Theresa Catharina de Góes Campos

     
REVISTA  OESTE conclui a CPI da CPI - Relator Augusto Nunes
 
Para ler esta newsletter no formato HTML, clique aqui
 
O desfecho da CPI da Covid e a biografia resumida de seu relator, o senador Renan Calheiros, estão entre os destaques desta edição
 
 Nos últimos seis meses, muitos brasileiros acompanharam atentamente o surgimento do que seria a bala de prata produzida pela CPI da Covid — suficientemente letal para expulsar do Planalto o presidente Jair Bolsonaro. A primeira candidata foi a cloroquina. Depois, a falta de vacinas. Em seguida, a compra jamais consumada de imunizantes superfaturados. A cartada final foi a trama envolvendo um bando de empresários propagadores de fake news e planos de saúde mal-intencionados. Os que sonharam com o disparo fatal tiveram de conformar-se com traques de festa junina.

Como disse J.R. Guzzo, em seu programa no YouTube de Oeste, as 1.289 páginas do relatório final da CPI não passam de um grande nada. Guzzo enriqueceu com constatações impecáveis o acervo da CPI instaurada por Oeste no mesmo dia da CPI do Senado. As investigações foram entregues à equipe da redação. Esse trabalho conjunto resultou no relatório, escrito por Augusto Nunes, que está na reportagem de capa desta edição.

“A CPI da Covid foi armada para falsificar fatos, condenar inimigos políticos e fraudar as próximas eleições presidenciais, com uma tentativa grosseira de derrubar o presidente da República e evitar a sua candidatura em 2022”, escreveu J.R. Guzzo, em artigo publicado na edição 83 de Oeste. “Nunca teve, assim, a mínima intenção de apurar honestamente nenhum erro no combate à covid. (…) Comportou-se nos interrogatórios como uma delegacia policial de ditadura; ofendeu, perseguiu e pisoteou os direitos das testemunhas como cidadãos e como seres humanos. Mentiu a partir do primeiro dia, e não parou até o último.”

Durante mais de 180 dias, com a ajuda da velha imprensa, alguns brasileiros quase esqueceram que o relator da CPI da Pandemia no Senado, Renan Calheiros, é uma capivara ambulante. Como mostra a reportagem de Silvio Navarro, a ficha corrida do senador alagoano inclui um rebanho de gado fantasma, uma pensão de R$ 12 mil paga em dinheiro vivo a uma ex-namorada pela empreiteira Mendes Júnior e sete processos sobre lavagem de dinheiro e recebimento de propina, fora o resto.

“Do ponto de vista penal, o relatório é uma nulidade jurídica”, escreveu Navarro. “Mas Renan conseguiu o que queria: uma caneta que lhe desse algum poder, ainda que provisório, para voltar a frequentar manchetes que não se referissem a casos de polícia.”

A CPI do Senado foi rebatizada por Navarro com um nome mais adequado ao seu desempenho: Circo Parlamentar de Inquérito. A CPI criada por Oeste é a sigla que identifica a Controladoria de Pilantras e Impostores.
 
Boa leitura.
 
Branca Nunes
Diretora de Redação
 

Jornalismo com ética e solidariedade.