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COMUNICAÇÃO E SOLIDARIEDADE - UMA
QUESTÃO DE SOBREVIVÊNCIA
Comunicação é o tema que apaixona nossos
contemporâneos, sobretudo os que
pesquisam sobre o seu futuro e opinam
sobre o amanhã dos instrumentos que hoje
informam, desenvolvem, deslumbram e
divertem nossa geração.
Mergulhar nesta abundância de
conhecimentos, enquanto procuro manter a
capacidade de pensar com independência,
só não é mais difícil do que o esforço
que todos nós precisamos fazer para não
perder a faculdade maravilhosa de sentir
e amar.
Ocorre que a ciência e a técnica vão
continuar a conquistar novas fronteiras
num ritmo alucinante, que não deixa de
ser previsível.
O futuro da humanidade, porém, não está
nos satélites e computadores. O
progresso tecnológico não pode garantir
a sobrevivência de uma pessoa, pois não
pode oferecer, por si só, como produto,
a esperança, capaz de tudo superar e até
criar do nada.
Os meios de comunicação mostram a todas
as classes sociais que, ainda quando as
portas estão fechadas, é possível se
espiar pelo “buraco-tela” das fechaduras
e conhecer o conforto, as invenções, as
novidades, que se multiplicam.
Felizmente para a humanidade, o que se
deve a todo homem vai ser cada dia mais
difícil de ser negado ou escondido de
sua mente e de seus olhos, por demais
fatigados, após cada tentativa frustrada
para aprender e partilhar.
Os cientistas, tecnocratas e
comunicadores que puseram a nosso
alcance as máquinas engenhosas são
responsáveis também por nos cercarem dos
mais sérios perigos. Quem não está
guerreando atualmente, está se
preparando para se defender ou para a
eventualidade de um conflito armado,
interno ou externo. O milagre do átomo
também se chama a possibilidade de uma
hecatombe nuclear universal.
A comunicação, entretanto, pode vir a
ser sinônimo de esperança, na medida em
que se fizer instrumento de
solidariedade e de justa distribuição
dos bens essenciais, que a todos
pertencem, sem qualquer distinção de
raça, credo ou cor.
No dia-a-dia que deve ser uma prática de
comunicação interpessoal, uma vivência
solidária que se expressa em atos de
receber e dar e partilhar, a
sensibilidade única do artista se torna
tão vital quanto a informática. O
espetáculo artístico, forma de
comunicação até mesmo entre gerações que
viveram em séculos diferentes,
continuará a enriquecer os seres humanos
entre si.
Uma definição clara e precisa, que
endosso plenamente, é expressa por
Janetty Laís, pintora brasiliense, ao
afirmar que a arte “CAPACITA O SER
HUMANO A COMPREENDER A REALIDADE E AJUDA
NÃO SÓ A SUPORTÁ-LA, COMO TAMBÉM A
TRANSFORMÁ-LA, DANDO-LHE MEIOS PARA
TORNAR A VIDA MAIS HUMANA.”
Nas artes, isto é, nas manifestações
artísticas que nos tornam pessoas
melhores, e não conhecem fronteiras ou
limitações de tempo ou espaço, e sabem o
caminho para atingir, além dos olhos e
dos ouvidos, o âmago dos corações,
tornando-os amigos e irmãos, está o
porvir do universo.
Theresa Catharina de Góes Campos
Brasília-DF |
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