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Nota Oficial27/04/2012 | 17:14
Que o grave acidente na Serra do RS resulte em
iniciativas na defesa da segurança dos
jornalistas
O Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Rio
Grande do Sul e a Federação Nacional dos
Jornalistas manifesta sua solidariedade aos
parentes e amigos de Ezequiel Barbosa, 27 anos,
e Enildo Paulo Pereira, 59, repórter
cinematográfico e apresentador da TV
Bandeirantes, respectivamente, falecidos na
manhã desta sexta-feira (27/04), quando se
dirigiam para o município de Farroupilha onde
iriam cobrir uma operação do Departamento
Estadual de Investigações Criminais (DEIC). O
acidente que envolveu três carros com
jornalistas e três viaturas policiais e um
caminhão carregado com laranjas, deixou feridos
ainda o repórter fotográfico Marcelo Oliveira, o
repórter Eduardo Torres e o motorista Anderson
Samuel Belmonte Alves, todos do jornal Diário
Gaúcho, além do repórter Cid Martins e do
motorista Lúcio Pereira de Moraes, ambos da
Rádio Gaúcha.
Em face do ocorrido as entidades exigem a
imediata apuração sobre o acidente e maior
segurança de trabalho dadas aos profissionais,
com a instituição imediata do adicional de risco
de vida. No mesmo sentido cobramos do Governo do
Rio Grande do Sul medidas mais eficazes para
garantir a segurança de todos os cidadãos que
transitam por esse local da rodovia que
seguidamente vem ceifando a vida de dezenas de
pessoas.
Conforme o comprovado, além da função de
repórter cinematográfico, Ezequiel era obrigado
também a dirigir o veículo da empresa, o que
contraria normas de segurança na cobertura
jornalística. Vale lembrar que esta é uma
prática ilegal desta emissora que há pouco mais
de 5 meses teve o repórter cinematográfico
Gelson Domingos, morto em uma favela do Rio de
Janeiro, sendo que na época também exercia a
função de motorista. As entidades buscam
esclarecer como Ezequiel era contratado, uma vez
que as empresas usam o desvio de função de
“operador de câmera”, recurso utilizado para
burlar a regulamentação profissional dos
jornalistas, registrar os profissionais
indevidamente e, assim, pagar salários mais
baixos.
Fatos como esse já foram denunciados junto a
Superintendência Regional do Trabalho (SRT-RS),
que infelizmente tem preferido fazer a
fiscalização protocolar, sem ao menos verificar
a atual atribuição do profissional. O Sindicato
e a FENAJ conclamam os jornalistas brasileiros e
a sociedade a denunciarem essa prática ilegal
dos empresários da comunicação. Juntamente com
os demais Sindicatos de Jornalistas,
trabalharemos para fazer com que este episódio
seja um marco nacional na luta para que as
empresas de comunicação definitivamente abram
mão de sua negligência, adotem normas de
segurança em comum acordo com as entidades
sindicais representativas da categoria e
assegurem aos profissionais condições de
trabalho dignas, além da imediata inclusão do
adicional de risco de vida a todos os
jornalistas brasileiros.
Aliada à crescente violência contra jornalistas
no Brasil, a ausência de proteção aos
profissionais na cobertura de atividades de
risco atinge um momento inaceitável e
preocupante, exigindo das entidades
representativas dos profissionais e daquelas
empresas da comunicação uma atitude inadiável.
Para que se assegure o direito da sociedade à
informação de qualidade, faz-se necessária maior
proteção e segurança aos profissionais de
comunicação. Por isso os Sindicatos de
Jornalistas do Brasil e a FENAJ cobram das
entidades empresariais de comunicação a imediata
discussão e negociação de um Protocolo Nacional
de Segurança aos jornalistas.
Igualmente, as entidades cobram das autoridades
federais iniciativas neste sentido, convicta de
que para a mensagem chegar é preciso proteger o
mensageiro.
Porto Alegre, 27 de abril de 2012
Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Rio
Grande do Sul
Federação Nacional dos Jornalistas - FENAJ |
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