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De: Máikol
Date: sáb, 30 de mar de 2019
30.03.2019
FRATERNIDADE, POLÍTICAS PÚBLICAS E CIDADANIA
Pedro Antônio Bernardi – Curitiba-PR
Com o tema Fraternidade e Políticas Públicas e
lema Serás libertado pelo direito e justiça, a
Campanha da Fraternidade 2019 da Conferência
Nacional dos Bispos do Brasil – CNBB acorda
todos os cidadãos brasileiros, sem exceção, para
a situação atual e a necessidade de mudança de
rumos, ações e direções efetivas, programas e
projetos eficazes, leis para consertar o que
está errado, quebrado e demolido. É consenso
nacional que fraternidade, ética, cidadania,
escala de valores, espiritualidade estão
enfermas. Predominam padrões políticos
superados.
Ninguém espere a curto espaço de tempo melhorias
por conta das denúncias dos meios de
comunicação, muito menos dos inflamados
discursos nos palcos e púlpitos, nas áreas da
saúde, educação, habitação, segurança, trabalho
e renda, mobilidade, seguridade, alimentação,
saneamento, previdência social. Má gestão de
recursos materiais e financeiros, infraestrutura
e instalações precárias, saneamento básico,
qualificação profissional, governantes e
gestores públicos, educação, políticas e
políticos são pessoas, sistemas e processos
responsáveis pela sofrível realidade vivenciada
pela sociedade nos quadrantes do país há mais de
cinco séculos.
Ao fazer analogia, só é possível endireitar
galhos de árvore se a medida for tomada
preventivamente. Tentar endireitá-los quando
adultos é inútil; eles quebram e secam. A nosso
ver, a gênese da maioria dos problemas referidos
anteriormente são as famílias mal constituídas e
desestruturadas, a escola que não educa de forma
holística, a linguagem viciada e contaminada de
quem detém o poder e os meios de comunicação que
não evoluíram.
A riqueza número um da Pátria é o cidadão
educado que valoriza a vida, a moral, o estudo,
o trabalho, a fraternidade e a espiritualidade.
Acima de tudo, cidadania é luta apaixonada
contra desigualdades e privilégios, enfermidades
e mortes evitáveis, males e maldades,
desonestidade, corrupção, mentira, enganação,
tragédias, desastres.
Desordem social e familiar, descumprimento dos
deveres, injustiças e agressões contra a
natureza não perdoam; cedo ou tarde cobram preço
alto. Por conta disso, é fundamental saber
defender-se das coisas e situações que
comprometem segurança, estima e relacionamentos
harmônicos e pacificadores. Droga, bebida em
excesso, estresse, obesidade, ódio, raiva e
sedentarismo são fatores de risco pessoais,
sociais, familiares e comunitários.
Há 56 anos, a CNBB celebra a Campanha da
Fraternidade. Há 519 anos, a família brasileira
sofre falta de planejamento. Em 2019, crianças e
jovens desperdiçam um terço do tempo com
inutilidades. Isso é catástrofe nacional,
pública e particular.
É missão das autoridades e lideranças, da Igreja
e das escolas reorganizarem e prepararem a nova
família e construir a verdadeira fraternidade,
melhorar a cidadania e a qualidade de vida das
futuras gerações. Integração, cooperação e
voluntariado fazem a diferença. São fontes
gratuitas, disponíveis e abundantes de energia,
por meio das quais crescem e se realizam os
seres humanos, pobres e ricos, cultos e
iletrados.
A par da cura familiar, as políticas públicas
melhoram significativamente, se crianças,
jovens, adultos e idosos forem mais responsáveis
e realizarem exames preventivos, tomarem vacinas
oferecidas, praticarem exercícios físicos
regularmente, controlarem a gula e a bebida.
Drogas lícitas e ilícitas, desestruturação
familiar e desamor à vida congestionam
consultórios, leitos e UTIs. Está na hora de
começar a mudar também esse cenário que lesa a
todos, indistintamente se bons ou maus.
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Pedro Antônio Bernardi é Jornalista, economista
e professor.
pedro.professor@gmail.com
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