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LEITURA EM VOZ ALTA DE OBRAS LITERÁRIAS
Reynaldo Domingos Ferreira
A jornalista, escritora, poeta e blogueira
Theresa Catharina de Góes Campos repercute, em
seus sites, o meu pequeno comentário sobre o
exercício de respiração, que se faz, quando se
canta. Cantar é respirar. Cantar é viver. E
fazer chegar, por meio da mecânica da
respiração, energia ao interior do nosso corpo.
Um cantor lírico, por exemplo, para atingir
agudos maravilhosos, como os de Caruso, de Tito
Schipa, de Pavarotti, de Plácido Domingos, de
Giuseppe di Stefano, de Juan Diego Flores, de
Andrea Bocelli e de outros, precisa, antes de
tudo, saber trabalhar com a respiração, ou seja,
no caso, levá-la ao diafragma, para extrair de
lá, de volta, a força da emissão dos sons mais
elevados. Assim, pelo que se compreende, não se
pode nunca sustentar, ao cantar, uma tonalidade
variável, modulada, de mais porte e beleza,
apenas nas frágeis cordas vocais, que, assim,
afetadas, tenderiam a criar calos irreversíveis,
como teria sido o que aconteceu, no passado,
entre os nossos cantores populares, com Jorge
Goulart e, no presente ( a se confirmar ), com
Milton Nascimento. Isso é fundamental.
Mas, é preciso acrescentar ainda que, além do
exercício do canto, ganha-se também, e muito, em
respiração, alimento essencial da nossa vida,
quando se pratica yoga principalmente e, ainda,
quando se lê em voz alta algum trecho de obra
literária, o que pode ser feito, até por pessoas
solitárias, diante de um espelho, como por
exemplo, esses belos versos de Gonçalves Dias: "
Não chores, meu filho, / Não chores que a vida /
É luta renhida / Viver é lutar! " Ou estes de
Castro Alves: " Bendito o que semeia / Livros,
livros / A mão cheia / E manda o povo pensar /
Que o livro caindo n'alma / É germe que faz a
palma / É Chuva que faz o mar." Essa prática
ajuda bastante aos atores a aprimorarem a dicção
e a empostação de voz.
A propósito, vale aqui destacar a iniciativa da
Biblioteca Nacional da França, que está dando
início, esta semana, a uma programação de
leitura oral de obras clássicas, a ser realizada
por atores do teatro e do cinema, incluindo os
da Comédie Française, não só da literatura do
país, como "O Vermelho e o Negro ", de Stendhal,
mas também da internacional, como o difícil de
ser lido " O Homem sem Qualidades ", do alemão
Robert Musil, que, nesse sentido, o da
complexidade, compete com o " Ulisses", de James
Joyce.
O ator Mathieu Amalric, que vai fazer a leitura
de uma adaptação da obra de Musil, afirmou, em
entrevista à imprensa, que "a leitura oral é,
antes de tudo, um gesto de amizade". E ele tem
razão. Ou está coberto dela. É possível que,
para dizer isso, ele tenha se inspirado em
Antoine de Saint-Exupéry, que, dono da cobertura
de um edifício de vista, das mais bonitas de
Paris, tinha esse hábito de telefonar às pessoas
de sua estima, para ler-lhes trechos de suas
obras, como " Terra dos Homens" ou " O Pequeno
Príncipe ", bem como de outros autores de sua
preferência.
É uma pena que não tenhamos esse salutar
costume. É triste chegar a uma biblioteca
brasileira e ver funcionários ressonando, diante
de suas mesas de " trabalho", sem tomar jamais
iniciativas como essa. É incrível, mas é
verdade, a grande parte dos que se dizem
bibliotecários, no país, não gosta de leitura. A
Biblioteca Nacional de Brasília, se valesse para
alguma coisa - o edifício mais parece um
mausoléu, com seus longos corredores vazios -,
deveria promover também sessões de leituras
orais de obras de, pelo menos, autores, que
residem nesta cidade, que não encontram espaços
para eles próprios ou por atores lerem seus
escritos. Só ganham aqui espaços nas feiras, nas
bienais de livros, e, na imprensa local, autores
que vêm de fora.
Reynaldo Domingos Ferreira
27 de maio de 2018
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CANTAR: excelente exercício de RESPIRAÇÃO
(...) um vídeo extraordinário, que mostra, de
maneira didática, que cantar é excelente
exercício de respiração. Ou em outras palavras,
de viver. É importante cantar, para impulsionar
a vida. Vejam as pessoas, que sofreram problemas
pulmonares, as quais procuraram a cura no canto.
Vamos cantar! Cantar é viver.
Reynaldo Domingos Ferreira
http://theresacatharinacampos.com/compv360.htm |
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