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Confinamento social provoca epidemia dentro da
epidemia - J. R Guzzo
Trata-se de algo que já ficou evidente há muito
tempo, mas estudos recentes estão insistindo,
cada vez mais, na multiplicação, na variedade e
no agravamento dos problemas mentais causados
pelo tratamento que os governos e as autoridades
médicas estão dando para a Covid. É como se
houvesse uma epidemia dentro da epidemia.
Agravar diariamente o pânico da população, com a
repetição maciça de advertências, alarmes e
ameaças sobre o risco fatal que todos estariam
correndo, sem exceção, é um fator-chave para a
propagação de distúrbios psicológicos. E forçar
as pessoas a ficar “em casa”, suspender seus
relacionamentos e dificultar ao extremo as
possibilidades de uma vida normal é uma fórmula
altamente eficaz para garantir o desequilíbrio
nervoso de uma parte importante da população – a
começar pelas crianças.
Queriam o quê? É óbvio, pelo senso comum mais
elementar, que limitar ao extremo a liberdade
física dos seres humanos provoca consequências
graves na sua estrutura; homens e mulheres,
muito simplesmente, não foram feitos para ficar
presos, seja em casa, seja na penitenciária,
seja em qualquer outro lugar. É contra a
natureza viver em isolamento. Da mesma forma,
não é possível impedir as pessoas de irem ao
bar, à papelaria ou ao barbeiro – e mais um
milhão de coisas, da academia de ginástica ao
parque público – e esperar que fique tudo bem.
Não fica, porque não pode ficar.
Os militantes do “distanciamento social” por
tempo indeterminado dizem todos os dias que a
população, dos 2 anos de idade até os 100, deve
se limitar, como dever cívico, moral e
“científico”, a não se envolver em nenhuma
atividade que não seja “essencial”. Qualquer zé
mané vive repetindo esse mantra – governadores,
prefeitos, promotores públicos, juízes de
direito, guardas municipais e toda essa multidão
de “cientistas” que os governos penduraram à sua
volta. Qual a autoridade ou o conhecimento que
cada um deles tem para definir o que é
“essencial”?
As principais vítimas do fanatismo no trato da
Covid têm sido as crianças. Todos os sábios
descritos acima decidiram, para o bem comum,
trancar as crianças numa prisão; há um ano não
podem ir à escola, não podem brincar, não podem
chegar perto de outras crianças (nem de
adultos), não podem ir ao playground, não podem
ir a festinhas, não podem botar o pé na rua, não
podem fazer nada. São ameaçadas o tempo todo:
“você vai matar o seu avô se não ficar quieto.”
Para eles, a vida tem de se resumir à tela do
joguinho, ao “ensino remoto” e ao delivery. Como
alguém pode esperar que um negócio desses vá dar
certo?
Esses campos de concentração domiciliares
criados pelos “gestores” da epidemia, por seus
médicos e por tudo aquilo que apresentam como
seus conselheiros técnicos, não atingem por
igual a todas as crianças. O estrago maior está
sendo feito da classe média para cima; os pobres
já têm o seu próprio inferno permanente, sem
necessidade de qualquer Covid, e para eles o
“distanciamento social” não vale. Nunca valeu:
para começo de conversa, seus pais não podem
ficar “em casa”, como querem os doutores com
suas máscaras “fashion” e suas ameaças, pois
precisam trabalhar todo o dia para garantir o
“essencial” da turma que manda.
O preço do confinamento está sendo cobrado, além
da devastação econômica, da perda de empregos e
de outras desgraças, numa infecção alarmante de
casos de estresse, ansiedade, medo, apatia,
agressividade, neurastenia, paranoia,
egocentrismo e todo o resto da extensa coleção
de males que preocupam a psiquiatria. Os líderes
e crentes da quarentena alegam que tudo isso é
um mal necessário, que deve ser aceito para
“salvar vidas”. É falso. O confinamento radical
não impediu que o Brasil chegasse às 250 mil
mortes desde o início da epidemia; é um remédio
inútil e responsável pelos piores tipos de
efeito colateral. |
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