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INTROVERTIDOS x EXTROVERTIDOS
Tereza Halliday – Artesã de Textos
terezahalliday
O mundo é composto de 50% de
introvertidos - aqueles que dirigem e
nutrem sua energia psíquica para dentro.
A outra metade é de extrovertidos – os
que se alimentam psiquicamente de muitos
contatos e atividade para fora. Em
países como o Japão, os extrovertidos
sofrem, por não se encaixarem no modelo
de comportamento prevalecente. Em países
como os EUA e o Brasil, os introvertidos
são vistos como esquisitos. Contudo, os
dois tipos podem ser úteis um ao outro.
Estas informações estão em dois livros
nos quais me encontrei: Introvert Power,
de Laurie Helgoe (Ed. Sourcebooks) e
Self-Promotion for Introverts, de Nancy
Ankowitz. (McGraw Hill).
Com humor e acurácia, Nancy Ankowitz
mostra como certos termos têm
significados diferentes, conforme a
percepção de cada grupo: “casa”, para o
extrovertido, é um lugar onde convidar
todo mundo que ele conhece; já o
introvertido considera “casa” um lugar
onde se afastar de todo mundo, a fim de
reenergizar-se. Para o primeiro, “tédio”
é não estar extremamente ocupado ou
cercado de gente. Para o segundo, é
ficar encalhado num bate-papo furado,
sem poder escapar educadamente. “Dar uma
saída”, para o extrovertido, requer no
mínimo duas pessoas e quanto mais
melhor, de preferência, com música alta.
Para o introvertido, dar uma saída pode
ser sozinho ou com outros; gostoso se
for por um motivo: assistir a um filme,
concerto... Ele também curte sair com
uma pessoa apenas, para uma conversa
estimulante, num lugar tranquilo. O
extrovertido define “Ficar sozinho” como
solidão dolente; o introvertido, solidão
contente. O extrovertido define “amigo”
como aquele que faz tudo para você não
ficar sozinho. O introvertido define
amigo como aquele que não se sente
rejeitado quando você precisa de um
tempo para ficar sozinho. “Telefone
celular”: para o extrovertido, linha
vital de conexão com todo mundo. Para o
introvertido, uma chatice necessária.
O introvertido não é necessariamente
antissocial. Precisa equilibrar convívio
e sossego, plateia e aconchego. Certos
pais acham que há algo errado com seu
pimpolho se este gosta de brincar
sozinho, esquece do tempo contemplando
uma fileira de formigas, tem um
amiguinho apenas e não enturma com
facilidade. Esse filho tem o poder da
introspecção. Carlos Drummond de
Andrade, introvertido de carteirinha,
curtia tomar chá na Confeitaria Colombo,
em companhia de até dois amigos. Se
chegasse mais um, ele se retirava, por
achar que “reunião de mais de três é
multidão”. Discordo. Para mim, reunião
de até quatro, é de bom tamanho.
(Diário de Pernambuco, 16/07/2012) |
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