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FENAJ DIVULGA NOTA OFICIAL SOBRE
DOIS JORNALISTAS ASSASSINADOS
NOTA OFICIAL
13/02/2012 | 17:48
Dois jornalistas foram assassinados
em menos de 4 dias. Lutemos para que
esta violência não prospere
A Federação Nacional dos Jornalistas
repudia o assassinato dos
jornalistas Mario Randolfo Marques
Lopes, ocorrido na quinta-feira
(9/02), em Barra do Piraí (RJ), e
Paulo Roberto Cardoso Rodrigues,
nesta segunda-feira (13), em Ponta
Porá (MS). Solidarizamo-nos com seus
familiares, amigos e colegas de
profissão, exigimos imediata e
profunda investigação das
autoridades competentes, com a
conseqüente punição dos
responsáveis, e cobramos do governo
e do parlamento federais medidas
urgentes para que o Brasil não
prossiga avançando no ranking
internacional de violência contra
jornalistas.
Mario Randolfo Marques Lopes, de 50
anos, foi morto com um tiro na
cabeça e sua companheira, Maria
Aparecida Guimarães, que estava com
o jornalista, também foi executada.
O crime bárbaro ocorreu após o casal
ser seqüestrado no Centro da cidade
e levado a um local de pouco
movimento.
Mario Randolfo havia sido vítima de
tentativa de homicídio no dia 7 de
julho do ano passado, quando levou
três tiros em sua casa, no Centro de
Vassouras. Ele editava o site
Vassouras na Net, no qual criticava
personalidades influentes na região.
Já Paulo Rocaro, que dirigia o site
Mercosul News, foi vítima de um
atentado em Ponta Porã, quando
transitava pela avenida Brasil por
volta das 23h30. Dois pistoleiros
que estavam em uma motocicleta
dispararam mais de 12 tiros de
pistola 9mm contra o jornalista, que
foi atingido por 5 deles.
Paulo não resistiu aos ferimentos e
faleceu no Hospital Regional de
Ponta Porá por volta das 4h20 desta
segunda-feira. Segundo a polícia, o
crime pode ter motivações políticas.
A FENAJ acredita que as autoridades
policiais e judiciárias dos dois
municípios se empenharão na
elucidação dos dois crimes bárbaros
e punição dos responsáveis, mas
exige do Ministério da Justiça
iniciativas para reforço das
investigações e rápida apuração das
responsabilidades por tais crimes.
Nos relatórios anuais produzidos
pela FENAJ – e distribuídos às
autoridades brasileiras – sobre
violências cometidas contra
jornalistas no Brasil, políticos
regionais ou nacionais sempre
figuram entre os principais
agressores. Isso se confirmou no
Relatório “Violência e Liberdade de
Imprensa no Brasil”, relativo a 2010
e certamente o mesmo ocorrerá no
relatório que a Federação está
elaborando sobre as agressões
cometidas contra jornalistas no ano
passado.
Igualmente, no Relatório da FIJ
relativo a 2011, o Brasil aparece
entre os países com mais registros
de morte de profissionais de
comunicação. Tais dados,
infelizmente reforçados pelo
assassinato dos colegas Mario
Randolfo Marques Lopes e Paulo
Roberto Cardoso Rodrigues neste
início de 2012, exigem medidas mais
enérgicas para constranger a
impunidade, especialmente do Governo
Federal e do Congresso Nacional.
No dia 8 de fevereiro a Executiva da
FENAJ discutiu com o deputado
federal Delegado Protógenes
(PCdoB-SP) iniciativas para ampliar
o debate sobre o Projeto de Lei
1078/11, que propõe a federalização
da apuração de crimes contra
jornalistas. Avançar para uma rápida
tramitação e aprovação de tal
proposta, diante dos dois recentes
casos de violência contra
profissionais de imprensa, hoje se
impõe não como um desejo
corporativo, mas como uma
necessidade premente de um país que
realmente reconheça na liberdade de
imprensa um pilar fundamental para o
efetivo exercício da cidadania e da
democracia.
Brasília, 13 de fevereiro de 2012.
Diretoria da FENAJ |
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