Theresa Catharina de Góes Campos

     
Ética no Jornalismo

Ao receber a responsabilidade de cumprir uma pauta, o jornalista assume, também, um compromisso maior: buscar a informação ... para divulgá-la. Com esse intuito, igualmente se conscientiza do princípio maior, fundamental: a veracidade. Daí o seu encargo eminente/iminente: apurar os rumores, as declarações. A rapidez com que se precisa da notícia jamais poderá justificar qualquer negligência em seu trabalho (o que deve ser meticuloso) de apuração. Afinal, o presente e o futuro de pessoas e suas famílias, os seus empregos, a sua dignidade... estão em jogo.

Curiosidade, ser original, chegar à frente são motivações não apenas importantes, como válidas. O perigo da falta de ética se concretiza quando o jornalista decide "esquecer" seus deveres, na condição de pessoa humana e cidadão, ignorando ao mesmo tempo sua posição na comunidade. Resolve que os direitos do próximo seriam secundários, na sua busca frenética da notícia. Permite-se tudo, mesmo consciente dos possíveis prejuízos a vítimas inocentes.

Observa-se que atos de violência contra profissionais de imprensa costumam ser divulgados, quando são, unicamente nos periódicos em que os jornalistas trabalham; os outros silenciam. Por quê? Eticamente, tal atitude não se justifica - é inaceitável.

Theresa Catharina de Góes Campos
Diretora do Sindicato e membro da Comissão de Ética
(Texto publicado no NR, Informativo dos Jornalistas Profissionais do DF.
Brasília - DF, julho de 1997.)
 

Jornalismo com ética e solidariedade.