Essa é, de fato, uma grande lacuna,
que precisa ser reparada, a da
valoração do empenho feminino, pela
evolução cultural da cidade de
Uberaba
( MG ), onde só se reconhece, com
algumas poucas exceções, o trabalho
masculino, nos nem sempre
criteriosos relatos históricos da
cidade.
As mulheres, entretanto, marcaram
presença, e efetiva atuação, em
quase todos os setores da vida
cultural uberabense - mesmo, em
outros centros culturais do país, e
do exterior -, destacando-se, entre
eles, o da música, o do magistério,
o da área jurídica, o da moda, o da
medicina, o das artes plásticas, o
de assistência social, o da
política, o da locução radiofônica,
o do teatro, o da pesquisa histórica
e folclórica, o da literatura (
prosa e poesia), o do jornalismo, e
o da pecuária, por tradição,
dominado por homens.
O primeiro destaque é para Dinorah (
ou Dinorá ) de Carvalho, pianista e
compositora ( 1895-1980 ), que viveu
pouco tempo na cidade, pois logo,
sua família se mudou para São Paulo,
como aconteceu também, com a do seu
sobrinho, Joubert de Carvalho, que
foi, primeiro, igualmente, para São
Paulo e, depois, para o Rio de
Janeiro.
Na Capital paulista, Dinorah
matriculou-se no Conservatório de
Música, onde teve como colega, e
amigo, Mário de Andrade, um dos
organizadores da Semana da Arte
Moderna, de 1922. Dinorah, ao se
formar, em piano, com as melhores
notas, no Conservatório, recebeu
bolsa de estudos, na França, do
governo de Minas Gerais.
Em Paris, Dinorah aperfeiçoou seus
estudos, com Isidor Philipp. Ao
retornar a São Paulo, foi
apresentada, por Mário de Andrade,
ao professor e maestro Lamberto
Bardi, com quem aprimorou seus
conhecimentos de composição e
regência. Ela criou, na Capital
paulista, uma escola de música, que
levava o seu nome. Nos anos de 1960,
o maestro Souza Lima, que conheci,
organizou, no Teatro Municipal de
São Paulo, um Festival Dinorah de
Carvalho. Entre suas principais
peças, que são quase quatrocentas,
se destacam: " Missa De Profundis ",
" Três Danças Brasileiras ","
Serenata da Saudade ", " Arraial em
Festa " e " Noite de São Paulo ",
essa sobre um texto do poeta
Guilherme de Almeida, de quem era
também muito amiga.
Nair Carvalho Medeiros, também
pianista, da mesma família de
Joubert de Carvalho, e de Dinorah de
Carvalho, teve, como seus ilustres
parentes, carreira brilhante, como
concertista, no país, e na França,
onde se casou e, em Paris,
permaneceu morando.
No campo da música, nas décadas de
quarenta, e, parte da de cinquenta,
a figura feminina mais expressiva,
era a da professora Odete Camargos,
embora se dedicasse mais ao
magistério musical ( canto coral ),
na Escola Normal Oficial, e, de
piano, em casa, onde tinha muitas
alunas e alunos, competindo,
naturalmente, com o grande nome da
música uberabense, Renato Frateschi,
que deixou mais de 400 composições
musicais. Em meu livro de memórias,
"As Raparigas da Rua de Baixo",
assim tento fazer a figuração de
Dona Odete Camargos:
"A palavra " enérgica " era tida, na
época, como a mais fluente e
adequada para designar um bom
mestre, um bom educador. Quando se
dizia que alguém era " enérgico", já
se entendia tratar-se de um bom
profissional de ensino, ou seja, que
sabia impor seus conhecimentos aos
seus alunos. Tal era o caso, sem
dúvida, de Dona Odete, que, de
exemplar maneira, não só parecia
trazer estampada a palavra "
enérgica", na testa - emoldurada por
uma cabeleira meio grisalha -, como
envergar, bem ao seu estilo, uma
postura rígida e austera."
Em 1949, Dona Odete, em sociedade
com a pianista Mirthes Bruno, criou
o Instituto Musical Uberabense,
quase ao mesmo tempo, em que o casal
Alberto Frateschi e Alda Loes
Frateschi fundaram o Conservatório
Musical de Uberaba, atualmente,
denominado Conservatório Musical "
Renato Frateschi ". Por ambas
instituições, formaram-se várias
pianistas, que abrilhantaram, na
ocasião, o panorama musical de
Uberaba.
Maria Emília Osório, que, logo
depois de se tornar a primeira
formanda, pelo Conservatório Musical
de Uberaba, mudou-se para Brasília,
onde aprimorou seus estudos, com a
pianista e compositora Neusa França,
e com o professor Ney Salgado, além
de fazer várias apresentações, na
Capital da República. Maria Emília é
neta do maestro Carlos Maria do
Nascimento, um dos regentes da Banda
União Uberabense, e filha de Sylvia
Nascimento, a qual, como atriz,
integrou, na década de trinta, o
Grupo Arthur Azevedo, responsável
por diversas montagens de textos
teatrais, de autores brasileiros, no
antigo Cine Royal, sob a direção de
Renato Frateschi.
