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LINCOLN
“Quase todos os homens são capazes de
suportar adversidades, mas se quiser pôr
à prova o caráter de um homem, dê-lhe
poder.” Abraham Lincoln.
Se esta frase é verdadeira, Lincoln, sem
a menor sombra de dúvida, tinha caráter.
Pena que caráter não seja o exemplo da
grande maioria dos políticos.
"Lincoln", um dos favoritos ao Oscar
deste ano, o novo filme de Spielberg,
conta com nada mais nada menos que 12
indicações, dentre elas, para melhor
filme, direção, roteiro adaptado, ator e
atriz coadjuvante, uma performance que
Spielberg já alcançou anteriormente, com
seu inesquecível "A lista de Schindler",
há 20 anos.
Esta sua mais recente obra, que teve um
orçamento de US$ 65 milhões, já
arrecadou mais que o dobro, com poucos
meses de lançamento mundial.
Não se pode negar que este é mais um
grande filme do seu idealizador, e
Spielberg corrobora novamente todo o seu
irretorquível talento.
Trata-se aqui de um drama biográfico,
embora não seja uma cinebiografia, que
registra um momento histórico da vida do
16º presidente dos EUA, Abraham Lincoln
(1809-1865), cujo roteiro é adaptado do
terço final do best-seller “Team of
Rivals: The Genius of Abraham Lincoln”,
de Doris Keams Goodwin (lançado em
janeiro deste ano, aqui no Brasil).
Abrange os últimos 4 meses de vida do
presidente responsável pelo fim da
escravatura nos EUA, além de ser um dos
mais celebrados até os dias de hoje,
sendo considerado por muitos, o maior
presidente da história americana.
"Lincoln" é um filme politico, e pode
até incomodar nesse sentido, os que não
têm muito interesse pela história
politica americana.
E um filme que cativa, não apenas pela
inegável competência do diretor, que
escolheu brilhantemente um dos mais
impressionantes atores para encarnar o
papel, DANIEL DAY LEWIS, que deve levar
certamente outra estatueta para casa,
pela arrasadora atuação habilidosa de
Daniel, que nos emociona em cada cena,
cada palavra lançada, outorgada num
compasso firme e forte, nesta mega
produção de altíssimo nível, que pelas
mãos precisas de Spielberg, conseguiu,
através da arte, nos fazer retroceder no
tempo e reviver a passagem histórica,
como se ela fosse atual, presente e
viva.
Sally Field faz com aptidão o papel da
esposa de Lincoln, Mary Todd Lincoln.
O roteiro cinematográfico mostra também
o sofrimento com os distúrbios
depressivos na vida do casal, uma
situação agravada com a perda de um dos
filhos.
Spielberg, com o seu belíssimo trabalho
na direção, foi ainda o grande
responsável pela certeira escolha do
elenco de primeira, sobretudo, pela
exemplar escolha de Daniel Day Lewis
que, com a sua competência de
intérprete, conseguiu magistralmente
ressuscitar o Presidente Lincoln, tão
carismático e sentimental, nos
possibilitando vê-lo VIVO, tão presente
e real, como ele de fato foi.
Certamente Lincoln deve estar aplaudindo
lá de cima e nós aqui embaixo.
“Ninguém é suficientemente competente
para governar outra pessoa, sem o seu
consentimento.” A.L.
Lincoln um visionário de seu tempo, cujo
nome a história americana não apagou, e
que o cinema de Spielberg imortalizou em
celuloide, de forma impecável.
Lincoln disse:
“O ser humano que não tem dúvidas está
se enganando.”
Mais uma verdade a ser debatida. Posso
até estar enganada, mas seu legado não
deixa dúvidas de que ele contribuiu para
o lugar de potência mundial que os EUA
alcançou.
Mesmo que a crítica dos espectadores não
seja unânime , apesar de longo (153
minutos), é sem dúvida, e sem engano, um
dos filmes mais imponentes do ano.
Vale cada minuto!
Eu aplaudo, em pé!
Márcia Rachel - FacineMa.
Dra. Marcia Rachel Ris Mohrer
Advogada
São Paulo-SP. 13 de fevereiro de 2013 |
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