Pesquisa FIJ: 61,25%
dos jornalistas brasileiros têm
aumento de ansiedade e estresse com
o trabalho na pandemia
Profissionais
brasileiros alavancam pesquisa da
FIJ sobre condições de trabalho no
contexto da pandemia.
FENAJ agora pede que
jornalistas contribuam respondendo a
outro levantamento, detalhando
sobre as condições de trabalho, os
acordos de redução de salário e os
casos de COVID-19 na categoria,
para mapeamento da situação no
Brasil.
Os jornalistas
brasileiros foram os responsáveis
por 22% do total de respostas da
pesquisa da Federação Internacional
dos Jornalistas, aplicada no Brasil
pela FENAJ entre os dias 26 e 28 de
abril, contribuindo com o maior
número de respostas no mundo, para
traçar um panorama sobre as
condições de trabalho na
profissão durante a pandemia.
Os dados mostram que
dos 295 profissionais jornalistas
que responderam à pesquisa, 51,53%
são mulheres e 48,47% são homens,
sendo que 53,08% possuem vínculo
empregatício formal e 46,92% são
freelancers.
Uma dimensão
evidenciada nos dados é a emocional.
Dos jornalistas que responderam a
pesquisa, 177 relataram aumento da
ansiedade e do estresse, equivalente
a 61,25%.
Sobre como a pandemia
afetou os salários, 59,18%
responderam que tiveram reduções e
40,82% responderam que não foram
afetados negativamente em questões
financeiras.
Na questão sobre
restrições ao trabalho de
jornalista, em que a FIJ permitiu
resposta aberta, quase 70% das
respostas indicam impactos negativos
entre os profissionais.
Das 295 pessoas que
responderam à pesquisa, 108 foram
deslocadas de editoria ou de temas
que costumavam cobrir; 25% relataram
perdas salariais ou redução nos
benefícios; 21 pessoas
foram demitidas; 15,92% relataram
falta de equipamento de proteção
para trabalho externo. Apenas
9,69% relataram não ter ocorrido
nenhuma mudança no trabalho durante
a pandemia.
Os detalhes sobre os
dados referentes ao Brasil foram
sistematizados pelo Departamento de
Saúde, Previdência e Segurança da
Federação Nacional dos Jornalistas (FENAJ),
que agora convida os
jornalistas brasileiros em atividade
para responder uma nova pesquisa,
que pode mensurar as alterações
desse cenário nos últimos dois
meses.
Por que responder à
nova pesquisa da FENAJ?
O formulário para o
levantamento da FENAJ está
disponível com o objetivo de
monitorar a contaminação por
coronavírus entre os profissionais
jornalistas, as condições de
trabalho nas redações, saber quem
continua frequentando os locais de
trabalho e quem está em home office,
e, ainda, mensurar a quantidade de
acordos individuais de redução de
salários e jornada que as empresas
de comunicação implantaram a partir
da MP 936,
para ter um
diagnóstico da realidade do trabalho
no país e avaliar possíveis ações
junto aos sindicatos.
Acesse
aqui o formulário.
Confira as respostas
dos jornalistas brasileiros
(tradução
livre: Departamento de Saúde,
Previdência e Segurança FENAJ /
elaboração e
sistematização:
FIJ)
Como seu trabalho foi
afetado pela pandemia? (289
respostas)
Perdi meu emprego
(21) 7,27%
Perda de benefícios /salário (75)
25,95%
Mudança dos temas que costumo cobrir
(108) 37,37%
Falta de equipamento para proteção
em trabalho externo (46) 15,92%
Falta de equipamento para trabalhar
em casa (57) 19,72%
Mudança nos padrões do trabalho (65)
22,49%
Aumento das desigualdades na redação
(22) 7,61%
Aumento da ansiedade e do estresse
(177) 61,25%
Restrições legais para fazer o
trabalho (51) 17,65%
Meu veículo de comunicação fechou
(14) 4,84%
Fui denunciado por minhas
informações sobre Covid-19 (8) 2,77%
Fui preso por informar sobre a Covid-19
(12) 4,15%
Fui agredido por minhas reportagens
(12) 4,15%
Tenho dificuldades de encontrar
fontes independentes (55) 19,03%
Não mudou nada (28) 9,69%
Saiba mais:
FENAJ
inicia levantamento sobre
jornalistas infectados pela Covid-19
Liberdade de imprensa e Covid-19:
Pesquisa da FIJ revela crise na
cobertura da pandemia
Acesse
aqui o resultado completo da
pesquisa com os dados do Brasil