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O STF vem inflando assustadoramente o seu poder
nos últimos anos
Maurício Mühlmann Erthal, em 22 de abril de
2022:
O STF vem inflando assustadoramente o seu poder
nos últimos anos. Isto se deve, principalmente,
por três motivos:
Primeiro, proteger o cipoal jurídico que ao
longo dos anos foi sendo formado para justificar
e permitir o funcionamento de um número imenso
de esquemas ilegítimos e criminosos que drenam
injustamente as forças essenciais do país. Como
uma espécie de teia de aranha que asfixia e
impede as dinâmicas naturais da nação, esse
corpo jurídico completamente deformado protege e
beneficia milhões de parasitas, nacionais e
internacionais, que desprezam qualquer noção de
país. Para eles a nação não enseja o futuro, mas
é apenas um grande cassino cujos governos, tal
como crupiês, lhes dão as cartas com as quais
fazem suas jogadas. Segundo, para proteger o
sistema obscuro por meio do qual os próprios
ministros da Corte e seus cúmplices costumam
amealhar imensas fortunas totalmente
incompatíveis com os seus salários. E em
terceiro, para combater o surgimento de pessoas
mais esclarecidas e inteligentes, capazes de
entender como os jogos e os esquemas funcionam,
e que, possuidoras de verdadeiro caráter e
solidez moral, possam resistir ser cooptadas
pelas vulgares, porém deliciosas tentações
mundanas, e entrar para o clube.
O presidente Bolsonaro, por exemplo, durante as
décadas em que foi deputado, enquanto todos os
políticos se locupletavam e gastavam em média um
salário-mínimo por dia apenas em almoços (fora
jantares, lanches, etc.), o então deputado
Bolsonaro, e segundo inúmeras testemunhas, era o
único político que almoçava no bandejão junto
aos funcionários da casa, ao preço módico de 25
a 35 reais.
Se há algo que desperta a fúria profunda em
boçais empedernidos que vivem de roubar dinheiro
público para sustentar seus prazeres, taras,
perversões e variados vícios, é uma pessoa
simples, franca, verdadeira e que ganha a vida
honestamente. A Sodoma e Gomorra de Brasília tem
o poder de atrair para si o pior da escória
nacional, e todos esses amam o Supremo Tribunal
Federal. Esses fazem capas de revista chamando
Alexandre de Moraes de "A Muralha". Esses
rotulam as manifestações de direita como
"movimentos antidemocráticos". Esses fraudam
qualquer coisa que possa ser fraudada para
proteger suas vantagens e privilégios ilícitos.
Esses são capazes de tudo para conseguir a
cabeça de Jair Bolsonaro em uma bandeja de
prata.
Este inquérito inconstitucional, criminoso e
fraudulento, por exemplo, que o STF está
utilizando para intimidar, controlar, empobrecer
e até mesmo prender aqueles que considera uma
ameaça aos seus esquemas e interesses, ou aos
esquemas que protegem, é um verdadeiro câncer no
edifício jurídico constitucional brasileiro.
Este inquérito representa uma tal perversão do
sentido real de ‘justiça’, do senso das
proporções, do processo legal, das leis e da
própria moral que somente seria possível sua
criação e manutenção com a aquiescência,
cumplicidade e conveniência de inúmeros outros
agentes, órgãos e instituições que igualmente se
beneficiam destas deformidades e distorções.
Ora, são as inúmeras colmeias de sustentação de
parasitas, baseadas em situações econômicas e
jurídicas espúrias, que sufocam e emperram o
Brasil por décadas de privilégios, indicações,
nomeações, nepotismo, estatais, inchaço nas mais
diversas esferas públicas, instituições,
autarquias, órgãos municipais, estaduais,
federais, etc. É tudo isso que, como diz
Bolsonaro, lá na ponta da linha irá se opor e
impedir que um país mais livre e próspero gere
um maior bem-estar e felicidade para toda a sua
população.
Voltando ao pequeno jogo, com certeza nesta
noite muitos ministros do STF não dormiram.
