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XÔ, TELEMARKETING!
Tereza Halliday – Artesã de Textos
Meu
artigo “Telemarketing: Invasão de
Domicílio” (DP, 8/10/2012) gerou
numerosos e-mails de vítimas do
abuso comentado. Do “não aguento
mais” a relatos tragicômicos de
importunação e telefonemas para
pessoas da casa que já faleceram há
muito tempo. Se o sistema de vendas
por telemarketing não fosse
lucrativo, já teria desaparecido.
Mas, se empresas têm o direito de
vender por essa via, nós que não
aceitamos esse tipo de assédio
comercial, temos o direito de ser
poupados. Nos Estados Unidos, o
cidadão pode inscrever-se numa lista
dos que não desejam receber chamadas
de telemarketing. Em São Paulo, o
Procon já fornece essa proteção. O
Procon em Pernambuco me informou que
ainda não conseguiram viabilizar
esse serviço, mas quando o fizerem,
divulgarão amplamente a boa notícia.
Aqui vai a sensata orientação da
jornalista Theresa Catharina de Góes
Campos, de Brasília (www.arteculturanews.com):
“Enquanto as autoridades não tomarem
as medidas necessárias, com
urgência, para impedir esse abuso ao
cotidiano do cidadão, vale
recorrermos a iniciativas que nos
façam assumir nossa capacidade para
redefinir nosso espaço de vida,
assumindo um comportamento
indicativo de nossa liberdade
pessoal”. Ela propõe estas regras
“para lidar com o problema do
telemarketing sem deixar de conviver
com a utilidade do telefone: (1)
Exercito a minha assertividade e a
boa educação. Recuso as ofertas,
sempre de maneira educada, sem
perder a calma, inclusive porque
essa atitude de tranquilidade me faz
bem. Como sou uma pessoa de fé,
encerro a ligação com as palavras
“Louvado seja Deus!”. E desligo em
paz. (2) Se, naquele momento não
posso, nem gostaria de ser
interrompida no que estou fazendo,
simplesmente não vou atender ao
telefone... e a desistência da
chamada ocorre. Aquele ruído
invasivo não pode, não deve me
controlar – é uma questão de treino,
um exercício de disciplina muito
bem-vindo ao nosso processo
existencial de constante
aperfeiçoamento. Nem no meu BIP, nem
na minha Secretária Eletrônica,
jamais recebi qualquer mensagem de
telemarketing! Os recados são,
realmente, de meus relacionamentos
pessoais e profissionais... aos
quais responderei logo que puder.”
No mesmo espírito da colega citada,
despacho telemarketeiros
argumentando: Vamos poupar seu tempo
e o meu, porque não compro
absolutamente nada por telefone.
Encerro a chamada com um “Deus te
abençoe” que sempre surpreende os
telefonistas, acostumados a levar
esporro por terem a obrigação
funcional de apoquentar tanta gente
com telefonemas não desejados.
Procons, por favor se apressem em
nos proteger!
(Diário de
Pernambuco, 05/11/2012).
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