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De: Tereza Lúcia Halliday
Data: 26 de março de 2012 09:01
Assunto: Artigo quinzenal (R5) -
Comportamentos no Trânsito
COMPORTAMENTOS NO TRÂNSITO
Tereza Halliday – Artesã de Textos
Pesquisa realizada nos EUA mostrou
que motoristas de carros maiores
e/ou de luxo tendem a cometer mais
infrações de trânsito, notadamente
cortar à frente dos demais veículos
ou não deixar pedestres
atravessarem. (Folha de São Paulo,
29/2/2012, p.C-7, ou edição
eletrônica da revista PNAS). Em
cidades brasileiras, defronte de
colégios e cursos de línguas,
motoristas estacionam impunemente em
qualquer lugar, ou param em fila
dupla ao deixar ou apanhar seus
filhos, contribuindo para a
imobilidade urbana. A justificativa
é: “todo mundo faz”. Os
pesquisadores da Univ. da
Califórnia, Berkeley apontam como
provável gerador dos comportamentos
antiéticos testados (e não somente
no trânsito), a ganância para levar
vantagem pecuniária ou de outro teor
- versão americana da brasileira Lei
de Gérson.
Ao volante, essa lei implica avançar
um metro aqui, três minutos ali,
mesmo ao custo de imprudências e
atrevimentos de alto risco. Mas, não
dá para concluir que rico, no
trânsito, é mais afoito e
prepotente. Tenho sido vitima da
truculência de motoristas de
veículos “humildes” cortando meu
carro pela esquerda, ou não me dando
passagem, quando estou pedestre. Tal
qual os condutores dos carros de
luxo testados na Califórnia. Na
minha cidade, ricos e pobres pintam
e bordam no trânsito. Não vejo
diferença entre a arrogância do que
se acha dono do mundo num potente
quatro-rodas e o que se crê
super-homem numa motocicleta de
“delivery” de encomendas.
Motoqueiros e ciclistas que, em sua
maioria, não são classe alta, são os
que mais “aprontam”, atentando
contra a própria vida e a dos
outros.
Um hábito vigente e perigosíssimo é
interpretar o sinal amarelo nos
cruzamentos como “acelere e passe”.
O significado do amarelo no Código
Nacional de Trânsito é “diminua a
velocidade e pare”. Disse-me uma
especialista em tráfego que o sinal
amarelo é para dar tempo ao
motorista que já estiver
atravessando o cruzamento, de
completar a travessia. Quem vem
atrás dele, tem de parar, pois o
amarelo sempre precede o vermelho.
Na ânsia de levar uma vantagem de
três segundos, ao acelerar vendo o
amarelo, vários motoristas acabam
cortando o sinal vermelho. Enfim,
nem ricos nem pobres são flor que se
cheire como condutores de veículos.
Entre os reprovados em comportamento
no trânsito estão os pés de chinelo
e os exibidores de grifes. Falta
gentileza e civilidade –
comportamentos a aprender desde
pequenininho, independentemente de
nível socioeconômico.
(Diário de Pernambuco, 26/03/2012,
p.C5)
Tereza Lúcia Halliday, Ph.D.
Artesã de Textos |
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