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MÉDICOS ALCOÓLATRAS E VICIADOS EM DROGAS
O FIM DO MEU VÍCIO - Dr. Olivier Ameisen
http://www.theresacatharinacampos.com/comp4249.htm
http://kiminda.wordpress.com/2011/08/13/saude-quando-o-viciado-e-o-medico/
Saúde: Quando o viciado é o médico
Há quem pense que, por compreender os riscos e
os perigos das drogas melhor que ninguém, os
médicos estejam livres de sua influência. Mas
talvez o fato de tê-las estudado em profundidade
seja na verdade a razão de esse mal estar tão
disseminado na categoria. Ter acesso fácil,
conhecer os sintomas do abuso e saber como
escondê-los torna os médicos usuários perigosos.
Uma pesquisa feita na Inglaterra, publicada no
jornal médico The Lancet, mostra que um número
elevado de médicos, principalmente aqueles em
formação, consome drogas como maconha, cocaína,
LSD, ecstasy e anfetaminas, além de beber em
excesso. Cerca de
11% dizem fumar maconha regularmente e até 13%
já fizeram uso de cocaína, ecstasy, LSD e
anfetaminas. A maioria disse beber e se drogar
por prazer. A pesquisa, no entanto, tocou em um
ponto importante. Esses mesmos médicos que dizem
fazer uso social das drogas demonstram níveis de
ansiedade e depressão altíssimos — especialmente
as mulheres: 45% (os homens somam 21%). Quando
se trata de substâncias prescritas, quase 17%
dos médicos declararam apresentar problemas
relacionados ao uso de psicotrópicos e admitiram
já ter feito uso de algum deles sem prescrição
ou acompanhamento adequado (com destaque para os
benzodiazepínicos, os “remédios para dormir”).
O autor do livro A Verdade sobre as Drogas,
doutor Patrick Dixon, afirma que um médico
viciado representa uma ameaça significativa à
saúde pública, porque a vida de seus pacientes
será colocada em risco. Cerca de 10% têm
dificuldades em executar suas funções por causa
do vício. Nos Estados Unidos, uma pesquisa de
cinco anos mostrou que 12% dos médicos se viciam
em drogas. Por essa razão, desde 1970 funciona
por lá um programa de reabilitação.
Mas como garantir que os responsáveis por nossas
vidas estejam sóbrios quando nos tratam?
Precisamos primeiro entender que mecanismos são
acionados quando alguém se entrega a qualquer
tipo de excesso. O médico é, na maioria das
vezes, ativo, ambicioso, competitivo,
compulsivo, entusiasta e individualista — e por
isso se frustra facilmente em suas necessidades
de realização e reconhecimento. Isso pode ser
suficiente para produzir ansiedade, depressão.
Na maioria das vezes, em lugar de buscar
cuidados psicológicos, ele se automedica com
álcool e drogas. Alguns chegam ao extremo:
suicídio. A morte é, por definição, familiar a
quem pratica a medicina. Os médicos sabem
exatamente o que fazer para eliminar a si
próprios.
Um livro escrito por L. Wekstein (Handbook of
Suicidology) mostrou que os elevados índices de
suicídio encontrados entre estudantes de
medicina e médicos estão relacionados à perda da
onipotência, da onisciência e da virilidade
idealizadas por muitos e à crescente ansiedade
pelo temor em falhar.
Como foi minha experiência de quase 30 anos na
profissão? Morremos de medo de falhar porque
desempenhamos uma função única na vida das
pessoas. Quando frustramos alguém, a queda é
grande não somente para quem recebe a notícia.
Nesse momento, faz diferença ter uma sólida
formação e equilíbrio familiar e social. Caso
contrário, simplesmente enlouqueceríamos.
Conheço médicos incríveis que são totalmente
dependentes de álcool e drogas, muitas vezes a
ponto de precisarem tomar uma dose
para se “calibrar” antes de iniciar os trabalhos
logo pela manhã…Acho que os médicos precisam
relaxar e descansar mais. A verdade é que nunca
fomos muito bons em cuidar de nossa própria
saúde. A grande maioria tem um forte senso de
dever e coloca os pacientes acima da própria
saúde. Nós, médicos, deveríamos, acima
de tudo, buscar a construção de uma rotina
pautada pela qualidade de vida, com equilíbrio
entre as horas trabalhadas e as dispensadas ao
lazer e à higiene mental.
No caso de quem já cruzou a linha do vício,
faz-se necessária a criação de programas de
apoio, com o duplo papel de ajudá-lo a alcançar
a sobriedade e de dar garantias aos colegas, aos
hospitais e ao público em geral de que poderá
praticar um atendimento seguro. No estudo
americano, três quartos dos médicos tratados
tiveram resultados favoráveis ao longo de cinco
anos. Tais programas parecem oferecer uma
combinação adequada de tratamento e apoio para
administrar a dependência.
Em um caso relatado nos Estados Unidos — muito
parecido com algo que vivi no Brasil —, um jovem
médico, totalmente dependente de álcool e
drogas, pede ajuda a um colega. Este sugere que
ele tome um remédio “para dormir”. O que o jovem
médico faz? Toma o frasco inteiro… Termino com
uma frase que circula há tempos nos hospitais:
“Nenhuma forma de tratamento é efetiva com um
paciente morto”.
* Cardiologista, faz parte da equipe do
Instituto do Coração e dirige a Escola de
Ciências da Saúde e Medicina na Universidade
Anhembi Morumbi, ambos em São Paulo
Fonte:ALFA
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SUBSTANCE ABUSE AMONG PHYSICIANS
http://seminmedpract.com/pdf/hp_jul03_know.pdf
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