Valmira Cardoso, de apurada técnica
pianística, dedicada às
interpretações dos românticos,
Chopin e Debussy, se apresentou, em
diversos concertos, no Jockey Club
de Uberaba, mas, frágil de saúde,
cedo, desapareceu. O mesmo
aconteceu, com Isa Lais Bernardes
Ferreira, neta, como eu, do maestro
Eloy Bernardes Ferreira, também
regente da Banda União Uberabense, a
qual se transferiu, logo, para Belo
Horizonte, fez uma única
apresentação, no Teatro Francisco
Nunes, como solista, acompanhada
pela Banda Musical do Corpo de
Bombeiros da cidade, assumiu o
magistério, no Conservatório Musical
de BH, e morreu, prematuramente,
três anos depois de formada.
Outro nome de destaque, entre as
pianistas da época, é o de Lélia
Bruno Sabino, que, além de várias
apresentações, na cidade, mais tarde
emprestou o seu talento como
escritora de crônicas, e diretora do
Arquivo Público Municipal, criado em
1985.
Atualmente, o grande nome da música,
em Uberaba, é o da maestrina Olga
Maria Frange de Oliveira, graduada,
em piano, pelo Instituto Musical
Uberabense e, como instrumentista,
pela Faculdade de Artes, da
Universidade Federal de Uberlândia.
E pós-graduada, em Cultura e Arte
Barroca, pela Universidade de Ouro
Preto, além de bacharel, em Direito,
pela Universidade de Uberaba -
Uniube. Ex-Diretora Geral da
Fundação Cultural de Uberaba, onde
foi também conselheira da área de
música e de dança, e diretora
cultural. É professora de piano,
percepção musical e canto coral.
Escritora de crônicas para o "
Jornal da Manhã" e conferencista -
no Brasil e, no exterior: na França
( Universidade da Sorbonne ), e, em
Portugal, a convite do governo,
tendo, no país, trabalho, publicado
pela Fundação Coluste Gulbekian,
sobre " A Modinha e o Lundu, no
Período Colonial".
É também a maestrina Olga Maria
Frange de Oliveira regente do Coral
Artístico Uberabense, que inaugurou,
recentemente, o Coro da Igreja de
São Domingos. Pesquisadora emérita,
ela prepara, atualmente, para ser
lançado, em março do próximo ano,
durante as comemorações do
bicentenário da cidade, o livro " Os
Pioneiros da História da Música, em
Uberaba", abrangendo o início do
século XIX ( 1815 ), com a criação
da Banda dos Bernardes, primeira
expressão artística da cidade,
fundada por Silvério Bernardes
Ferreira, meu antepassado, no
Arraial da Capelinha e, depois,
transferida para Uberaba. A pesquisa
da maestrina se estende até a década
de 1980 ( século XX ), com a morte
dos últimos pioneiros.
Entre cantoras, destaca-se o nome de
Honorina Barra, que, também, viveu
pouco tempo na cidade, pois, com
apenas seis anos, mudou-se com a
família para Goiânia, onde, logo,
começou a se destacar, como cantora
lírica ( soprano ), sendo sempre
convidada, pelo governador, Pedro
Ludovico,
a se apresentar, nas solenidades
oficiais do Estado de Goiás.
Mudando-se, depois, para o Rio de
Janeiro, aprimorou seus estudos de
canto, na Escola Nacional de Música,
fazendo, depois, diversas
apresentações, no Teatro Municipal
e, na Rádio do Ministério da
Educação. Dos quinze concursos, dos
quais participou, ganhou quase todos
eles. Regressou, mais tarde, a
Goiânia, onde assumiu a vaga de
Professora de Canto, da Universidade
Federal de Goiás.
Entre outras cantoras líricas, de
expressão, da cidade, podem ser
citadas: Sylvia Riccioppo ( soprano
), Cordelia Borges, Arailda Gomes
Alves ( soprano ligeiro ) - também
escritora, cronista de muito fôlego,
com vários livros publicados, entre
eles, " A Voz Que Pensava Demais", "
Poetas Del Mundo em Poesias " e "A
Saga dos Frateschi" -, Dora
Bellochio, Adelaide Novaes, que se
apresentou, em diversos recitais, em
Belo Horizonte, e Eleusa Fonseca (
sopranos ligeiros ). Essa ultima foi
também, atuante agente cultural,
criadora do Núcleo Artístico e
Cultural da Juventude - NACJ -,
entidade, que dominou as atividades
artístico-culturais, na cidade, na
década de cinquenta, do século
passado.
