ESPIRITUALIDADE
A espiritualidade de Santo
Inácio de Loyola é uma espiritualidade deste
mundo e radicalmente leiga, que surgiu das
experiências dele como um leigo e foi
desenvolvida a partir de um olhar
direcionado às pessoas ocupadas com as
obrigações de cada dia. Tudo começou com as
anotações que Inácio fazia sobre as próprias
experiências ao escolher os caminhos
concretos da sua vocação pessoal. Que rumo
tomar na vida, e o seu mundo se abriria para
as descobertas em todo o planeta?
A única coisa que ele sentia
no início era uma vocação peremptória para
encontrar Cristo no mundo e assim viver uma
vida santa. Aos poucos, descobriu que alguns
materiais e certas formas de oração ajudavam
na sua vida com intuito de descobrir, com
convicção, que o amor de Deus exigia que ele
fizesse. Inácio considerou que esses
materiais e essas formas de oração do mesmo
modo que os seus contemporâneos, isto é,
como “exercícios espirituais”. Ao transmitir
aos outros o que tinha ajudado a ele mesmo,
aprendeu a tirar ensinamento das variadas
experiências das pessoas. Aos poucos, deu
forma à experiência espiritual que chamamos
de “Exercícios Espirituais” e ao caminho
para Deus que chamamos de espiritualidade
inaciana, dos Padres Jesuítas e seus
companheiros.
Um caminho para Deus
Inácio dava os Exercícios
Espirituais a muitas outras pessoas:
universitários, membros da nobreza,
religiosas e religiosos em conventos e até
pessoas sem instrução. Além do seu veemente
amor a Jesus Cristo, ele era metódico e se
distinguia pela capacidade de fazer
anotações. Quando era estudante nas
universidades de Salamanca e de Paris, e
também quando ajudava as pessoas em Veneza e
Roma, organizava as suas anotações de
maneira sistemática sob o simples título
Exercícios Espirituais. Finalmente, imprimiu
o seu texto em 1548, depois de aprovado como
ortodoxo pelo Papa. Surgiu, assim, o manual,
talvez o mais antigo manual que ainda pode
ser usado na sua forma original e que, desde
sua impressão, vem sendo usado sem
interrupção.
Quando começou a evangelizar
as pessoas em praça pública, Inácio aprendeu
muito com elas. Tomava sempre muito cuidado
para não impor aos outros aquilo que tinha
servido para ele mesmo, julgando que tal
imposição seria o maior erro que um guia
espiritual ou um amigo poderia cometer. No
entanto, entendia com clareza, que revelação
feita em Jesus Cristo e transmitida nas
Escrituras e no Magistério eclesiástico era
guia única e segura para encontrar a Deus.
Meditação
Certa vez, um discípulo do
Padre dormiu e sonhou que chagava ao céu.
Mas, com grande surpresa, encontrou lá
também o seu Mestre e alguns outros colegas,
todos eles sentados e absortos na mais
profunda meditação.
Decepcionado, o moço então pergunta:
- Mas esta é a recompensa que se tem no céu?
A gente não fez outra coisa lá embaixo!
Então, ele escutou uma voz que dizia:
- Você é um tolo se acaso está pensando que
quem medita está no paraíso! É exatamente o
contrário que acontece: o paraíso é que está
em quem medita.
LEMA
A beleza é o reflexo da Verdade.
Haroldo J. Rahm, SJ
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