Passaram a noite calculando as possibilidades de
neutralizar os efeitos negativos e a
desmoralização total que a genial jogada de
Bolsonaro lhes causou. Com certeza, irão propor
encontros secretos. Estão com a imagem
arranhada, o que representa uma tragédia para os
que vivem apenas de imagens. Seus 'donos' estão
gritando em seus ouvidos exigindo que desfiram
um golpe mortal contra Bolsonaro. Afinal, quem
ele pensa que é? Lição a ser aprendida: uma
pessoa materialista, corrupta e pervertida é
capaz de coisas terríveis para manter seu poder
e privilégios, mas milhares de pessoas
materialistas, corruptas e pervertidas juntas
são capazes literalmente de qualquer coisa.
Daniel Silveira, aqui, é apenas um joguete
dentro de uma disputa de forças colossais e de
objetivos e interesses diametralmente opostos. A
força, por certo, é desproporcional, pois todos
os bons deste governo só estão unidos e lutando
por nós por causa de um único homem que os
agrega e comanda: Jair Messias Bolsonaro. Mais
que uma luta de ideias, posicionamentos e
ideologias, trata-se realmente de uma luta entre
o bem e o mal. Uma luta entre princípios e
valores bons e maus. O bem que o nosso lado
evoca não está restrito às pessoas que dele
fazem parte, pois nem todas possuem a mesma
têmpera moral, mas sim aos valores que abraçam e
a justeza da causa que nos une e coloca na
direção correta, e nessa direção nos
fortalecemos no bem e, por isso, cada vez mais
nos tornamos bons. A mesma coisa acontece do
outro lado. Nem todos eles são maus. Mas a
deformação das suas causas e dos seus caminhos;
o desrespeito pelas leis da vida que imaginam
ser irreais; a culpa inconsciente que carregam
por sua inautenticidade; o desprezo secreto que
tem contra si e que, como um cupim, corrói suas
consciências; a vida quase sempre fútil, vazia e
hedonista que levam e que lentamente apagam a
luz dos seus espíritos e cobrem as suas almas
com o manto da escuridão; a insensibilidade que
desenvolveram como uma espécie de técnica para
‘não ser incomodados’ e poder suportar as
mazelas sociais, todas estas coisas transformam
sua subjetividade em uma masmorra triste e
solitária. E mesmo que queiram parecer bons, ou
até mesmo se acreditem bons, não há como
esconder a falsidade que exalam, as falas
afetadas e teatrais que exibem ou os títulos
pomposos que ostentam. Mestres de coisa nenhuma!
Lindos por fora, mas podres por dentro. São os
sepulcros caiados da bíblia, cheios de ossos de
mortos e de toda podridão. E é tudo isso que,
mesmo que não queiram, os tornam maus.
E retornando novamente ao pequeno jogo. O STF
deverá propor a Bolsonaro uma certa, digamos,
acomodação. Provavelmente, poções mágicas serão
conjuradas e o mefistofélico Temer será invocado
novamente. A principal oferta será a de não
oferecer obstáculos à libertação de Silveira,
talvez até poupá-lo da multa, mas cortar sua
cabeça e lhe cassar o mandato e seus direitos
políticos! Nada será escrito, nada será gravado,
apenas um acordo sussurrado entre as partes que
permita ao STF recolocar a máscara do seu falso
poder e dar a impressão de não ter sido tão
pisoteado pelo "executivo".
Bolsonaro tirou a presa da boca da serpente, e a
serpente não gostou nem um pouco. E com seus
olhos hipnóticos, a serpente lhe sussurrou: "Se
você insistir em continuar medindo forças comigo
poderá até se reeleger, mas jamais governará.
Quantos venenos já lancei sobre você nestes três
anos? Meu poder não é deste mundo e se espalha
por milhares de órgãos e instituições. Tenho
discípulos em todos os lugares. Escute! Consegue
ouvir algum som vindo do Judiciário? Consegue
ouvir o silêncio gelado da covardia e
passividade de milhares de parasitas comprados a
preço de ouro para esquecer que um dia existiu
uma Justiça? A única justiça que existe hoje é
representada pela vontade do Estado, e é a
partir dela que eu me alimento e consigo devorar
os bons. Direito é coação e como esta coação
poderia ser exercida sem os gordos e vistosos
homens da lei dedicados integralmente a Baal?
