A FESTA ACOLHEDORA
- Maria do Carmo Pereira Coelho
Semelhante a um rio, abrindo novo leito,
vou gemendo, saio abrindo o meu.
Preciso aliviar meu peito.
Para isso, sempre peço permissão,
para saber por onde posso passar.
para saber onde vou ser acolhida.
Aprendi com minha mãe chuá, chuá e. com Jan Muá,
“ movimento é vida”.
Movimento-me, em seguida, sem direção solta no
ar.
Movimento-me sem caminho e sem ter onde aportar.
Como Potyra, que perdeu o caminho que fazia com
Braço de Ferro (seu companheiro), necessito,
sim, sou um rio, abrindo novo leito,
De vez em quando, perco as forças pela saudade
que me dilacera.
Depois, junto todas elas e faço um ramalhete de
rosas.
Em seguida, e, em frente, eu vou, com rosas de
amor cantando,
pois a festa me espera:
Certamente, naquela festa, foz onde o meu
coração será acolhido com um champanhe, meus
olhos voltarão a brilhar.
Maria do Carmo Pereira Coelho
Brasília, 17 de abril de 2011 |