Assunto: Fwd: Dia Nacional da Imigração Japonesa
Repassando, com o comentário adicional do amigo, que me enviou a mensagem, pois, embora a data já tenha passado, é sempre bom lembrá-la, pela magnífica contribuição que os descentes dos japoneses têm dado a este país.
"Está no site do Museu, que o meu avô chegou em agosto de 1926. "
18 de junho – Dia Nacional da Imigração japonesa
Em 2005, uma lei instituiu 18 de junho como o
Dia Nacional da Imigração Japonesa.
A data escolhida é a data da chegada do primeiro navio, chamado Kasato Maru,
que trouxe os primeiros 781 imigrantes japoneses ao Brasil. O navio embarcou no porto de Kobe, no dia 28 de abril de 1908, rumo ao Brasil, em uma viagem de 52 dias, até o desembarque no Porto de Santos no dia 18 de junho de 1908.
História da Imigração Japonesa no Brasil
A imigração japonesa no Brasil começou no inicio do século XX, com um acordo entre o nosso governo e o do Japão. Os primeiros japoneses chegaram ao país no dia 18 de junho de 1908. Nesta data, o navio Kasato Maru aportou no Porto de Santos com as primeiras famílias que vieram para trabalhar nos cafezais do oeste paulista.
Atualmente, o Brasil tem a maior população japonesa fora do Japão. São cerca de 1,5 milhão de pessoas, das quais, aproximadamente 1 milhão vivem no Estado de São Paulo. Porém, a colônia japonesa também tem forte presença em outros estados como Paraná, Mato Grosso do Sul e Pará.
Razões da imigração Japonesa no Brasil
Com o fim do feudalismo e o início da mecanização da agricultura, o Japão atravessava uma crise demográfica a partir do fim do século XIX. A população do campo passou a migrar para as cidades, para fugir da pobreza e as oportunidades de emprego tornaram-se cada vez mais raras, formando uma massa de trabalhadores rurais miseráveis, mesmo com a reforma agrária feita durante a Era Meiji.
O Brasil, por sua vez, apresentava falta de mão-de-obra na zona rural. Em 1902, o governo da Itália proibiu a imigração subsidiada de italianos para São Paulo, deixando as fazendas de café, principal produto exportado pelo Brasil na época, sem o número necessário de trabalhadores. O governo brasileiro precisava encontrar uma nova fonte de mão-de-obra, que no caso foram os japoneses.
Ryu Mizuno (centro), foi quem organizou a primeira viagem de imigrantes japoneses ao Brasil
Porém, houve muita relutância em receber os japoneses, já que se tratava de uma cultura muito diferente do Brasil. Além disso, o Japão era considerado um país muito fechado, já que só havia aberto para o comércio mundial em 1846. O primeiro Tratado da Amizade, Comércio e Navegação entre Brasil e Japão havia apenas sido assinado recentemente, em 5 de novembro de 1895.
Além de ser um país muito distante, o Japão apresentava grandes diferenças culturais, religiosas, políticas. Além disso, havia outras barreiras que ajudaram a adiar ainda mais a entrada de imigrantes japoneses no Brasil como hábitos e costumes que eram muito diferentes e também a linguagem.
Isso fez com que houvesse um forte preconceito contra imigrantes asiáticos. Eram considerados raças inferiores e por isso havia o medo do “perigo amarelo”, isto é, que as grandes populações de orientais se espalhassem pelas Américas, prejudicando o “branqueamento” que ocorria no Brasil com o recebimento de imigrantes europeus.
A grande imigração nipônica
Imigrantes japoneses recém chegados esperando na Hospedaria dos Imigrantes em São Paulo, antes de serem direcionados para as fazendas onde iriam trabalhar.
Nos primeiros sete anos de imigração japonesa, chegaram ao Brasil 3.434 famílias, ou seja, quase 15 mil pessoas. Entre 1917 e 1940, foram mais 164 mil japoneses, dos quais 75% para São Paulo. A maior parte dos imigrantes chegou no decênio 1920-1930, mas o foco não era mais apenas as plantações de café. Eles também buscavam trabalho no cultivo de morango, chá e arroz.
Com o fim da I Guerra Mundial, o fluxo de imigrantes japoneses para o Brasil cresceu enormemente em razão do incentivo do governo japonês, que via crescer a pobreza e o desemprego no país devido à superlotação das cidades japonesas. O governo japonês também queria a expansão da etnia e da cultura para outros lugares do mundo, especialmente nas Américas, a começar pelo Brasil.
Esse era um dos posteres que circulavam na época para incentivar os japoneses a irem trabalhar no Brasil.
A ideia inicial era enriquecer e voltar ao Japão
A maioria dos imigrantes japoneses tinha a pretensão de enriquecer no Brasil e voltar ao Japão em, no máximo, três anos. Porém, o enriquecimento rápido em terras brasileiras, logo mostrou-se um sonho quase impossível de se concretizar.
