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NOTÍCIA E COMENTÁRIO SOBRE O LIVRO
"A TV NOS TORNOU MAIS HUMANOS?"
“A TV nos tornou mais humanos?” é o novo livro
de Theresa Catharina de Góes Campos, que o
dedicou “aos mestres e alunos da faculdade de
Filosofia da Universidade Católica de Campinas
(SP)”. Antes, publicara ela, como obra de
estreia, o excelente trabalho “O progresso das
comunicações diminui a solidão humana?”
A autora é formada em Jornalismo pela Faculdade
Nacional de Filosofia da Universidade do Brasil*
e foi aprovada em concurso para tradutora de
inglês e francês do Banco Nacional de
Desenvolvimento Econômico (BNDE). Professora
Adjunta da cadeira de História da Comunicação e
de Ética e Legislação de Imprensa e Radiodifusão
da Universidade de Brasília, teve também atuação
destacada em emissoras de rádio e televisão do
Recife. Atualmente se encontra no Canadá, onde
realizou, na Rádio Canadense (Canadian
Broadcasting Corporation -CBC) entrevistas
especiais e alguns programas sobre assuntos
brasileiros.
Para Theresa Catharina de Góes Campos, “quando a
televisão se transforma no único centro de
interesse, os membros da família não mais se
reúnem para gozar, juntos, o tempo livre de que
dispõe, mas sim, para que possam assistir aos
programas preferidos”. Observadora do que ocorre
hoje, na maioria dos lares, afirma ainda que “a
mulher está na sala, presa ao enredo da novela
e, se o marido quiser ficar perto da esposa, tem
que apanhar o seu prato e se acomodar diante do
aparelho de televisão”.
Outra observação é a de que estamos hoje, na
“geração da TV”, que mostra características
próprias não observadas antes em qualquer época.
Pela linguagem de um aluno, o professor em
classe tem meios de saber se ele assiste ou não
à televisão. O vocabulário de um garoto pobre,
que não possui aparelho de TV em sua casa ou nas
imediações, é bem diverso daquele que fica horas
e horas diante do receptor, OUVINDO e VENDO
dezenas de programas.
Além de suas observações de caráter sociológico
e educativo, Theresa Catharina de Góes Campos
ainda ensina “como se faz televisão”, penetrando
em todos os seus segredos e truques e mostrando
como são conseguidos determinados efeitos que
dão ao telespectador a ilusão de cenas
idealizadas pelos produtores.
Dissertando sobre os telejornais, lembra que as
notícias não devem se estender muito. O que um
matutino diz em sua coluna, a TV deverá
COMUNICAR em poucos segundos.
Ariano Suassuna, que prefaciou “A TV nos tornou
mais humanos?” insiste em acentuar o valor dos
estudos feitos pela jovem professora, que luta
pela melhoria dos programas, notadamente agora,
quando a EMBRATEL une o Brasil por modernos
sistemas de comunicação e o governo se empenha
no incentivo à educação. A meta tem sido o IBOPE
e diretores de emissoras lutam pela MAIOR
audiência, ou seja, visando às mais altas
porcentagens de aparelhos ligados para seus
programas. Mas poucos são os que pretendem dar
ao povo o MELHOR. Os inquéritos de audiência e
popularidade revelam tão somente esse efeito da
conquista de massa. Há comunicadores
excepcionais, titulares de programas que se
impõem ao grande público, hoje elevados mesmo à
categoria de líderes e que, com um gesto das
mãos, ou simples olhar, dominam os auditórios.
Por que não se aproveitar para transmitirem
mensagens que apresentem algo de útil? O
telespectador que recebe doses maciças diárias
de programas de TV – acentua o livro – “fica com
uma visão parcial do mundo, porque não busca
outras fontes do conhecimento”. Theresa
Catharina advoga uma orientação nova, sadia, sem
sensacionalismo ou adulteração dos fatos. Não
concordamos – diz ela – “que a mensagem
televisionada penetre nos lares, nas escolas e
instituições para, com má fé, ludibriar os
telespectadores”.
“A TV nos tornou mais humanos?” foi publicada
pela Imprensa Universitária da Universidade
Federal de Pernambuco.
Mário L. Erbolato
Publicado em A Notícia – Comunicação, página 6.
Joinville (Santa Catarina), 28 de janeiro de
1972
* (atual Universidade Federal do Rio de Janeiro
- UFRJ)
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Ler também:
MÁRIO ERBOLATO escreveu sobre o livro "A TV NOS
TORNOU MAIS HUMANOS?"
http://www.theresacatharinacampos.com/comp5979.htm
De: Joao Vianey de Farias
Data: 17 de dezembro de 2014
Nota dez, Theresa!
Seus escritos são sempre muito interessantes,
atuais, elucidativos, edificantes...(...)
Um abraço fraterno,
João Vianey de Farias
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