Eleusa foi igualmente a criadora do
" Presépio ao Vivo", encenando, com
crianças, durante dois, ou três
anos, consecutivos, as cenas do
nascimento
de Cristo, nas escadarias da
Catedral, uma tradição, que deveria
ter sido mantida. Como atriz, ela
integrou o Departamento de Teatro do
NACJ, participando das montagens de
" Casa de Bonecas ", de Henrik
Ibsen, sob minha direção, e de "
Assim é, se lhe Parece", de Luigi
Pirandello, sob a direção de
Petronio Borges. Outras atrizes,
que, como Eleusa, se projetaram, na
referida instituição, foram: Lígia
Varanda, Irene Dias, Terezinha
Teixeira e Venina Nunes.
Por não ter conseguido o apoio da
Câmara Municipal - impulsionada, em
sentido contrário, por Alda Loes
Frateschi, e pelo vereador Dioclecio
Campos - para a construção, na Praça
de Santa Rita, do Teatro de
Alumínio, projetado por Germano
Gultzgolf, cuja construção tinha
recursos aprovados pela Assembleia
Legislativa do Estado, decepcionada,
Eleusa abandonou, de vez, suas
atividades culturais e,
infelizmente, anos mais tarde, por
exercer a benemerência, a quem não a
merecia, teve morte, de forma
trágica, violenta.
Na linha de cantoras populares, deve
ser citada ainda Martha Mendonça,
nome artístico de Irenice Mendonca
Ferreira, nascida, na cidade, em
1940, que alcançou certo tipo de
popularidade, em São Paulo, por ser
casada com o cantor capixaba Altemar
Dutra, morto prematuramente.
Vale aqui ressaltar a importância,
que Dona Quita Próspero deu ao
desenvolvimento da cultura e das
artes, em Uberaba, durante o mandato
de seu marido, Dr Antônio Próspero,
como prefeito da cidade ( 1951 -
1955 ). De fato, nenhuma
Primeira-dama, nem antes, nem depois
dela, colaborou tão intensivamente,
com o movimento cultural, na cidade,
especialmente com o teatro - a arte,
que mais amava -, pois, foi ela a
incentivadora da criação
do Teatro do Estudante, sob a minha
direção, vinculado à União
Estudantil Uberabense.
Sob os auspícios de Dona Quita, foi
realizada a primeira, e única,
Semana do Teatro, em Uberaba, que,
além da encenação de vários autores
brasileiros, até mesmo um do
Triângulo Mineiro, contou com a
presença do embaixador Paschoal
Carlos Magno , recebido por ela, no
aeroporto da cidade, criador do
Teatro do Estudante, do Rio de
Janeiro, revelador de inúmeros
talentos do teatro brasileiro, como
Sérgio Cardoso, Cacilda Becker,
Ítalo Rossi, Teresa Raquel, Sérgio
Brito e outros. A Primeira-dama se
entusiasmava tanto, com o desempenho
dos atores do Teatro do Estudante,
que nos acompanhou, por duas vezes,
para apresentações, sempre muito
concorridas, na cidade de
Sacramento, localizada também, no
Triângulo Mineiro.
No setor político-administrativo da
cidade, destaca-se também o nome de
Helena de Brito, primeira mulher
eleita, para a Câmara Municipal,
graças à popularidade, que ganhou,
ao criar cursos de catequese,
ministrados, principalmente, por
frades Dominicanos, como o Juventude
Estudantil Católica - JEC -, o
Juventude Universitário Católica -
JUC, o Juventude Operária Católica,
além de outros mais, que tinham, por
sede, um edifício, localizado, na
Praça do Uberaba Tênis Clube, atrás
da Faculdade de Medicina.
A primeira modista da cidade -
especializada, porém, em trajes, e
adornos ( bouquets e grinaldas) para
noivas, pois, era também florista,
com curso de formação, em São Paulo
-, foi Dona Nair Ribeiro, criadora
da loja " A Noiva ", localizada na
Rua Arthur Machado, no trecho que
fica entre a Avenida Leopoldino de
Oliveira, e a Praça Ruy Barbosa, a
qual atraia clientes de todo o
Triângulo Mineiro. Dona Nair,
inspiradora de Marquito, estilista
uberabense, de fama internacional,
especializou-se também, na arte da
ornamentação de igrejas, para as
cerimônias religiosas de casamento.
E, posteriormente, dedicou-se ainda
a criar fantasias carnavalescas,
para concorrer aos prêmios dos
famosos bailes do Jockey Clube de
Uberaba.
Numa época - década de cinquenta -,
em que, antes das sessões
cinematográficas, de oito da noite,
aos domingos, no Cine Metrópole,
acontecia um verdadeiro desfile de
elegância das mulheres uberabenses,
ao som da "Marcha Turca", de Mozart,
outra modista famosa, especializada
em vestimenta sob medida, bem como
trajes de noite, era Dona Santinha
Roberto, que tinha seu ateliê de
costura, montado, em sua ampla
residência, cercada de um vasto, e
arborizado quintal, situado no
bairro Estados Unidos. Dona Santinha
também aderiu à feitura de fantasias
para concorrer aos prêmios dos
bailes carnavalescos, do Jockey
Clube de Uberaba.
