|
|
|
|
INTERESTELAR
(Interstellar - EUA, 2014 - de Christopher Nolan,
169min.).
Com o nosso tempo na Terra chegando ao fim, um
time de exploradores é responsável pela missão
mais importante da história da humanidade:
viajar além desta galáxia para descobrir se a
raça humana tem futuro além das estrelas.
Narra as aventuras de um grupo de exploradores
que faz uso de um buraco negro recém-descoberto
para superar as limitações de uma viagem
espacial humana e conquistar as grandes
distâncias relacionadas a uma viagem
interestelar.
Eis o ponto de partida, a proposta do tema
principal, em linhas gerais, da história para o
público acompanhar no imaginativo
"Interestelar".
Um ótimo filme (com qualidade de produção,
fotografia, direção, roteiro, interpretação,
trilha sonora, efeitos especiais).
No elenco: Matthew McConaughey, Anne Hathaway,
Jessica Chastain, Wes Bentley, Topher Grace,
William Devane, Casey Affleck;
Roteiro: Jonathan Nolan, Christopher Nolan;
Produção executiva: Jordan Goldberg, Jake Myers,
Kip Thorne;
Produção: Christopher Nolan, Lynda Obst, Emma
Thomas;
Trilha sonora: Hans Zimmer;
Diretor de fotografia: Hoyte van Hoytema;
Editor: Lee Smith;
Diretor de arte: Nathan Crowley;
Figurinista: Mary Zophres;
Supervisor de efeitos especiais: Paul Franklin.
Neste filme, Christopher Nolan reforça suas
características de sempre criar os cenários e
ambientes, só usando a tecnologia digital como
último recurso. Os cenários dos novos planetas
são locações escolhidas pelo diretor ao redor do
mundo e os atores realmente tiveram que
enfrentar uma tempestade de poeira criada por
Nolan nas filmagens.
O diretor afirmou que o longa traz uma reflexão
sobre a humanidade. "No processo de conceber e
fazer Interestelar. a ideia essencial se mantém
no fato de que, quanto mais longe vamos ao
espaço, mais essa viagem se torna sobre quem
somos e o que é ser humano”, explica.
No tempo e no espaço, palavras como "impossível"
e "realidade" podem ser variáveis no
significado, porque expressam uma percepção ou
definição que vão muito além do que a princípio
significam.
Com mudança de contexto, a situação se
modificaria e, em circunstância diferente, o
conceito demonstraria não ser imutável. Não
levar isso em consideração ignora uma
perspectiva essencial: diante de acontecimentos
que nos desafiam, nossa visão deverá assumir uma
atitude de compreensão, consciente do que não
está aprisionado num significado único, limitado
indefinidamente, estático, sem dinamismo para
evoluir, de modo a criar ou permitir enxergar
uma realidade diferente.
Lembro aqui, para debate e reflexão, as palavras
de Richard Dawkins: "A probabilidade é de que,
em 100 mil anos, ou teremos nos rebaixado a um
barbarismo selvagem, ou então a civilização terá
se desenvolvido além do imaginável, em colônias
através do espaço sideral."
Por conseguinte, as críticas, sob o ponto de
vista científico, ao épico espacial
"Interestelar", indicando a impossibilidade de
uma viagem com rota de navegação pelos "buracos
negros", são opiniões válidas se enfatizarem
"nas condições atuais"... Não levar tal
possibilidade em consideração, negligencia um
fator essencial do conhecimento humano, seu
potencial para evoluir.
Nada sei sobre ciência - amei "Gravidade"
(2013), de Alfonso Cuarón e "Interestelar" de
Christopher Nolan, pelo conteúdo e, também, por
sua estética, ressaltada, em ambos, pela trilha
sonora. Os dois filmes me emocionaram
muito...penso neles e me comovo, até hoje.
De qualquer maneira, o cinema tem efeitos
subjetivos em cada pessoa. Os cientistas
deveriam ressaltar que, num trabalho artístico,
a proposta dos realizadores não se submete às
leis da ciência, nem a determinações políticas.
Eis a minha posição.
Havendo conhecimento científico por parte dos
cineastas, seria talvez uma questão aberta para
escolha desses realizadores - expressar ou não,
em suas obras, as questões científicas com
realismo e rigor.
Os temas são de meu interesse pessoal, porque
fundamentais e permanentes: os laços afetivos e
familiares (o amor); os dilemas éticos de cada
momento, inclusive, a ciência e sua
responsabilidade para com o indivíduo, o grupo,
a coletividade; a filosofia diante da
tecnologia; as dimensões do tempo; o universo e
o planeta que habitamos.
Enfim, o cinema visionário, a estética de
sensibilidade humana e reflexão crítica,
desafiadora, ousada.
Uma proposta de arte corajosa, que presta uma
bela homenagem aos astronautas e pioneiros
espaciais. Convite aos questionamentos, além de
oportunidade para meditar, como exercício
intelectual.
Após os créditos finais, "INTERESTELAR" deixa ao
espectador muito assunto para conversar.
Fiquei encantada. Como eu já esperava...todavia,
mais do que antecipava e me preparava para
apreciar.
Theresa Catharina de Góes Campos
Brasília - DF, 11 de novembro de 2014 |
|
|
|