Theresa Catharina de Góes Campos

 
O DESERTO FÉRTIL*

Peregrinos de ausências lembradas,

compreendemos que nós somos,
no deserto fértil das dores íntimas,
muito mais que as nossas afeições
cruel e sistematicamente rejeitadas.


Algumas dores não têm sons.
Outras, sofrimentos disfarçados,
seguem parecendo inexistentes.


Talvez as mais intensas e profundas.
Invisíveis, permanentes. Contínuas,
ininterruptas, são mais devastadoras.
Ausências que se tornam presentes.


A devastação do afeto profundo,
na relação mais próxima, o amor
não correspondido, espezinhado
- um pesadelo sem sono do qual
só o amor de Deus nos consola.


Eis um deserto fértil a nos convidar
a uma vida com as muitas alegrias
que o Senhor vai nos concedendo.


Nas tempestades de areia, Deus
revigora, orienta, guia e conduz
até o prometido oásis. Aleluia!
No deserto fértil, a meu Senhor
dou graças, por Suas bênçãos.


Theresa Catharina de Góes Campos
Brasília - DF, 25 de março de 2014

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* (É preciso um bom tempo de espera e maturação para que as maldades do mundo se transformem em dádivas.
André di Bernardi Batista Mendes)

De: Tereza Halliday
Data: 6 de abril de 2014 12:24

Poema oportuno, neste tempo de reviver a dor nossa de cada dia e a do Cristo, seguida da paz das ressurreições (no plural), na vida de cada um.
Abraço, T.L.
 

 

Jornalismo com ética e solidariedade.