Como os bordados estavam em alta,
tanto nas fantasias carnavalescas,
como, nos vestidos de noivas, e
também, nos trajes de noite, o
ateliê, liderado por Adélia Novaes
Andrade, e suas duas filhas, Arailda
e Romilda Novaes Andrade, localizado
na Avenida Presidente Vargas, era o
mais solicitado, o qual recebia,
igualmente, alunas, desejosas de se
iniciarem na profissão de
bordadeira, uma das mais rendosas,
de então.
No setor da pecuária, amplamente
liderado por homens, como já disse,
o nome de Dona Ibrantina de Oliveira
Penna, viúva do criador José Jorge
Penna, precisa ser lembrado, entre
os introdutores do gado zebu, nos
rebanhos do Triângulo Mineiro. Em
1920, a fazenda Cedro, origem do
rebanho JJ, de propriedade do casal,
importou, da Índia, dois bois, de
raça apuradíssima, Africano e
Lobishomem. Esse segundo conquistou,
logo, o concurso da I Exposição de
Gado Zebu de Uberaba.
Após a morte do marido, Dona
Ibrantina assumiu o comando da
fazenda, tida então como matriz da
raça Gir. Foi, nessa fase, que
nasceu Turbante, filho de
Lobishomem, que venceu o concurso
Rei Zebu, promovido pela Exposição
de Uberaba, considerado como o touro
mais forte, produzido no Triângulo
Mineiro. Dona Ibrantina foi também
magnânima assistente social, pois,
enquanto a situação lhe foi
favorável, promovia farta
distribuição de cestas de alimentos
para a população mais pobre de
Uberaba, nas festas de finais de
ano.
Nomes, que merecem ser
reverenciados, no setor do
magistério, são os de Irma Domitila
Ribeiro Borges, o de Eunice Puhler,
o de Leila Venceslau Rodrigues da
Cunha, todas também escritoras, e o
de Lourdes Fernandes Pontes, que se
dedicaram, por longo tempo, à
profissão. A primeira, durante 36
anos; a segunda, criadora e diretora
do Grupo Escolar Uberaba, e, durante
30 anos, do Colégio Dom Eduardo; a
terceira, durante 27 anos, lecionou
Português e Literatura, na Escola
Agrotécnica; e, a quarta, que
permaneceu 25 anos, em sala de aula.
Todas elas demonstraram uma exemplar
lição de amor à profissão que
abraçaram, a de ensinar, o que não é
muito comum, nos dias que correm.
Igual merecimento se deve
reconhecer, em relação à Dona
Cecília Palmério, que não só ajudou
o marido, Mário Palmério, a criar,
mas também a administrar, o Colégio
do Triângulo Mineiro, pedra angular
das Faculdades, que constituem,
hoje, a Universidade de Uberaba -
Uniube, onde estudei. Dona Cecília
dá nome, hoje, a um centro cultural,
vinculado à Uniube. Vale aqui
lembrar, a propósito, que foi da
Faculdade de Medicina, criada por
Mário Palmério - mais tarde,
federalizada por Juscelino
Kubitschek -, que se graduou a
primeira médica uberabense, Dra,
Nilza Martinelli.
Mas outros nomes, da mesma têmpera,
devem ser mencionados, como as
irmãs, Corina e Olga de Oliveira. A
primeira, foi, por longos anos,
diretora do Grupo Escolar Brasil, e,
a segunda, lecionou, também, por
longo período, na Escola Normal de
Uberaba, a língua, e a literatura
francesas, pelas quais era
apaixonada. Entre suas preferências
literárias, figuravam Alfred de
Musset e Chateaubriand.
Ainda, na Escola Normal, merecem
citação: Laura Pinheiro, da cadeira
de Ciências Naturais, Esperança
Ribeiro Borges - artista plástica,
como Estela Chaves, que produzia, da
areia, as tintas, por ela usadas, em
suas pinturas, e, também como, Sonia
Carolina Batista de Andrade, poeta,
escritora, artista plástica e
psicanalista, hoje, radicada em
Brasília, ilustradora dos próprios
livros, como "Falando de Amor".
Outros nomes, que se dedicaram ao
magistério, foram: Edith Novaes
França e, sua sobrinha Adilia Novaes
França; Hilda Martins; Iaiá Pontes;
Terezinha Macciotti, Marília de
Oliveira Magalhães - coordenadora de
pessoal, da área de ensino,
abrangendo mais de 20 municípios, do
Triângulo Mineiro -, Maria de
Lourdes Melo Praes, igualmente
escritora ( " Educaderno e Caderno
de Cultura ", "Administração
Colegiada da Escola Pública ", "
Escola: Curriculo e Ensino ", "
Escola Cidadã ", e outros ), e Geni
Chaves, que escreveu uma gramática
funcional e, mais tarde, mudando-se,
para Brasília, criou um curso de
alfabetização.
