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Secretárias de consultórios médicos e
odontológicos deveriam tratar os pacientes com
respeito - Reynaldo Domingos Ferreira
Em 30 de jan. de 2021, Reynaldo Domingos
Ferreira escreveu:
Providencial essa "Crônica do desrespeito"
http://www.theresacatharinacampos.com/comp9039.htm
Providencial essa crônica da jornalista Theresa
Catharina de Góes Campos sobre o desrespeito,
por ela sofrido, da parte da secretária de um
médico, de quem é cliente, desde há algum tempo.
A crônica ilustra bem, a meu ver, o que vem
acontecendo, com frequência, em muitos
consultórios médicos e odontológicos de
Brasília, Capital dessa desvairada República. Eu
mesmo já deixei de consultar dois médicos,
procurando, de imediato, substitutos para eles,
em suas especialidades, por haver sido
destratado por duas "bruxas", que atuam como
secretárias, em seus consultórios.
Afinal, qual é o critério dos médicos para
contratarem suas secretárias? A qualificação
será apenas a de saberem as candidatas lidar com
computador? É muito pouco. Não se submetem elas
a nenhum teste de trato social ou de
comunicabilidade? Não saberão elas, por seus
empregadores, que as pessoas, que vão á procura
de um médico, estão sempre fragilizadas,
psicologicamente, por algum tipo de problema de
saúde e, que, por isso, merecem atenção especial
e respeito? A saúde não vale nada, neste país?
Qual o papél que exercem os Conselhos de
Medicina sobre o funcionamento de consultórios
médicos? Não há nenhum regulamento? Serão esses
conselhos tão relapsos, como os da magistratura
e da justiça, que nada fiscalizam? É bom
lembrar, a respeito, que há inúmeros processos,
em tramitação, na justiça, de médicos, que usam
seus consultórios, para assédio sexual e até
estupros. Não se exige para esses consultórios a
instalação de câmeras de segurança, como há nos
condomínios, até mesmo para defesa dos próprios
profissionais, já que existe também uma
indústria de denúncias, atuante por modelos,
especializadas, no assunto, como ficou
demonstrado, recentemente, em Santa Catarina?
Além de esclarecimentos para essas dúvidas
todas, o que se observa é que, no caso das
secretárias de médicos e de odontologos, a
situação se agravou, depois que os consultórios
adotaram a instalação de televisores - ah,
esses, sim! -, em seus locais de trabalho. As
recepcionistas passaram a prestar mais atenção,
nas besteiras transmitidas pela televisão, que
cada vez mais, idiotiza e brutaliza a gente
brasileira, do que aos pacientes, que ali
chegam, para serem atendidos, os quais, afinal,
são os garantidores de seus empregos.
Recentemente, com dez dias de antecedência,
agendei profilaxia dentária para um determinado
dia, no primeiro horário - 9,00 horas -, pois
tinha, naquela manhã, dois outros compromissos.
Cheguei ao consultório, com antecedência de dez
minutos e, depois de calçar a sapatilha, tal foi
a minha surpresa, quando, ao ser atendido pela
secretária, que, mastigando qualquer iguaria,
sem máscara, soltando perdigotos por todos os
lados, tentou me dizer, com dificuldade,
naturalmente, que meu atendimento fora
transferido para as onze horas, pois o dentista
atenderia, no meu horário, a uma outra
cliente!...
Eu naturalmente, quis uma explicação. Mas pedi à
secretária que, primeiro, deixasse o cubículo do
atendimento, para terminar, fora dele, o
mastigamento, pois com a boca cheia, eu não
aceitaria os esclarecimentos dela.... Isso - eu
lhe disse - é falta de educação, além de ser mau
exemplo de profissionalismo. E deixei, em
seguida, o consultório. Afinal, em que país
estamos vivendo? É só o vandalismo que prospera?
Agora, leiam o relato da Theresa Catharina, pelo
qual eu a cumprimento, pois é necessário fazer
chegar ao conhecimento público o que nos
acontece, no dia a dia, neste país, em que se
torna cada vez mais difícil a sobrevivência.
Reynaldo Domingos Ferreira, jornalista,
escritor.
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Caminhem, caminhem sempre, com ou sem bengala -
Ayle-Salassié Filgueiras Quintão
Prezada Theresa Catharina,
Segue mensagem recebida do Ayle-Salassié Quintão
a propósito do assunto de sua "Crônica do
desrespeito"
http://www.theresacatharinacampos.com/comp9039.htm
Abraço, Reynaldo Domingos Ferreira
Caminhem, caminhem sempre, com ou sem bengala -
Ayle-Salassié Filgueiras Quintão
Lamento muito pela Catharina, e também por você.
Sou acusado de não ir a médico, embora, pelas
minhas auto-avaliações, eu precise de reparar
algumas delicadas insurgências. Curo-as fazendo
exercícios sistematicamente e comendo... Ah!
comendo, comendo de tudo. Acho que vou morrer
pela boca. São as advertências que recebo em
casa. Confesso que tenho medo de médico - das
secretárias nem tanto: eles transformam pequenos
eventos de saúde em dramas existenciais. Eles
não entendem disso. As secretárias, então, nem
sabem do que se fala. E cobram caro. Tenho plano
de saúde que pago há mais de 30 anos. Mas os
médicos dos planos de saúde também reagem: às
vezes relutam em autorizar (não bem para mim,
mas para a minha mulher). Assisto de fora um
enfrentamento bem indelicado.
Reynaldo, tanto você como para Catharina. Não
frequentem consultórios médicos. Deixem para ir
lá no último caso. O farmacêutico da esquina -
não as vendedoras de remédio - , as ervas, as
frutas e as verduras resolvem tudo. Portanto,
caminhem, caminhem sempre, com ou sem bengala:
simplesmente caminhem. Admirem a natureza, os
pássaros, as flores, os montes onde estiverem, e
as pessoas. Ao nosso redor existe muita beleza e
muita poesia.
Ayle-Salassié Filgueiras Quintão, jornalista,
escritor e professor, mestre em Comunicação e
doutor em História Cultural
pela Universidade de Brasília (UnB) |
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