberdade
de imprensa ", sustenta o presidente da
FIJ na carta enviada à ONU. "Quando os
governos se recusam a reconhecer ou não
mostram interesse em enfrentar esta
tendência assassina que transforma
jornalistas em objetivos, é nosso dever
e das Nações Unidas recordar a sua
obligação de proteger os jornalistas ",
reforça o documento.
A lista da FIJ de violências contra
jornalistas referente a 2011 confirma
que os jornalistas são uma parte
essencial das vítimas principais da
violência nos conflitos armados, das
tensões étnicas e religiosas e dos
levantes políticos que têm se instalado
em diversos países nos últimos meses. Os
profissionais dos meios se expõem a
sérios riscos, muitas vezes com
consequências trágicas, quando cobrem
conflitos em frentes como o Paquistão,
no mundo árabe ou mesmo quando cobrem a
repressão da criminalidade em lugares
onde existe uma anarquia, como no
México.
Segundo a lista, elaborada em cooperação
com o Instituto Internacional para a
Segurança da Notícia (INSI, em Inglês) ,
106 jornalistas e trabalhadores de
comunicação foram mortos em 2011,
superando os 94 casos identificados em
2010. No ano passado outros 20
profissionais de comunicação faleceram
em acidentes ou incidentes causados por
desastres naturais.
A região mais perigosa para o exercício
do Jornalismo em 2011, segundo o
relatório FIJ/INSI, foi o Oriente Médio
e o mundo árabe, com o registro de 32
assassinatos de profissionais de
imprensa. O Iraque foi o recordista
nesta área, com 11 mortes de
profissionais de imporensa registradas.
No rol de países mais violentos para o
exercício do Jornalismo constam o
Iraque, Paquistão e México, com 11 casos
de morte de profissionais de imprensa em
cada um deles, Filipinas, Líbia e Iêmen
com, 6 casos cada um, Honduras e India,
com o registro de 5 casos em cada um.
Constam do relatório de violências
contra jornalistas da FIJ/INSI,
referente a 2011, os profissionais de
comunicação brasileiros Luciano Leitão
Pedrosa (Metro FM e TV Vitória),
Edinaldo Figueira (O Serrano), Vanderlei
Canuto Leandro (Rádio Fronteira), Gelson
Domingos da Silva (TV Bandeirantes) e
Valério Nascimento (Panorama Geral).
Para acesso à lista com todos os
registros de mortes de profissionais de
comunicação em 2011, clique aqui.
( FENAJ - Federação Nacional dos
Jornalistas ) |
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