CONVERSA DE ÁRVORE
Se as copas das árvores enraizadas
pudessem com os homens conversar,
a eles narrariam seus sonhos audazes
de vitalidade em diálogos confidentes.
Se os troncos das árvores, altaneiros,
pelos homens insensatos derrubados
pudessem, no solo, nas águas gritar,
clamariam por artistas, os escultores
que lhes dessem uma nova imagem.
A madeira que não cresce mais, nem
conversa com os ventos e a chuva,
espera pelo artista que irá concretizar
seus antigos sonhos de permanência.
Porque árvore fala, fiquem sabendo,
com seus troncos e ramos, as folhas
gesticulando, suaves, ou frenéticas.
Acontece que nossos ouvidos
desatentos, quase fechados,
um dia se tornaram surdos
a vozes maviosas e ternas.
Quando as árvores tentaram
conversar conosco, ignoramos.
De olhar perdido, mãos vazias,
ouvidos inúteis, sem palavras,
silenciamos a voz das árvores.
Theresa Catharina de Góes Campos
Brasília - DF, 05 de junho de 2017
De: Áureo Valle
Data: 8 de junho de 2017 09:27
Theresita, gostei deste poema; uma linguagem
muito expressiva, muito significativa.
Áureo Valle
De: Artemis Coelho
Data: 5 de junho de 2017
Amei porque amo nossas queridas árvores.
Postarei, com a devida e competente autoria, ao
lado de inúmeras fotos que tenho desses
maravilhosos seres. Aqui vão algumas delas. Um
beijo e boa semana!
Artemis
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