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DUAS PAISAGENS, EM DOIS TEMPOS
Penso que, das ondas do mar,
intensas ou não, constantes,
assim como da contemplação
das águas dos lagos, recebi
os versos dos meus poemas.
Pensamentos que, adormecidos,
suavemente se tornam peregrinos,
atraídos por memórias caminhantes
de antigas lembranças. Inquietos,
nos dois tempos, presentes...
Dúvida não tenho... em tudo,
são paisagens bem diferentes:
o Lago Lemano, em Genebra,
e o lago de Brasília, cantados
ambos em meus versos simples.
Nas multifacetadas realidades,
ilustradas nas águas e margens,
o suíço Lac Léman está presente
nas memórias líricas da saudade,
no passado que não se esvanece.
Os sentimentos não desaparecem,
transformam-se, mas permanecem
nas diferenças e nas convergências
das épocas...Sendo comunicantes,
os tempos se esmeram em permitir
a lembrança de imagens divergentes.
Duas paisagens, duas épocas.
Os dois abrigos, dois refúgios
acompanham a livre imaginação.
As visões de presente e passado
coexistem na dimensão espiritual,
nas opções do audacioso coração.
Theresa Catharina de Góes Campos
Brasília-DF, 10 de maio de 2014
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