Theresa Catharina de Góes Campos

     
Eunice Arruda, poeta e haicaista

De: 'Kaki Net'
Data: 22 de março de 2017
Assunto: [KIGO] Faleceu Eunice Arruda
Para: KIGO

Haicaistas:

Eunice Arruda, poeta e haicaista, faleceu ontem em São Paulo. O sepultamento se deu no Cemiterio do Morumbi.

Desenvolveu atividades relacionadas à literatura -- oficinas e leituras públicas de poesia. Integrou a chamada "Geração 60", ocasião em que lançou seu primeiro livro "É tempo de noite", pela Massao Ohno Editora. Pertenceu à União Brasileira de Escritores e, em 2014, recebeu uma homenagem pela produção poética. Em 2015, lançou "Tempo Comum", com suas poesias. Participou do Grêmio Haicai Ipê. Foi jurada da categoria Poesia do Concurso Literário Yoshio Takemoto por dez anos.

Parte de seus haicais foi reunida no livro "Há estações", de 2003.


Olhar o menino
sustentando -- leve -- no ar
a bolha de sabão


Nuvens de verão
Passos rápidos na rua
Roupas no varal


Verão. Meio-dia
Na sombra de uma nuvem
o boi cochila


Solidão no inverno
O velho aquece as mãos
com as próprias mãos

Biografia (extraída da Enciclopédia Itaú Cultural):

Eunice Carvalho de Arruda (Santa Rita do Passa Quatro - SP- 1939). Publica seu primeiro livro de poemas, É Tempo de Noite, em 1960. Conclui o curso superior de Servico Social, na PUC/SP, em 1966; posteriormente faz pós-graduação em Comunicação e Semiótica na mesma universidade. Em 1970 integra a Poesia del Brasile D ´oggi, Antologia Ítalo-Latino Americana no. 2, editada em Palermo, Itália. Em 1975 participa do espetáculo Poetas na Praça, ao lado de Ilka Brunhilde Laurito e outros, em São Paulo SP. Nos anos de 1980 coordena várias oficinas liteáarias e ministra palestras sobre poesia; em 1988 torna-se diretora da União Brasileira de Escritores. Em 1990, é eleita primeira secretaria da União Brasileira de Escritores. Eleita coordenadora de Poesia Viva, na Oficina da Palavra, da Secretaria de Estado da Cultura, entre 1990 e 1994. Faz parte de sua obra poética os livros O Chão Batido (1963), Invenções do Desespero (1973), Os Momentos (1981), Gabriel (1990) e À Beira (1999), entre outros. Segundo o crítico Alvaro Alves de Faria (1942), "Eunice prefere ver sua poesia inteira, com poemas que retratam a perplexidade de uma maneira existencial e tão íntima como o espelho do quarto, onde ela se olha como mulher e poeta e se deixa levar pelo que ainda existe de belo num mundo completamente destruído".

Abraços,
Edson Kenji Iura
kakinet
www.kakinet.com

 

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