Há 200 anos nasceu o dinamarquês Hans Christian Andersen, autor mundialmente conhecido por seus contos de fadas e livros infanto-juvenis. Nasceu pobre, achava-se alto, feio, magro e narigudo. Quando morreu, em 1875, deixou uma grande obra literária e hoje é nome do mais importante prêmio de literatura infantil do mundo, o “Hans Christian Andersen Awards”. Escreveu clássicos como A pequena sereia, O patinho feio, A roupa nova do rei e O soldadinho de chumbo, e ficou conhecido pela simplicidade em tratar nas suas histórias a vida cotidiana da pequena cidade dinamarquesa onde nasceu.
Filho de família muito pobre — o pai era sapateiro e a mãe, lavadeira —, teve uma infância difícil. Sem condições de se manter na escola, aos 11 anos teve que abandoná-la para ir trabalhar. Mas isso não o deixaria desistir de se tornar escritor. Seu pai, amante das artes, costumava ler a Bíblia e as histórias de As mil e uma noites, fazendo o filho sonhar cada vez mais; enquanto a mãe, apesar de ser uma lavadeira analfabeta, brindava-o com várias histórias do folclore dinamarquês. O pouco tempo na escola não o impediu de se tornar um bom leitor e um autodidata. Memorizava textos de Shakespeare, usando seus brinquedos para encenar peças do autor inglês.
Quando Andersen completou 14 anos, saiu de sua cidade e foi para a capital do país. Tentou trabalhar como ator, cantor e bailarino, mas ninguém acreditava no potencial daquele jovem alto, desengonçado e tímido. Suas tentativas de ingressar nos palcos como ator, ou mesmo bailarino, fracassaram.
Aos 17 anos, um diretor do Teatro Real, Jonas Collin, que havia lido uma peça de Andersen e identificado um grande talento, procurou o rei Frederik VI – que, igualmente impressionado com o talento precoce, concedeu ao jovem autor uma bolsa de estudos em Slagelse. Apesar de se sentir deslocado por ser o mais velho dos matriculados, Andersen foi aluno muito aplicado. Aproveitou bem o tempo escolar, escreveu bastante e conseguiu ingressar na Universidade de Coppenhagen.
Escreveu primeiro para adultos, produzindo contos e romances. Passou a escrever histórias infantis, muitas baseadas no folclore dinamarquês, para conseguir se manter. E foi com elas que começou a ser reconhecido. Pôde viajar pela Europa, já com alguns de seus contos traduzidos pelo continente. Numa época em que poucos se dedicavam a escrever para as crianças, Hans Christian Andersen teve talento e sensibilidade para fazê-lo, destacando-se entre os autores europeus.
Da Europa, a obra passou a circular pelo mundo, tornando-o ainda mais reconhecido e aclamado. Seu nome virou referência mundial quando o assunto é literatura infantil. Embora muitas de suas histórias se desenrolem no fantástico mundo da imaginação, a obra exibe com clareza a defesa por uma sociedade mais justa.
Os números revelam uma produção extensa: além das mais de duas centenas de contos infantis - que têm, entre os títulos mais divulgados, O Patinho Feio, O Soldadinho de Chumbo, A Roupa Nova do Rei, A Pequena Sereia e João e Maria, o autor escreveu seis biografias, quatro autobiografias e 1.023 poemas, que foram traduzidos em mais de cem línguas de todo o mundo, transformando Hans Cristian Andersen num dos mais queridos escritores infantis de todos os tempos. Seus primeiros contos foram publicados entre 1835/37 e ele continuou a escrever e a publicar até 1872.
Devido à data de seu nascimento, comemora-se em 2 de abril o Dia Internacional do Livro Infanto-Juvenil. O prêmio internacional mais importante na literatura infanto-juvenil, conferido pela International Board on Books for Young People (IBBY), é representado pela medalha Hans Christian Andersen. Em 1982, Lygia Bojunga foi a primeira representante brasileira a ser contemplada com esta medalha e, em 2000, Ana Maria Machado foi agraciada com o mesmo prêmio.
Transpostas para o audiovisual, várias produções baseadas em histórias de Hans Christian Andersen foram transformadas em clássicos do cinema mundial: O Soldadinho de Chumbo, por exemplo, que teve seus personagens criados digitalmente em 1992, quando a animação digital ainda estava em sua fase inicial. Os estúdios Disney também fizeram uma versão para outro clássico da literatura infantil: A Pequena Sereia, uma linda, porém triste, história, na qual o final mais trágico da obra de Andersen foi transformado em um desfecho feliz, que segue a linha tradicional da Disney.
Os mais famosos contos infantis de Andersen:
- O Patinho Feio
- A Pequena sereia
- O Soldadinho de chumbo
- A princesa e a ervilha
- O Pequeno Polegar
- A roupa nova do imperador
- O Rouxinol
- A Pastora e o Limpa Chaminé
- A Família Feliz
- Duende da Mercearia
- Dança, Dança, Bonequinha