ADVOGADOS NA DEFESA DO 'ESTADO DE DINHEIRO'
A defesa do estado de direito tem sido invocada para evitar que operações como a Lava Jato possam prosseguir na sua derradeira missão: limpar o Judiciário.
Como mostra a reportagem de capa da Crusoé desta semana, os advogados criminalistas, em parceria com deputados e filhos de magistrados, querem aprovar um projeto de lei que prevê, entre outras coisas, “a inviolabilidade dos escritórios de advocacia. Ao restringir a realização de buscas e apreensões nesses locais, o texto favorece advogados investigados em casos de corrupção e envolvidos com o narcotráfico. 'É vedada a quebra da inviolabilidade do escritório do advogado com fundamento meramente em indício, depoimento ou colaboração premiada, sem a presença de provas periciadas e validadas pelo Poder Judiciário, sob pena de nulidade', diz o projeto de lei. Intramuros, no Congresso, a justificativa para a urgência na aprovação da proposta é a de sempre – nunca é demais aproveitar uma oportunidade para fustigar a Lava Jato e limitar a atuação dos investigadores que um dia podem bater à porta do gabinete ou da casa de um amigo. Publicamente, os parlamentares adotam a velha cantilena de que não se pode violar o local de trabalho do advogado, como se o que estivesse em questão fosse a atuação dos causídicos que agem em conformidade com a lei”.
Como se vê, não é a defesa do estado de direito, mas do "estado de dinheiro".
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