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OPORTUNIDADES PERDIDAS por LUÍZA
CAVALCANTE CARDOSO
Dizem que a oportunidade, na vida, é como se
fosse um cavalo que passa diante de nós, e no
qual temos de subir e cavalgar no rumo que
escolhemos. Perdida a ocasião, perdida a única
chance de êxito. Pois bem, estamos no momento
mais grave da história do mundo.
Quando um imenso contingente de vidas se perde,
na extraordinária força de um vírus com poder de
propagação e grau de letalidade.
E um sistema de saúde incapaz, em todos os
países, de atender a demanda de pacientes. Na
profunda tristeza e medo, perdemos também os
rumos da economia. No Brasil, o quadro de
dificuldades aumenta muito, porque tínhamos
sérios problemas de recuperação neste campo.
E o que acontece? Primeiramente nosso Congresso,
o segundo mais caro do mundo, onde proliferam as
mordomias e privilégios, planeja uma série de
benefícios a serem entregues pelo Executivo à
população mais desvalida e, em momento algum, se
dispõe a cortar não a carne, mas suas gorduras.
Imensas gorduras das despesas com os Fundos
Partidário e Eleitoral, emendas parlamentares,
mordomias e o valor da verba indenizatória.
O Congresso, irremediavelmente, aumenta o fosso
que o separa da sociedade. E, cada vez mais,
perde o respeito de todos nós.
São os sanguessugas da Nação. Usurpando grande
parte dos impostos, cobrados até no pão da
padaria, fazendo os mais pobres pagarem por suas
extravagâncias imorais. Nem a pandemia conseguiu
mudar a mentalidade de nossos políticos em
relação à política. Eles continuam se servindo
dela. E massacrando o povo brasileiro, na
extorsão de despesas mensais incompatíveis com a
capacidade pagadora do Executivo. Principalmente
neste momento de pandemia, onde todos, sem
exceção, colocam seus problemas econômicos nas
mãos do Estado.
Trágico também é ver o quanto subestimam a nossa
inteligência. E com discursos enviesados tentam
mostrar serviço. Assim como os profissionais de
saúde e outros tantos pelo Brasil, deveriam
estar trabalhando com mais efetividade, votando
os projetos destinados a mudar a fisionomia do
país. Como por exemplo, os relacionados a
estrutura tributária, a reforma administrativa
ou a imensa e perversa proliferação de
municípios criados para fins eleitorais,
verdadeiros sumidouros de recursos públicos. Ou
votarem a prisão em segundo instância, o fim da
reeleição para todos os cargos, inclusive os do
Legislativo e a extinção do foro privilegiado.
Pautas
econômicas e moralizadoras de nossa vida
política. Esquecidas nas gavetas do Parlamento,
como manobra estratégica.
E, por todos os deuses, as autoridades deveriam
parar de tentar convencer a sociedade que a
venda de cargos por apoio e votos é eticamente
justificável. Que a velha política do toma lá dá
cá é normal. Não, ela não é normal. Não
banalisemos o mal. Ela é corrupta. Por quê?
Porque invalida o meu voto. Aquele Partido ou
parlamentar escolhido pelo eleitor por suas
“pretensas” convicções e promessas, votará
integralmente com o governo. Fundamentando
muitas vezes suas escolhas em interesses
corporativos ou meramente pessoais.
Independentemente do meu voto. E, por favor, não
argumentar que acontece em todo o mundo. Em
quase todo o mundo a escravidão era “normal”.
Por acaso deixou de ser um dos maiores crimes
contra a humanidade? Uma última questão: quais
interesses levam a essa prática corrupta? No
mínimo, propaganda eleitoral. Mas a história da
nossa política oficial mostra que sempre foi bem
mais do que isso. No entanto, é bom não esquecer
que nós os colocamos lá!
Ainda bem que a sociedade acordou. Renovamos
parte do Parlamento. E começaram os movimentos
para somente prestigiar, nas eleições futuras,
os Partidos que não participam da velha política
e desejam moralizar o Congresso. Nosso voto será
dado depois de monitorarmos os candidatos e
Partidos. Já estamos nos organizando para isso.
Um dos poucos caminhos para melhorarmos a vida
de todos os brasileiros.
(06/2020) LUÍZA CAVALCANTE CARDOSO |
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