Theresa Catharina de Góes Campos

     
IGUAL A QUASE TODO MUNDO

De tanto olhar para baixo, encurvada,
caiu no duro chão; de leve machucada,
manteve o olhar fixo na tela pequenina.
Seus olhos pareciam estar fatigados.

A paisagem não lhe interessava;
também não viu a lua se despedir,
nem depois contemplou o despertar
de um tímido, mas sorridente sol.
Ignorou as nuvens desfilando os
novos modelos da próxima estação.

Quando foi dormir, na madrugada,
o sono já havia saído, escorraçado
prometendo não mais ali regressar.

O sono é temperamental, não gosta
de ser contrariado, fica logo nervoso.
Soube que foi a poesia encontrar.

Ela seguiu o exemplo dele ...viajou,
para um lugar melhor, pretendendo
talvez aprender rápido a se renovar.

Theresa Catharina de Góes Campos
Brasília - DF, 06 de junho de 2016
 

Jornalismo com ética e solidariedade.