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Uma nova geração de magistrados pede passagem -
Joaquim Falcão*
De: Reynaldo Ferreira
Data: 26 de janeiro de 2018
Assunto: Fwd: Uma nova geração de magistrados
pede passagem
Repassando: Uma nova geração de magistrados pede
passagem. Que bom que assim seja.
"A transmissão ao vivo do julgamento do TRF4
permitiu ao público compará-lo com os
julgamentos que se tem visto no Supremo Tribunal
Federal. A postura dos magistrados gaúchos,
raciocínio, método de análise, forma de se
comunicar, tudo é diferente.
Não há competição pessoal ou ideológica, entre
eles. Nem elogios recíprocos. Cada um é si
próprio. Não há troca de críticas veladas, ou
aplausos desnecessários. Ou insinuações jogadas
no ar. Mais ainda: não há exibicionismo.
Não querem mostrar cultura. Não discutem com
jargões jurídicos. Não se valem de doutrinas
exóticas plantadas e nascidas no além mar. Não é
preciso, embora seja legitimo e, às vezes,
indispensável buscar amparo em autores ou
abstrações estrangeiras. Em geral ultrapassados.
A argumentação é toda fundamentada nos fatos.
Vistos e provados. Não se baseia apenas em
testemunhos ou denúncias. Fundamentam seu
raciocínio no senso comum que emanam dos fatos.
Provas materiais. Ou como diria Ulysses
Guimaraes: com base em suas excelências, os
fatos. Que de tão evidentes e intensamente
descritos não deixam margem a qualquer dúvida
razoável.
Não é preciso muita argumentação para dizer o
que é simples. Ninguém manda mudar um
apartamento, manda comprar utensílios, faz
visitas com o construtor, não pergunta preço, e
não paga – só o dono de um imóvel procede assim.
A prova da propriedade está no comportamento
registrado ao vivo. E não no papel, na escritura
A ou B. Simples assim. Os magistrados de maneira
informal tentaram transmitir o que a linguagem
jurídica, formal, muitas vezes oculta.
A transmissão ao vivo permitiu a cada um de nós
formar a própria opinião. Escolher um lado.
Quase pegar a justiça com as próprias mãos, com
as mãos do seu próprio entendimento. Restou
provado que o Tribunal Federal da 4ª Região
pretendeu ir muito além de simplesmente julgar o
ex-presidente.
Apresentou ao Brasil uma nova maneira de pensar,
expressar e construir a justiça. Provavelmente a
maneira de magistrados se comportarem na
televisão, na internet e até nos julgamentos sem
transmissão nunca mais será a mesma.
Uma nova geração pede passagem."
*Joaquim Falcão é professor da FGV Direito, Rio. |
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