Além dos baixos salários, ainda era descontado a passagem e os imigrantes ainda eram obrigados a comprar do fazendeiro, tudo o que consumiam. Em pouco tempo estavam endividados, colocando-os em uma situação bastante desfavorável em relação aos fazendeiros, que os impediam de retornar ao país de origem.
O começo da imigração foi um período difícil, pois os japoneses se depararam com muitas dificuldades. A língua diferente, vestuário, os costumes, a religião, o clima, a alimentação, as péssimas condições de trabalho e até mesmo o preconceito tornaram-se barreiras à integração dos nipônicos aqui no Brasil.
Como pretendiam voltar ao Japão, uma parcela considerável de imigrantes japoneses nunca aprendeu a falar o português e nem tinham interesse de se integrar no Brasil. O mesmo ocorreu com a primeira geração nascida aqui, que eram educados dentro da cultura japonesa, frequentando inclusive escolas fundadas pela comunidade.
O fato de viverem no meio rural contribuiu para o isolamento e dificultou ainda mais a integração com os brasileiros. Cerca de 90% dos filhos de japoneses falavam japonês em casa e ainda eram dominados pelo desejo de regresso ao Japão.
Já a segunda geração de japoneses no Brasil viu, definitivamente, sepultada a esperança de retornar ao Japão. Com a II Guerra Mundial que abalava a terra natal era mais seguro permanecer no Brasil. Muitos imigrantes começam a chegar neste período, atraídos por parentes que já tinham imigrado.
Na década de 1930, o Brasil já abrigava a maior população de japoneses fora do Japão. Apesar de todas as dificuldades que enfrentaram, os imigrantes japoneses em sua maioria prosperou no Brasil e acabaram optando em fazer a vida em solo brasileiro, desistindo de vez da ideia inicial de voltar para a terra natal.
Traços mestiços (Japoneses e Brasileiros)
A partir da terceira geração no Brasil, os descendentes de japoneses passaram a se abrir definitivamente à sociedade brasileira. Os avós imigrantes trabalharam duro no campo para que seus filhos e netos tivessem futuro no Brasil.
Na década de 1960, os japoneses saíram do campo e rumaram para as cidades para concluir os estudos. O principal destino foi São Paulo, que se tornou a cidade com maior número de japoneses fora do Japão.
A partir da década de 70, a miscigenação passou a fazer parte da realidade da colônia japonesa no Brasil. Atualmente, cerca de 61% dos bisnetos de japoneses possuem traços mestiços com outras etnias e além disso, os vínculos com o Japão ancestral, são menores, já que a maioria não fala ou conhece pouco do idioma japonês.
Contribuições dos imigrantes japoneses
O Bairro da Liberdade é considerado o Bairro do Sol Nascente, devido à grande concentração da Colônia Japonesa que ali se encontra.
O cenário atual mostra que a colônia japonesa está totalmente integrada à cultura brasileira. A grande disposição para o trabalho, além de sua arte, costumes, língua, crenças e conhecimentos, contribuíram muito para o crescimento econômico e desenvolvimento cultural de nosso país.
Não há dúvidas de que os japoneses, juntamente com portugueses, índios, africanos, italianos, espanhóis, árabes, chineses, alemães e muitos outros povos, ajudaram a formar esse lindo painel multicultural chamado Brasil.
A História se inverte: O Fenômeno Dekassegui
O fenômeno que se observa nos dias de hoje é a ida de brasileiros de origem japonesa e seus cônjuges para trabalhar no Japão, a maioria como operários na indústria. São os dekasseguis (出稼ぎ). Atualmente, mais de 300 mil dekasseguis estão no Japão.
Gerações de nikkeis no Brasil
Com a Imigração Japonesa, cerca de 200 mil japoneses vieram ao Brasil e hoje em dia estima-se que 1,5 milhão brasileiros tenham ascendência japonesa, que são denominados de nikkeis. Atualmente, a colônia japonesa no Brasil está dividida em:
Isseis (japoneses de primeira geração, nascidos no Japão): 13%
Nisseis (filhos de japoneses): 31%
Sanseis (netos de japoneses): 41%;
Yonseis (bisnetos de japoneses): 13%
Se você é descendente de japoneses e gostaria de descobrir mais informações sobre a imigração dos seus familiares, como o navio em que vieram, data de partida e chegada e a fazenda que foram trabalhar inicialmente, então conheça o Navios da Imigração, com um relatório completo de todos os imigrantes que vieram ao Brasil.
Todos esses dados estão reunidos e guardados eternamente no site do Museu Histórico da Imigração Japonesa no Brasil. Sem dúvidas nenhuma, é um trabalho muito bonito que fizeram e que ajudará a manter ainda viva a história da Imigração Japonesa, especialmente para as novas gerações com raízes nipônicas.
Documentário sobre Imigração Japonesa
Fonte : Governo do Estado de SP