Theresa Catharina de Góes Campos

     
O caso  Pavesi - Lutar durante 20 anos por justiça?  LUÍZA CAVALCANTE CARDOSO
 

De: LUÍZA CAVALCANTE CARDOSO
Date: ter., 19 de abr. de 2022
 

                                           O     CASO  PAVESI

 Lutar durante 20 anos por justiça?

    O filme contava a história de um pai americano desesperado pela vida de um filho, que necessitava de um transplante. Informado de que em um país da América do Sul seria mais fácil conseguir o órgão, ele viaja para lá. E descobre, aterrorizado, que essa facilidade existia porque quadrilhas matavam pessoas para retirar os órgãos e realizar os transplantes. A história foi verídica e o filme foi uma tentativa de alertar a sociedade para o crime. No Brasil, há muitos anos, investigações nesse campo terminaram com a morte dos investigadores. E casos apareceram rapidamente na imprensa e não foram investigados. Como os pais de uma moça operada em hospital de S. Paulo, que após uma denúncia anônima, descobriram que haviam retirado todos os órgãos de sua filha antes de ser enterrada. Há poucos dias, reportagem no Correio Braziliense, comemorava a vida de dois transplantados. Um dos quais uma moça bonita, hoje médica. O que chamou a atenção? Eles conseguiram órgãos no mesmo dia que deram entrada de emergência no hospital. 

    O caso Pavesi, corajosamente apresentado pelo jornalismo da Globo News, retorna com esse tema da maior gravidade. Talvez nunca viesse ao conhecimento mais amplo do público, não fosse a reportagem do jornal de hoje (19/04/2022) de 6 horas da manhã. Um garoto de 10 anos, Paulo Veronesi Capesi, cai de uma altura de 10 metros. É levado para uma Clínica, onde após um falso laudo de morte cerebral, quatro médicos retiram seus órgãos para transplante, com ele ainda vivo. O caso aconteceu em Poços de Caldas e quatro médicos foram denunciados:  José Luis Gomes da Silva, José Luis Bontempo, Mauro Alexandre Pacheco e Alvaro Ianhez. Esse último dono da Clínica e responsável pelos trabalhos. Eles somente não haviam previsto que a família não desistiria de lutar durante 20 anos por justiça.

   Lutar durante 20 anos por justiça? Sim, foi o tempo que a justiça brasileira levou para levar o caso a julgamento. Justiça canalha em um país de canalhas. Não fosse algum corajoso promotor do Ministério Público, os assassinos continuariam a dormir em paz. Porque em liberdade eles estão ainda, amparados por um habeas corpus. Nesse país você pode matar uma criança ou qualquer um para conseguir órgãos para transplante e ficar em liberdade. Por quê? Porque atrás disso tudo está o poder econômico. São famílias ricas que pagam pela morte de pessoas, principalmente crianças e jovens, para conseguir órgãos e furar a fila. Atenção às balas perdidas! É ainda o poder da riqueza criminosa que atrasa os julgamentos e produz a impunidade.  E cala a imprensa. Um silêncio criminoso. Não por acaso, evidentemente, o Ministério Público pediu que o julgamento do caso Pavesi fosse desmembrado e transferido de Poços de Caldas para Belo Horizonte. Para evitar influências econômicas sobre os jurados.

   Amigos, a próxima vez que vocês ou familiares tiverem de ser operados, estejam atentos!  Pois não se trata somente da cirurgia em si, dos cuidados de enfermagem. Mas da possibilidade real de morte para atender a funerárias e a necessidade de órgãos para transplantes. Sim, porque a privatização dos serviços funerários também causou mortes indevidas, noticiadas nos jornais. Raciocinem: enquanto na China, atualmente, eles noticiam três mortes por Covid em pacientes de muito mais de 80 anos, no Brasil temos ainda mais de 100 mortes por dia. Isso não nos diz nada? Assuntos não investigados suficientemente e que raramente chegam à imprensa. É preciso abrir os olhos. Isso continua a acontecer. E, sejamos sinceros:  no caso dos transplantes, se a Polícia quisesse descobrir os mandantes, era só verificar quem recebeu os órgãos. 

LUÍZA CAVALCANTE CARDOSO
Date: ter., 19 de abr. de 2022
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A denúncia aponta ainda que o garoto não recebeu atendimento por toda a noite do dia 20 e manhã do dia 21 de abril de 2000, quando apresentou grave hipotensão sistólica. Os médicos acusados sabiam que ele era um potencial doador de órgãos, e trataram do assunto antes da morte ser confirmada.

O garoto ainda estaria vivo no momento em que os órgãos foram retirados, e segundo o exame de corpo de delito, os exames que comprovariam a morte causaram lesões que agravaram o estado de saúde dele.

*Com informações de Renato Rios Neto

 

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