As Palavras
A fama chega
quando o jovem
Rory Jansen
publica um
romance que logo
atinge o
estatuto de
best-seller. O
problema: não é
ele o autor das
palavras que
compõem o
bem-sucedido
livro. E a
verdade
vai persegui-lo
à medida que
acumula um
prestígio que
não merece.
Um filme que
marca a estreia
de Brian Klugman
e Lee Sternthal,
argumentistas de
"Tron: O
Legado", atrás
das câmaras.
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Site oficial:
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COMENTÁRIO:
As palavras –
The Words – 2012
– apesar de um
pouco lento,
talvez pelo
enigma de suas
próprias
palavras, não
deixa de auferir
a elas o poder
de nos fazer
pensar, como se
estivéssemos
lendo um bom
livro de ficção
e realidade.
E o limiar que
há entre as
duas, que faz
parte da vida
real e fictícia
de cada um de
nós.
Esse poder o
filme tem e,
assim como as
palavras, ele
nos prende a
atenção de tal
forma que é
impossível não
se surpreender
ou não se
encontrar dentro
dele, ou dessas
palavras, em
vários momentos.
As palavras do
filme ou do
livro que inicia
a trama, contam
a história de
Rory Jansen,
interpretado
pelo belo
Bradley Cooper,
que atrai com o
celeste dos seus
olhos, e vem
tentando
publicar as
obras que
escreve, sem
sucesso. Ele é
casado com Dora
(Zoe Saldana), e
vão passar a lua
de mel em Paris.
Ganha da esposa,
numa loja de
antiguidades que
ali visitam, uma
pasta em couro
negra, usada.
Neste seu
desejo intenso,
de ser
reconhecido como
um grande
escritor, ele é
“premiado” com
uma “história”
pronta,
encontrada
dentro dessa
pasta
presenteada.
Sem a intenção
de plagiar a
trama que o
envolve, mas
encantado com o
que lê, ele a
transcreve para
o computador,
palavra por
palavra e,
depois, resolve
divulgá-la, como
se a transcrição
fosse obra de
sua própria
criação.
A ficção
daquelas
palavras
tornam-se a
realidade do seu
sucesso e a
realidade do seu
tormento, quando
ele é tocado
pelas palavras
que lhe revelam
a verdade da
obra que ele
roubou, ao se
apropriar,
indevidamente,
de uma ficção
que era a
realidade de uma
outra vida.
O dono daquela
obra é um
senhor,
interpretado
brilhantemente
por Jeremy
Irons, como
sempre, que
escondeu a
angústia de sua
vida, em papéis
que o tempo e
sua memória não
apagaram, nem
apagarão jamais.
Clay Hammond, o
escritor do
livro The Words,
que começa no
filme relatando
sua obra,
interpretado por
Dennis Quaid,
qualifica e
registra de uma
forma muito
sutil, o quão
exíguo é o
espaço existente
entre o que é
ficção e o que é
realidade, seja
numa obra
literária, seja
na própria
vida, entretanto,
não esconde a
compreensão
de que, tudo que
criamos, é fruto
no mínimo
daquilo que
sentimos existir
ou querer que
exista.
Muito difícil
definir verdades
em cima de
palavras.
Palavras existem
e possuem o
poder para
convencer o
mundo daquilo
que acreditamos
ser verdade, ou
mentira, não
importa.
Em todo discurso
há sempre uma
verdade nele
estampada, nos
confundindo
entre a verdade
que se relata de
uma vida de
mentira, ou a
mentira que se
relata de uma
vida de verdade
ou que se
gostaria que
fosse realidade.
O filme é a
história de um
livro dentro de
um livro, dentro
de um filme,
dentro de uma
realidade
criada, ou
vice-versa. Um
jogo de
palavras. Para
saberem mais,
verdades ou
mentiras,
assistam ao
filme.
Faço, do
escritor de "As
palavras",
algumas palavras
queminhas. Faço
minhas, algumas
das palavras do
escritor em "As
palavras".
E das minhas,
deixo aqui, que
cada um encontre
as suas.
Nota máxima,
infinita para o
poder do
silêncio das
palavras.
Dra. Marcia
Rachel Ris
Mohrer
Advogada
NOTA DA EDITORA:
O que me
emocionou, no
filme "AS
PALAVRAS",
foram as
questões éticas
abordadas no
roteiro, porque
princípios
morais são mais
importantes que
sucesso.
Decisões que
ignoram a ética,
em qualquer
situação,
transformam uma
vitória em
derrota, levam à
ruína moral,
não demorando a
destruir uma
suposta
felicidade.
São degradantes
e trágicos
(frustrantes, no
mínimo...), os
frutos da
ausência de
ética.
Theresa
Catharina de
Góes Campos