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SARAU NOS CAMPOS DE TRIGO
Theresa Catharina de Góes Campos
Os campos de trigo
reluziam naquela noite
porque os vagalumes
lhes emprestaram a luz
que lhes dava brilho
e matizes de cores
todas as noites.
Sons do vento e da chuva
tocaram as canções
que os músicos ainda desconheciam.
Ensaiando com o luar,
os sapos coaxaram
seu concerto diário
para saudar as estrelas
convidadas ao sarau.
No berço das sementes
e no alvorecer das flores,
a vida respirou,
insistente, determinada...
Ora, se a vida insiste,
como dizer não à vida?
Se a vida chama,
por que recusar,
como haveria razões
para não dizer sim?
Os sons do riacho
tranqüilizaram
o coração medroso,
cauteloso e temeroso...
para atravessar as águas.
O balanço das folhas,
dançando, faceiras,
vestidas de cores e nuanças
nas copas das árvores,
despertou e movimentou
o corpo desanimado.
A gruta revelou seus segredos
ao coração que se abriu...
São Paulo,
01 de fevereiro de 2006
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