Tanto, na área do magistério
universitário, como, na da
consultoria jurídica, ou, no setor
da benemerência social, um nome,
que se evidencia, na atualidade, é o
da Dra. Mirto Fraga, detentora de um
curriculum notável, que a credencia,
sem dúvida, entre as mulheres
importantes para a cultura de
Uberaba. Ela estudou no Colégio
Cristo Rei, na Escola Normal
Estadual, e na Faculdade de Direito,
da Uniube. Exerceu o magistério
universitário - Direito
Constitucional, Direito Público e
Constitucional, Teoria Geral do
Estado, Introdução à Ciência
Política e Prática de Processo Civil
-, na Faculdade em que se formou (
1966 ). Ainda, na cidade, lecionou -
Instituições de Direito Público e
Instituições de Direito Privado -,
na Faculdade de Ciências Econômicas
do Triângulo Mineiro. Na
Universidade de Brasília - UnB -, em
substituição ao Dr. José Francisco
Rezek, designado para integrar a
Corte de Haia, lecionou Direito
Internacional Público.
A Dra. Mirto Fraga exerceu a
advocacia, em Minas Gerais, de 1962
a 1976. Foi consultora do Instituto
de Pesquisas, Estudos e Assessoria,
do Congresso Nacional, e integrou o
Ministério Público, de 1977 a 1985.
Foi Assessora, na Câmara do
Deputados e, no Senado Federal, e
Consultora da Advocacia-Geral da
República. Integrou diversos Grupos
de Trabalho e participou de várias
missões, no exterior, como
integrante, por exemplo, da
Delegação Brasileira, nas
negociações do Tratado de
Extradição, com a França. Tem
inúmeros trabalhos publicados, em
jornais e revistas especializadas,
como " A Dupla nacionalidade, no
Direito Brasileiro", e muitos
outros, principalmente, no campo do
Direito Constitucional. Além disso,
recebeu o troféu " Cecília Meireles
", no evento " Mulheres Notáveis",
realizado, em Belo Horizonte, em
2004, o prêmio de " Maior Doação",
na Corrida e Caminhada Contra o
Câncer de Mama ( 2005 e 2006 ), e o
prêmio " Solidariedade", pela
efetiva colaboração, dada, para a
construção do Hospital da Criança de
Brasília "José de Alencar".
Aqui - a propósito da colaboração,
dada pela Dra. Mirto Fraga, a várias
iniciativas, em Brasília, de
assistência social -, é preciso
lembrar também o valoroso trabalho,
em Uberaba, de Aparecida Conceição
Ferreira ( Dona Aparecida ), que,
sozinha, contando apenas com
doações, colhidas, por ela própria,
nas ruas da cidade e,
posteriormente, nas de São Paulo,
construiu o Hospital do Pênfigo (
Fogo Selvagem ), em 1959. Nascida
em Igarapava, Dona Aparecida, quando
chegou à cidade, com marido e
filhos, foi trabalhar, como
enfermeira, no setor de isolamento,
da Santa Casa de Uberaba, que, em
certo momento, teve de suspender,
por ser difícil e dispendioso, o
tratamento dos portadores da doença.
Inconformada com o que via, Dona
Aparecida levou todos os pacientes
para a sua casa, iniciando, assim, a
sua luta, pela criação do Hospital.
Foi, mais ou menos por essa época,
que, de forma providencial, Chico
Xavier apareceu, na cidade e,
impressionado com a abnegação de
Dona Aparecida aos doentes, passou a
ajudá-la, em sua fervorosa batalha.
Muito antes desse grande feito de
Dona Aparecida, entretanto, ou mais
precisamente, na década de trinta, a
senhora Maria Modesto Cravo ( Dona
Modesta ), nascida, na cidade, em
1899 , que teve formação católica,
inspirada nas palavras do médium
espírita Eurípedes Barsanulfo, de
Sacramento, após o surgimento nela
dos primeiros fenômenos mediúnicos,
criou, em 1934, o Sanatório Espírita
de Uberaba, cujo projeto recebeu
mediunicamente. Em 1938, o Sanatório
foi inaugurado, pelo presidente do
Centro Espírita de Uberaba, o
sanitarista Dr. Henrique von Krugger,
tendo como diretor clínico, o Dr.
Inácio Ferreira -, também de
orientação espírita e, como
psiquiatra, seguidor da linha de
pensamento de Freud. Atualmente, o
Sanatório Espírita passa por grandes
dificuldades para continuar,
prestando assistência aos portadores
de doenças mentais.
A História, infelizmente, não
guardou os nomes das muitas
enfermeiras, que, no século XIX,
enfrentando inúmeras dificuldades,
cuidaram dos soldados, doentes,
feridos, participantes das forças
militares, para a campanha de Mato
Grosso, ao eclodir a Guerra do
Paraguai, os quais chegaram à
cidade, em 18 de julho, de 1865,
depois de uma viagem de quatro
meses, vencendo distância de 93
léguas, desde Santos, no Estado de
São Paulo. Essas enfermeiras merecem
também, penso eu, terem, aqui, suas
memórias reverenciadas.
