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A DESASTROSA ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DE SAÚDE - OMS
Impressionante como tudo o que estamos vivendo
hoje, em relação à propagação mundial das
doenças causadas pelo coronavírus, foi previsto
no filme CONTÁGIO (2011), de Steven Soderbergh,
com base no roteiro de Scott Z. Burns, inspirado
num relatório, produzido por uma comissão de
especialistas, montada pela Organização Mundial
de Saúde - OMS -, com o objetivo de responder às
críticas que a instituição já vinha sofrendo, em
escala mundial, por sua desastrosa gestão da
chamada gripe H1N1. O filme de Soderbergh foi
também financiado - custou 60 milhões de dólares
- pela OMS, com esse mesmo intuito de fazer
atenuar as incômodas e crescentes críticas, com
as quais a inoperante organização vinha sendo
atacada, em todos os pontos do universo.
Relendo agora a " Coletânea de Textos ", meus,
que a jornalista, escritora e blogueira, minha
amiga, Theresa Catharina de Góes Campos me
presenteou, num trabalho excepcional do
webmaster/ design, técnico em informática, e
bacharel em Direito, Walter Ferreira, encontrei
o comentário, que redigi, na ocasião do
lançamento, em Brasília, da película CONTÁGIO,
de Steven Soderbergh. Ei-lo:
" Como pretexto, ao que parece, de atenuar as
críticas formuladas, mundialmente, à Organização
Mundial de Saúde - OMS - por sua
desastrosa gestão da chamada gripe H1N1 ( ou
gripe suína ), foi realizado esse thriller "
Contágio", que reúne o respeitável diretor
Steven Sodebergh a um elenco caríssimo,
constituído de astros e estrelas de primeira
grandeza, os quais, entretanto, nada têm o que
fazer pelas personagens inverossímeis, que
interpretam, pois falta a todas elas um caráter
mais humano.
Como se recorda, a doença, elevada ao grau de
pandemia, semeou o pânico em todo o mundo,
levando muitos governos a encomendar
quantidades enormes de vacinas, que acabaram por
não serem utilizadas, mas resultaram em
fabulosos lucros para a indústria farmacêutica.
Uma comissão de especialistas foi montada pela
OMS para responder às críticas e elaborar um
relatório a fim de apresentar sugestões para o
caso de o mundo ter que enfrentar uma grave
pandemia de gripe ou qualquer emergência de
saúde pública prolongada, que constitua uma
ameaça.
O roteiro de Scottt Z. Burns, pelo que fica
evidente, dramatiza esse relatório de forma a
dar ao filme, de orçamento de US$ 60 Milhões, um
tom de advertência, iniciando-se pelo segundo
dia de contágio de um vírus fictício letal. A
primeira é uma executiva Beth Emoff ( Gwyneth
Paltrow), que retorna da China ( Hong Kong )
para Chicago. Nessa cidade, ela faz uma parada
estratégica a fim de encontrar um ex-amante,
Jean Neal ( John G. Beck), antes de viajar para
Minneapolis, onde a esperam o marido Mitch (Matt
Damon), e o filho Clark (Griffin Kane).
Logo que chega a casa, porém, Beth começa a
sentir-se mal. Levada ao Hospital pelo marido, é
diagnosticada como portadora de uma doença
altamente infecciosa, provocada por um vírus
desconhecido, que acaba de matá-la. Desolado
pela morte da mulher, Mitch volta para casa e
encontra Clark com os mesmos sintomas do mal que
vitimara a mãe, vindo também a falecer. Os
médicos, convencidos de que Mtch é imune ao
vírus, colocam-no sob isolamento. Enquanto isso,
em Atlanta, o Dr. Ellis Cheever (Laurence
Fishburne), do Centro de Controle e Prevenção de
Doenças, manda a Dra. ERonise Mears (Kate
Winslet) a Minneapolis a fim de proceder a uma
investigação sobre o caso e fazer um relato
médico. No hotel em que se hospeda, entretanto,
ela contrai a doença e morre.
O pânico se espalha. O jornalista Alan Krumwiede
(Jude Law), para tirar proveito da situação,
propaga a informação, pelo seu blog, de que a
cura da doença poderia ser conseguida pela
receita de um medicamento homeopático à base de
forsythia, planta originária da Ásia. Ao mesmo
tempo, a Dra Leonora Orantes ( Marion Cotillard
), epidemiologista da OMS, que fora a Hong Kong
para saber a origem do mal, identificando, na
oportunidade, Beth Emoff como paciente zero, é
sequestrada por um colega, Sun Feng ( Chin Han
), que a mantém presa para obter, em primeira
mão, a vacina preventiva da doença para o seu
povoado.
A narrativa de Soderbergh é seca, fria e
burocrática, assumindo, por vezes a coloração de
um realismo exagerado - por sua fotografia
monocromática
-, ao criar cenas deprimentes de pacientes
hospitalizados a fim de dar à película o
pretenso envoltório de " científica" até por que
teve, como consultores, agentes da OMS. Para
sustentar o ritmo de sua linhagem, que em nada
contribui para a sua filmografia, Soderbergh se
apoia na música de Cliff Martínez,
rica em efeitos de percussão e metais. Aos
atores, Soderbergh impôs uma linha rígida e
homogênea de interpretação sem arroubos de
criatividade. Por isso, ninguém se destaca. O
maior prejudicado é Jude Law pelo sotaque usado
e pela ridícula maquiagem que lhe aplicaram para
ressaltar, em Alan Krumwiede, a personificação
de um impostor. Sem dúvida, não precisava
tanto".
Embora o filme não faça menção às propostas
elaboradas pela tal comissão de especialistas,
montada, pela Organização Mundial de Saúde, a
custo de muito dinheiro, o que se supõe, é que
elas deixaram, todos esses anos, de serem
cumpridas, pela instituição. Acredita-se, por
isso, que a obra de Soderbergh ganhe, neste
momento, papel relevante - com tantas evidências
do que vem acontecendo em vários países -, numa
provável atitude jurídica internacional (Corte
de Haia) de punição, a ser aplicada à
Instituição, que, por total omissão, foi a
causadora de, até 19 de setembro, segundo a
Agência France Presse ( AFP ) de 950 mil mortos,
e de 30,5 milhões de infectados, no mundo
inteiro.
Reynaldo Domingos Ferreira, jornalista,
escritor. |
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