Poema
Triste
(para
Eduardo
Coutinho)
Queria
escrever
um poema
triste
Um poema
que
combinasse
com a
tristeza
do mundo
Do
momento
da
perplexidade
da dor
Da dor
dos
outros -
da minha
dor
Que
mesmo
não
sendo a
dor do
outro -
imensa
dor -
ainda é
dor
Queria
poder
escrever
um poema
triste
Para
aliviar
a dor
com a
beleza
da
criação
- da
arte que
é pura
ação
Aliviar
o
absurdo
de não
aceitar
a dor -
dor que
tudo
permeia
Dor que
é
parceira
do Amor
- rima
que não
é à toa
no nosso
viver
Viver
que não
vive sem
dor -
dor que
é parto
e também
partir
Sim,
queria
fazer um
poema
triste
Mas um
poema
triste
não gera
vida -
não gera
fé!
Fé no
viver e
na
alegria
da vida
- que
cabe até
a dor do
viver
Porque a
vida
sendo
maior
que tudo
- tudo
nela
cabe -
cabe até
a dor
Cabe a
certeza
do Amor
e cabe a
certeza
do nosso
viver
não ser
em vão.
Cabe
mais -
cabe
ainda a
certeza
de ser a
dor
apenas
uma
estação.
Brasília
- DF - Artemis
Coelho
(poesia
e foto)