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CARTAS TROCADAS, ENTRE AS IRMÃS DE VAN GOGH -
tradução de Reynaldo Domingos Ferreira
(Las hermanas Van Gogh toman la palabra |
Cultura | EL PAÍS)
https://elpais.com/cultura/2021-03-28/las-Herman's-van-gogh-toman-la-palabra.html
De: Reynaldo Ferreira
Date: dom., 4 de abr. de 2021
Subject: Las hermanas Van Gogh toman la palabra
| Cultura | EL PAÍS
CARTAS TROCADAS, ENTRE AS IRMÃS DE VAN GOGH
As correspondências trocadas, entre as três
irmãs de Van Gogh, Anna, Elisabeth e Willemien,
conservadas pelo Museu, do pintor, de Amsterdam,
serão publicadas, Da Zussen Van Gogh ( As Irmãs
de Van Gogh ), pela primeira vez, em inglês,
neste mês de abril, pelo historiador de arte,
Willem-Jan Verlinden, segundo informa esta
matéria, de Isabel Ferrer, em anexo, do jornal
espanhol, " El País ".
A Editora e a Thames & Hudson, que distribuirá o
livro, nos EUA, e no Reino Unido.
A vida, bem como a distinta sorte, das três
irmãs de Vincent, passou despercebida, tendo em
vista a potência avassaladora do legado
fraterno, embora tenha o artista dependido
sempre de seu irmão Theo, dono de uma galeria de
artes, em Paris, o qual avaliou bem, mais do que
qualquer outro, a importância, o valor de sua
pintura.
Mas muito antes que a assinatura de Vincent
valesse milhões, seus quadros ajudaram a
Willemien, a mais nova das três irmãs. Os
problemas mentais afetaram a vários membros da
família, e a venda de parte de 17 quadros, que
ela possuía, em casa, permitiu-lhe ingressar num
centro especializado, onde esteve internada
durante 39 anos. De certo modo, foi como se
Vincent ( 1853-1890 ) tivesse conseguido
devolver a ajuda, que recebeu, em vida, do irmão
Theo.
Graças ao estudo das 900 cartas, conservadas de
Van Gogh, parece que se sabe quase tudo sobre o
pintor. Menos conhecida, entretanto, é a
correspondência trocada, entre suas irmãs,
constituída por centenas de cartas, guardadas,
no arquivo do museu do pintor, em Amsterdam. Por
estarem escritas em holandês, não despertaram o
interesse internacional, como as do irmão,
escritas, muitas delas, em inglês, e em francês.
Essas cartas mostram, porém, mulheres com
personalidades próprias, marcadas pelas
convenções sociais da época da transição do
século XIX para o século XX. Uma delas, Anna, a
mais velha, manteve relação distante - até mesmo
conflituosa - com Van Gogh, admitindo haver
ficado assombrada, em 1909, com o preço
alcançado pela venda de alguns de seus quadros
para pagar o tratamento psiquiátrico de
Willemien.
Para a cunhada, JÔ Bonger, viúva de Theo Van
Gogh, usou estas palavras: " Valiosa cifra. Quem
poderia imaginar que Vincent seria capaz de
contribuir, dessa forma, com o apoio econômico
de Will, assim como era tratada, na intimidade,
a irmã caçula. Theo sempre disse que isso viria
a acontecer. Mas, para mim, foi uma surpresa."
O historiador de arte Willem-Jan Verlinden,
tradutor das cartas, a serem agora publicadas,
considera-as um tesouro porque as irmãs do gênio
Vincent estavam esquecidas e, segundo ele, são
mulheres muito interessantes, que, de certo
modo, não se deixaram sufocar pelas convenções
sociais, da época em que viveram. Em sua
opinião, Vincent e Willemien foram pioneiros no
enfoque social de seu trabalho e, ainda ambos, o
tradutor afirma também, que, pelas cartas,
percebe-se que, até agora, temos imagem
equivocada da família:
" Na realidade - diz ele -, o pai era um pastor
protestante liberal e, junto com a sua esposa,
Anna Cornelle Carbentus, educou os filhos para
que pudessem desenvolverem-se, na vida, por si
próprios." Verlinden recupera a biografia de
Elisabeth, a segunda irmã, nascida em 1859, que,
segundo ele, é um exemplo de que tudo o que lhe
aconteceu poderia ter sido diferente, não fossem
as pressões sociais, que não
conseguiu enfrentar.
Elisabeth obteve o diploma de professora, mas,
ao invés de exercer a sua profissão, preferiu
tornar-se dama de companhia de uma senhora,
adoentada, pertencente a uma família de posses.
Ela, e Jean Philippe, marido da patroa,
apaixonaram-se. Grávida, para evitar censuras,
no meio familiar, ela foi para a França a fim de
ter a criança, à qual deu o nome de Hubertine, e
o sobrenome Van Gogh.
Elizabeth entregou a filha a uma viúva, a quem
passou a remunerar com uma pensão. Com a morte
da patroa, Elizabeth e Jean Philippe casaram-se
e tiveram quatro filhos. Mas quando o casal
chamou Hubertine para voltar à Holanda, ela
recusou o convite, embora continuasse recebendo
uma pequena quantia dos pais. Aos sessenta anos,
Hubertine foi identificada, por um jornalista
francês, quando vendia postais, de porta em
porta, em Paris, dizendo ser sobrinha de Van
Gogh. Morreu aos 83 anos.
A mais independente das três irmãs, Anna,
nascida, em 1855, lecionou inglês e francês,
numa escola particular, em Welwyn, no Reino
Unido. Cuidou dos pais e internou a irmã
Willemien, num hospital psiquiátrico, onde a
visitava, com regularidade. Anna teve sempre uma
relação conflituosa com Vincent, alegando que
ele humilhava a família. Apesar disso, após a
morte do irmão, ela convidava experts em pintura
para irem à sua casa a fim de falarem, para um
seleto número de convidados, sobre a obra
deixada por ele. R.D.F., pela tradução.
https://elpais.com/cultura/2021-03-28/las-Herman's-van-gogh-toman-la-palabra.html |
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