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PLACAS DE RUAS
Tereza Halliday – Artesã de Textos
As ruas desta cidade sofrem de muitos males. Um
deles, a má qualidade do plaqueamento nas
esquinas. A começar pelas placas montadas em
canos de ferro. Beneficiam apenas o
patrocinador, cujo nome ou marca chama a
atenção, enquanto a parte preta com a
identificação da rua contém minúsculas letras
brancas, de difícil leitura. De noite, os nomes
das ruas são invisíveis, enquanto o patrocinador
brilha, acima da informação principal, que fica
às escuras. Pecam pelo tamanho acanhado das
letras, impossíveis de decifrar a meia
distância, principalmente quando abreviam nomes
longos de forma incompreensível. A insuficiência
de placas é flagrante. Com o fluxo constante de
pessoas de várias procedências, que aqui vem
para tratamento de saúde, passeio ou negócios, a
falta de identificação em ruas centrais ou
periféricas é uma demonstração de descaso pelo
visitante, tanto quanto pelo residente. Este
também não consegue orientar-se facilmente fora
das redondezas de sua moradia. Falta informação.
Não importa o status da rua, ela requer placas
indicativas em todas as esquinas, mesmo nos
cruzamentos secundários.
O ideal seria que, nas placas de ruas com nome
de gente, houvesse referência a quem foi o
recebedor da honra. Brasileiros mais jovens não
podem saber quem foi Ataulfo Alves, Vinicius de
Moraes. E, com a cultura geral indo por água
abaixo, quase ninguém identifica vultos
históricos: Osvaldo Cruz, Martin Luther King
Jr... É impossível saber quem foram certas
pessoas sem destaque nacional porém merecedoras
de ter seu nome em via pública: D. Maria
Carolina, Odete Monteiro, Jemil Asfora, Seria um
ato educativo e respeitoso colocar abaixo de
todos esses nomes, breve referência à profissão
ou atuação, assim como as datas de nascimento e
morte do homenageado.
Que todas as esquinas tenham placas. Adote uma
esquina. Patrocine uma placa de rua, beco ou
praça e cuide dela. Envie carta ao prefeito
propondo parceria - seja padrinho de uma
esquina. Vale lembrar estas palavras de Mohandas
Ghândi, exemplo de cidadania ativista por meios
pacíficos: "Tudo o que você fizer será
insignificante, mas é extremamente importante
que o faça".
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