É no setor do jornalismo e das
letras, contudo, que as mulheres
importantes para a cultura de
Uberaba são mais numerosas, de
acordo, com a
" Coletânea Biográfica de Escritores
Uberabenses", organizada por Sonia
Maria Rezende Paolinelli, publicada
pela Sociedade Amigos da Biblioteca
Pública Municipal " Bernardo
Guimarães". Destaca-se, nesse
sentido, o nome de Iná de Sousa,
que, com um irmão, Nicanor de Sousa
Junior, criou a famosa revista "
Graça e Beleza", impulsionadora da
vida social da cidade, nas décadas
de quarenta e cinquenta. Suas
crônicas foram reunidas no livro "
Fragmentos ", o único, que publicou,
em vida.
Iná de Sousa, que foi também
diretora da Biblioteca Municipal "
Bernardo Guimarães", empenhou-se, ao
lado de Eleusa Fonseca, na frustrada
campanha para construção do Teatro
de Alumínio, sucedendo-a, depois, na
presidência do Núcleo Artístico e
Cultural da Juventude - NACJ.
Idealista, Iná - em companhia da
vice-presidente da entidade, Mirthes
Bruno, também grande artesã - não
se furtou, em me ajudar, na tarefa
de adaptar um barracão da
Prefeitura, localizado na Rua 13 de
Maio, cedido ao NACJ, sob a forma de
comodato, pela primeira
administração de Arthur de Mello
Teixeira ( 1955-1959 ), num Teatro
de Bolso, de 120 lugares,
inaugurado, em maio, de 1958, com a
montagem da peça " Cândida", de
George Bernard Shaw, sob minha
direção. A criação do Teatro de
Bolso foi o tema escolhido por Luíza
Ritz Bertocco, natural de São Paulo,
para o seu excelente trabalho de
graduação, em Letras, pela
Universidade do Triângulo Mineiro, o
qual, lamentavelmente, necessitando
de patrocínio, permanece inédito!...
Ainda, no setor do jornalismo, as
figuras femininas, que despontam,
com base em informações colhidas, no
livro " Periódicos Culturais de
Uberaba ", de Guido Bilharinho, são:
Maria Aparecida Manzan, criadora, no
âmbito do Arquivo Público de
Uberaba, da revista " Documento e
História" ( 1989 ), do boletim
informativo " Acervo Cultural" (
1990 ), da revista " Memória Viva "
( 1990 ) e " Cadernos de Folclore" (
1993 ), que surgiu, com uma edição
especial, dedicada às Folias de
Reis, a qual revelou outra
pesquisadora, de mérito, Sonia Maria
Fontoura; professora e escritora
Vânia Maria Resende, responsável
pela série, de sete livros, sob o
título " Antologia Literária
Infanto-juvenil Vinicius de Moraes
", com textos de crianças e jovens,
do Estado de Minas Gerais, e pela
editoria do jornal " Nova Dimensão",
da Secretaria Municipal de Educação;
Lenice Sivieri Varanda, editora da
revista " Reflexos"; Márcia
Maldonado, editora da revista "
Voila ".
Devem ser citadas ainda: Ellen
Gomes, editora da revista " Revista
da Zito"; Marisa Borges de Brito,
editora de " Ponto de Encontro"; Eva
Reis, poeta, autora do livro " A
Fiandeira", e editora do jornal " A
Trova Na Trova"; Adriana Helena
Soares, editora de " Cidade Atual "
; Mariana do Espírito Santo, editora
do jornal literário " MUH!"; e
Lídia Prata Ciabotti, presidente do
Grupo JM, que edita, há mais de 45
anos, o " Jornal da Manhã", cujo
acervo foi adquirido, recentemente,
pelo Arquivo Público Municipal, o
qual já havia adquirido o do "
Lavoura e Comércio " ( 1899-2003 ).
Ambas aquisições se deram na gestão
de Marta Zednik de Casanova, também
autora do livro " Biblioteca Pública
Municipal " Bernardo Guimarães" -
Evolução Histórica: 1909 - 2009 - Um
Século de Cultura ", lançado nas
comemorações do centenário da
Biblioteca.
