Publicação tem apoio da
Fundação Friedrich Ebert
e da Federação
Internacional dos
Jornalistas
A
Federação Nacional dos
Jornalistas (FENAJ)
lança, nesta
terça-feira, dia 18 de
maio, o e-book “O
impacto das plataformas
digitais no Jornalismo”.
Fruto do trabalho de
jornalistas e
pesquisadores de
diferentes áreas, com o
apoio da Fundação
Friedrich Ebert, a
publicação reúne artigos
que tratam do impacto
político, econômico e
cultural das mega
corporações mundiais da
internet no ecossistema
jornalístico brasileiro,
notadamente, das
plataformas digitais de
negócios e de redes
sociais.
O livro
tem o objetivo de
traçar, de forma
interdisciplinar, ao
longo de sete capítulos,
o retrato de como a
internet está
estruturada no país, seu
impacto na
contemporaneidade, as
consequências da sua
presença na sociedade e,
especialmente, seu
reflexo no jornalismo. A
organização é do diretor
de Relações
Institucionais da FENAJ,
José Augusto Camargo.
Apesar da
promessa inicial de ser
um espaço de liberdade
de opinião, a internet
acabou dominada por
corporações como Google,
Apple, Facebook, Amazon
e Microsoft. “Estes
grupos, que não são por
si mesmos produtores de
conteúdo, mas sim
intermediadores e
distribuidores da
produção de terceiros,
paradoxalmente limitam o
alcance e a qualidade da
informação consumida
pela maioria das pessoas
na rede mundial de
computadores. Um dos
resultados desta
contradição é o
enfraquecimento da
imprensa escrita”,
alerta a publicação.
“Com a
emergência das redes
sociais na internet, o
mercado publicitário vem
transferindo seus
investimentos da mídia
impressa para a mídia
digital. Isto causou uma
crise no modelo de
financiamento da
imprensa tradicional. Os
jornais e as revistas
vêm, ano a ano, perdendo
espaço publicitário (…).
As empresas de jornais
estão fechando,
diminuindo suas
tiragens, diminuindo o
número de trabalhadores,
alguns acabam encerrando
as edições impressas e
ficando exclusivamente
com edições na internet
E isto tudo tem
impactado, inicialmente,
o mercado de trabalho
dos jornalistas,
segundo, a saúde
financeira das empresas,
terceiro, tem uma
consequência na própria
organização da sociedade
brasileira porque a
informação veiculada
pela internet, não
apresenta, no geral, a
mesma qualidade daquela
que era veiculada na
imprensa escrita. A
imprensa digital carece
do trabalho de edição
criterioso, de seleção,
da apuração, que é a
essência do trabalho do
jornalista
profissional”, comenta o
organizador da
publicação.
No final
do e-book, o leitor
tomará contato com o
projeto proposto pela
Federação Internacional
dos Jornalistas (FIJ) –
e encampado pela FENAJ
– de taxar as grandes
plataformas digitais,
visando a constituição
de um fundo para
fortalecimento do
jornalismo e pela
valorização das e dos
jornalistas. Ambas as
propostas estão em
estudo pela FENAJ que,
em meados de 2020,
formou um Grupo de
Trabalho (GT) para
tratar da questão.
Para a
presidente da FENAJ,
Maria José Braga, é
papel do poder público
(Estado) garantir ao
cidadão informação
jornalística de
qualidade. “É a
informação de qualidade
que produz exercício da
cidadania. Então, o
financiamento público
para a produção
jornalística é
essencial. Ele precisa
ser transparente. E é
isso o que a FENAJ vem
propondo com esse
projeto de criação de um
fundo para apoio e
fomento do jornalismo”,
pontua.
“Google e
Facebook ampliaram seus
programas de suporte e
custeio a novos projetos
jornalísticos, mas a
grande questão é se tais
iniciativas pontuais são
capazes de resolver
problemas estruturais
causados pela ação
predatória das
plataformas sobre o
jornalismo e sobre o
trabalho das e dos
jornalistas. Com a
proposta de taxá-las e
criar, com essa
arrecadação, um fundo de
apoio à atividade
jornalística, a FIJ e a
FENAJ estão fazendo um
enfrentamento direto às
chamadas big techs”,
comenta Maria José
Braga.
Serviço:
“O
impacto das plataformas
digitais no jornalismo”
106
Páginas
Textos: Beth Costa,
Camila Ikuta, Dão Real
Pereira dos Santos,
Jefferson Martins de
Oliveira, José Augusto
Camargo (organizador),
Marcos Dantas e Victor
Pagani
Acesse o e-book AQUI