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De: Sae Ikari
Data: 27 de janeiro de 2012 11:05
Assunto: violação de mala em Guarulhos
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Grupo furta bagagens no aeroporto de
Cumbica
11 de janeiro de 2012 | 23h10 | Tweet
este PostCategoria: Geral, Polícia
FABIANO NUNES
A Polícia Civil do Aeroporto
Internacional de São Paulo, em
Guarulhos,
na região metropolitana, montou uma
operação para investigar o furto
de bagagens na chegada dos voos ao
aeroporto. É apurada a participação
de funcionários de companhias aéreas e
de empresas terceirizadas que
prestam serviço de transporte de malas
entre a pista e o setor de
desembarque.
Só no ano passado foram registrados
1.249 furtos em Cumbica. Uma média
de 113 casos por mês, que inclui todos
os crimes dessa natureza
ocorridos no terminal. A polícia não
forneceu os números específicos
dos furtos no desembarque. Em julho de
2011 quatro funcionários de
empresas terceirizadas foram presos
acusados de participar do esquema.
Na casa deles, segundo a polícia, foram
localizadas mercadorias
furtadas. Mas a “Operação Bagagem”
investiga outros funcionários.
Em dezembro, a delegacia do aeroporto
registrou, em só um voo, vindo
da Espanha, 25 boletins de ocorrência de
malas violadas. “Nossa maior
dificuldade é saber onde ocorreu o
crime: no embarque ou durante o
desembarque”, explicou a delegada
Larissa Caldara Prado de Andrade.
Segundo ela, em Cumbica, os grupos agem
em pontos onde não há
monitoramento por câmeras. “Eles
aproveitam para furtar dentro do
carrinho que leva a mala da aeronave
para o terminal. Mas também agem
dentro do porão do avião, onde não há
monitoramento.”
O ataque é rápido e conhecido como
“cesariana”. O funcionário usa uma
caneta para abrir o zíper da mala. “Com
essa técnica, eles não deixam
vestígios de arrombamento, pois
conseguem depois fechar a mala como se
nada tivesse acontecido”, detalha a
delegada. Um vídeo no site You
Tube mostra como o ataque é feito. “O
melhor é verificar seus objetos
após retirar a bagagem na esteira”,
recomenda a delegada. “Mas o
passageiro deve fazer de tudo para
dificultar a violação. Usar
cadeado, lacre da empresa aérea e mesmo
envolver a bagagem com um
plástico protetor, pode fazer com que o
criminoso evite atacar. Pois
ele não demora muito para furtar.”
O técnico de alimentos Eder Azevedo, de
28 anos, que trabalha para uma
construtora em Angola, decidiu
“envelopar” suas bagagens com um
plástico, antes de embarcar em Cumbica,
para evitar furtos.
“Anteontem, quando cheguei de Caracas
(Venezuela), recebi minha mala
sem o cadeado e uma parte dela
danificada. Não tive tempo de abrir. Só
vou descobrir se algo foi furtado quando
chegar em Angola. Mas nesta
mala só tem roupas”, relatou.
Segundo a Polícia Civil, os voos mais
visados são os vindos de Miami,
nos Estados Unidos, e Buenos Aires, na
Argentina. “Os voos com conexão
também são bastante atacados. No momento
em que os funcionários
transferem a bagagem de um avião para
outro. E o pior é que o
passageiro só vai saber que foi furtado
quando chega em seu destino”
disse a delegada.
O presidente do sindicato dos
aeroviários de São Paulo, Reginaldo
Alves de Souza, disse que já houve casos
também no Aeroporto de
Congonhas, na zona sul da capital. Até
novembro foram registrados 299
furtos no local, 27 por mês. “Pedimos
para que as empresas façam uma
triagem dos antecedentes criminais dos
funcionários”, disse o
sindicalista. Segundo ele, cerca de 8
mil funcionários trabalham nas
pistas dos aeroportos de Cumbica e
Congonhas. “O ideal é que as
empresas sejam mais rigorosas na saída
do funcionário do aeroporto”,
pediu Souza.
A Polícia Civil disse que o próximo
passo será identificar como os
produtos furtados saem do aeroporto. “Os
funcionários que trabalham na
pista passam por um raio X quando saem
do turno. Ainda não temos ideia
de como tiram os objetos do aeroporto”,
disse a delegada. “Uma
possibilidade é que utilizem carros
autorizados a entrar na pista para
sair do aeroporto com os objetos”, diz.
Passageiro deve verificar malas
A TAM disse que em caso de violação,
danos ou extravio com a bagagem,
o passageiro deve procurar um de seus
funcionários antes de deixar a
sala de desembarque. De acordo com a
empresa, dessa maneira fica
caracterizado que o problema ocorreu
dentro do aeroporto. Segundo o
procedimento da companhia, o funcionário
deve registrar a ocorrência
através de um relatório de
irregularidade de bagagem (RIB). A TAM
diz
que caso a mala ou objeto não sejam
encontrados num prazo de 24 horas
após a abertura do relatório, a
companhia oferece o auxílio
emergencial.
O prazo para indenização é de 30 dias,
conforme o Código Brasileiro de
Aeronáutica (CBA), para os casos de
irregularidades. Para os casos de
bagagem extraviada, a companhia tem 30
dias para realizar as buscas e
a partir do 31.º dia deve enviar a
proposta de indenização para o
passageiro.
A indenização da mala ou do objeto do
cliente é baseada em legislações
vigentes, de acordo com a viagem
realizada: nas domésticas, o código
vigente é o CBA; nas internacionais, o
que vale é a Convenção de
Montreal. De acordo com a Agência
Nacional de Aviação Civil (Anac), a
convenção restringe a responsabilidade
da empresa aérea em US$ 20
(cerca de R$ 36) por quilo de bagagem
extraviada.
A TAM ressaltou que qualquer tipo de
queixa deve ser feita no ato do
desembarque. A empresa não se
responsabiliza por reclamações
posteriores. A companhia recomenda ao
passageiro levar dinheiros,
joias, objetos frágeis e artigos
eletrônicos como bagagem de mão. A
TAM informou ainda que trabalha com as
autoridades para minimizar os
casos de violação de bagagens.
A Gol também recomendou a verificação da
bagagem no desembarque.
Segundo a empresa, a não manifestação de
irregularidades neste momento
pressupõe que a bagagem está em
perfeitas condições. A companhia
destacou que em caso de indenizações
também segue a legislação. As
empresas não comentaram casos
específicos de furtos. |
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