Na " Coletânea Biográfica de
Escritores Uberabenses ",
organização de Sonia Maria Rezende
Paolinelli, figuram ainda as
seguintes escritoras, citadas aqui,
com algumas de suas obras: Ana Maria
Leocádio ( " Eu e a Paz", poesia );
as irmãs, gêmeas, Ani e Iná ( "
Gêmeos, Semelhança Oculta", " Viagem
Cósmica" ) ; Brunhrild Maria Fátima
de Souza ( " Ovo de Gente" e "
Engenharia, Arte de Construir Vidas
" ); Consuelo Pereira Rezende do
Nascimento
( " Mundo Esse ", " Em Tempo", "
Narco-Íris ", poesias ); Dea
Rodrigues da Cunha Campos Rocha ( "
Os Comes e Bebes, nos Velórios das
Gerais, e Outras Histórias " );
Delia Maria Prata Ferreira ( " Do
Silva ao Prata" ); Dirce Miziara ( "
São Paulo aos Coríntios, na Passagem
do Século" ); Irmã Domitila Ribeiro
Borges ( " Fonte Selada" , " Flor
Intocada", " O Santo Que Me Encantou
" ); Eliane Mendonça Marquez de
Resende ( " Uberaba, Uma Trajetória
Sócio-Econômica 1811-1940", "
Arquivos Cartoriais " , " Guia
Curricular de História" e " ABCZ:
História e Histórias"; Eliete
Rodrigues Pereira
( " O Poder do Sexo" ); Elza
Herminia Sabino Mendes ( " Retalhos
de Vidas" , " Porto Alegre: Essa
Doce Gaúcha" , " Tributo de uma
Vênus " ).
São citadas ainda, na " Coletânea ":
Eunice Puhler ( " Menino do Mar ", "
Menino de Cristal ", " Menino do
Cerrado" , " Menina Rosa ", " Menina
dos Olhos de Deus ", " Coração do
Cerrado ", " As Mil e Uma Ruas Por
Onde Andou... Minha Infância ", e
outros ) ; Eva Reis ( " Fiandeira "
, " Cantares: Trovas de Outono ";
Gina Mara Silva ( " Sementes de Amor
" ); Leila Venceslau Rodrigues da
Cunha ( " Improvisos " ) ; Lourdes
Marques de Almeida
( " Cantando Vivências " , " Quando
eu Crescer " ); Lusa Almeida Soares
de Andrade ( " Barracão de Barro:
Cerâmicas" ) ; Magda Vilas-Boas
( " Relaxamento Com Crianças", "
Terceira Idade: Uma Experiência de
Amor " , " Crianciranda: Terapia
Corporal com Crianças", " Atraindo
Realizações " e outros ) ; Márcia
Queiroz Silva Baccelli ( " A Porta
de Céu ", " Além do Arco-Iris ", " O
Violinista ", " A Estrelinha
Beatriz" , " Chico Xavier Para
Sempre", " O Mineiro do Século " ,
e outros ); Maria Abadia Enes
Lombardi ( " Mel, a Abelha " );
Maria Ângela Cusinato ( "Sentimentos
Escritos nas Estrelas",
" Recados de uma Luz" ).
Na referida " Coletânea ",
destacam-se também: Irmã Maria
Antônia de Alencar ( " Opúsculo Uma
Alma Celeste", As Flores do Meu
Jardim ", " No Claustro, Com Meus
Amigos ", " Meu Canto Ao Por do Sol
" , " Últimas Flores " , e outros,
inclusive CDs de Poesia; Maria
Antonieta Borges Lopes
( " ABCZ - 50 Anos de História e
Histórias ", " ABCZ : História e
Histórias ", " Dominicanas: Cem Anos
de Missão no Brasil ", e outros ) ;
Maria Regina Basílio Teodoro dos
Santos ( "Uma Palavra para Você que
está..." ); Mariane Bellocchio
Fontoura Borges ( " Família: Amora
Doce & Limão Galego" ) ; Selma Amuí
( " Professor: Profissão ou Sina?"
) ; Suely Braz Costa ( " Cada
Pessoa é uma Empresa ", " O
Ministério da Família ", "
Educador", " Minha Viagem à Índia ",
" Marketing Pessoal: Teoria e
Prática ", e outros ); Teresa Maria
Machado Borges ( " Criança em Idade
Pré-escolar Escolar, " Ensinando a
Ler, sem Silabar: Alternativas
Metodológicas " , " Alfabetização
Matemática - Do Diagnóstico à
Intervenção" ); Teresinha Caubi de
Oliveira ( " Sinfonia de Quintal ",
" Boa Noite, Dona Lua ", " Fuga do
Pantanal", " Monólogo da Natureza ",
" Encontro das Aves", " Com a
Palavra, os Mamíferos ", e outros ),
e Terezinha Hueb de Menezes ( "
Tempesfera ", " Temas do Cotidiano
", " Quantas Saudades do Colégio
Vou Levar ", e " Murilo Pacheco de
Menezes, o Homem, e seu Legado ).
A doçaria, que hoje floresce, na
cidade, começou a se desenvolver,
plenamente, ao final da década de
40, do século passado, quando duas
doceiras, de escol, entre outras,
exercendo suas atividades, no âmbito
doméstico, simplesmente, se
destacaram, por suas criações,
tidas, então, como originais, mas
muito apreciadas, pela sociedade
uberabense.
A primeira delas, foi Dona Diva
Lemos de Abreu - mãe de uma Miss
Uberaba, Maria Josina -, que lançou,
atendendo apenas a encomendas, em
embalagens de metal ( alumínio ou
latão ) , um doce de leite,
inigualável, com textura bastante
semelhante à do mel, meio puxento,
que se mantinha, no céu da boca, por
algum tempo, e de um sabor
extraordinário, lembrando, um pouco,
ao de um refinado chocolate, como o
que é produzido, na França, na
Bélgica, e, na Suíça.
Lamentavelmente, o doce de leite,
hoje produzido, nos dias que correm,
em larga escala, na cidade, nada, ou
quase nada, tem a ver com o de Dona
Diva Lemos de Abreu. Era
verdadeiramente sublime!...
A segunda, foi Dona Acelina Novaes
Magalhães, que, entre outros tipos
de doces, finíssimos, por ela
produzidos, também por encomendas,
para festas, recuperou a receita de
um manjar, a Siricaia, de origem
indiana, trazida ao Brasil, pelos
portugueses, no período colonial (
1638 ). A Siricaia é uma espécie de
creme ( ou manjar ), feito à base de
leite, açúcar, ovos e raspas de
casca de limão. Na Índia,
acrescenta-se também fruta-de-conde.
As versões de receitas da Siricaia,
que derivam da original, têm sempre
um ponto em comum: o leite é
fervido, antes de serem
acrescentados os demais
ingredientes. A receita vai ao
forno, em banho-maria. No Brasil,
segundo Câmara Cascudo, existem duas
versões, diferentes - a da Bahia, e
a de Pelotas, no Rio Grande do Sul,
que, segundo ele, é a mais
autêntica. Mas, de uma forma geral,
não se perpetuou, entre nós, o gosto
pela Siricaia, como se perpetua, até
hoje, em Portugal.
Na época, a Siricaia, de Dona
Acelina Magalhães, era muito
servida, e apreciada, por exemplo,
nas tertúlias literárias, que
estavam em alta, com apresentações,
em residências familiares, de
cantoras e de declamadoras. Foi
nessas tertúlias, por sinal, que
apareceu Altiva Fonseca, declamadora
dos poemas de Olavo Bilac, e de
outros poetas, em voga, na época,
que, por ser possuidora de timbre de
voz bastante semelhante ao da
rádio-atriz, Ísis de Oliveira, da
Rádio Nacional, do Rio de Janeiro -
de muito sucesso, então, como
intérprete da novela " O Direito de
Nascer ", do cubano Felix Cañet -,
logo foi contratada, pela PRE-5,
para ser a primeira locutora
uberabense.
Altiva era irmã do polêmico advogado
Pelópidas Fonseca, e tia de Eleusa
Fonseca, já mencionada acima. Outras
locutoras, que se seguiram, para
fazerem história, na emissora, da
família Jardim, foram: Iara Lins,
que prosseguiu, na carreira, em São
Paulo, primeiro, atuando, como locutora,
na Rádio Tupi, depois, mais tarde,
como atriz, nas novelas,
transmitidas pela TV- Tupi; Marina
Márquez e Lídia Varanda, que, como
também foi dito acima, integrou o
Departamento de Teatro, do Núcleo
Artístico e Cultural da Juventude,
inesquecível intérprete da senhora
Frola, personagem central da peça "
Assim é, se lhe Parece", de Luigi
Pirandello.
O leitor deste simples relato,
compreenderá, finalmente, como assim
espero, que, nele, procurei
demonstrar, que os conceitos de
cultura, principalmente, em nosso
país, são mutáveis, pois se tornam,
através dos tempos, ultrapassados,
antiquados, ou obsoletos, como, por
exemplo, os casos lembrados aqui
dos desfiles de elegância feminina,
antes das sessões de cinema, das
tertúlias literárias, dos bailes
carnavalescos, do gosto pela
Siricaia, etc. Tudo muda, com o
tempo. Como voraz absorvedor de
culturas de outros povos, o Brasil,
facilmente, despreza as suas
culturas próprias, tradicionais.
As pessoas, porém, que vivenciam (
ou as que vivenciaram ) a sua
cultura própria, sob seus variáveis
aspetos, permanecem. Eternizam-se. É
esse o caso das mulheres importantes
para a cultura de Uberaba, aqui
lembradas, que, cada uma, à sua
maneira, ou especialidade, oferece (
ou ofereceu ) sua valorosa
contribuição ao desenvolvimento de
nossa cidade. Deve haver muitas
outras, que a mim,
involuntariamente, escaparam de
serem citadas, perante as quais,
agora, me penitencio. A todas,
porém, fica registrada a minha
reverência, o meu reconhecimento,
neste ligeiro esboço de documento
histórico que, no futuro, merecerá,
sem dúvida, não só ser revisto, como
desenvolvido, e ampliado, até
eternamente!...
REYNALDO DOMINGOS FERREIRA