Para isso é preciso ignorar o sofrimento das
multidões, e essa é minha especialidade. O mais
perigoso veneno que escorre das fendas das
minhas presas é a indiferença. Você viu durante
a pandemia a indiferença dos que vivem do estado
para com a fome, desespero, falências, misérias,
depressões e suicídios dos que dependem das
atividades comerciais? Viu a desfaçatez com que
sobem sobre cadáveres para exigir aumentos
salariais? Olhe para a minha testa. Sabe o que
significa este pequeno símbolo da foice e o
martelo? Nunca foi sobre a libertação dos povos
oprimidos ou sobre reparar injustiças sociais,
não! É um símbolo de elite! Um símbolo para
poucos escolhidos. Fidel Castro tinha quinze
mansões luxuosas enquanto o 'seu' povo come lixo
até hoje. Como pode ser um símbolo popular?
Sempre foi sobre o domínio dos maus sobre o
mundo, sobre a tirania poder esmagar a
liberdade, sobre a vitória da mentira sobre a
verdade, sobre o errado substituir o certo,
sobre a imoralidade substituir o pudor e a
interioridade. Há milênios conspiro para que os
seres bestiais corrompam os puros de espírito,
para que os cruéis façam os bons sofrerem e que
o mundo se torne imundo! A justiça e a verdade
dependem da pureza da alma para que as leis de
Deus sejam ouvidas. E a lei dos homens é apenas
o seu reflexo. Uma lâmpada acesa, mas coberta de
lama, jamais ilumina. Nós que chafurdamos na
lama trabalhamos pelo fim da justiça, pela
relativização da verdade, pelo domínio do
estado. Quanto maior o estado, mais fracos os
homens se tornam, e quanto maior o estado, maior
o número de escravos que passarão a existir e
que tornarão a vida um inferno de violência,
miséria e obscenidades. Jamais trabalhei para os
bons, apenas para os porcos de ternos caríssimos
e para as cadelas de Louboutin."
Bolsonaro ouve em silêncio as confissões da
serpente. Todo o santo dia assiste o seu reino
de imundície mover as riquezas do mundo. E
assiste a partir de dentro. O rastro viscoso e
gosmento da serpente está sempre circundando sua
cadeira presidencial. A serpente o examina de
cima a baixo, sempre com ódio, e resmunga: "Por
que não é o Lula?" Bolsonaro lembra dos que
querem que ele vire a mesa e dos que o acusam de
corrupto. Acha engraçado. Baixa a cabeça
pensativo, imaginando como seria se pudesse
compartilhar com todos os horrores que
testemunha. Sabe que a raiz da sua força é
permanecer no espírito, sempre fiel a si mesmo,
e que só os que assim também agirem
compreenderão como funciona o ‘reino da
serpente’ e poderão realmente ajudar. É muito
exaustivo vislumbrar os olhos repulsivos da
serpente todos os dias. Às vezes foge com sua
moto. Tenta despistar seus seguranças, pois são
a lembrança constante de que é presidente. Se
encontra com o povo, sente-se mais leve. Come um
pastel com caldo de cana com os seus irmãos,
seus iguais perante o abismo da existência. O
tumulto da multidão o fortalece, depois relaxa,
e fortalece novamente. Às vezes chora, sente-se
só. Uma solidão existencialista que poucos
conhecem ou suportariam. Uma criança se aproxima
e sorri. Ele sorri de volta e na criança vê o
futuro. Lembra que é presidente. E lembra que
ser presidente é garantir o futuro que viu nos
olhos daquela criança que sorri. Levanta
sentindo-se mais forte e volta para sua missão.
Sabe que esta missão inclui, dentre tantas
coisas, permanecer sob os olhos sempre atentos e
ameaçadores da serpente. Ela, aguardando
qualquer distração para dar o bote e injetar seu
veneno fatal. Ele, disfarçando sua adaga afiada
e mortal debaixo da roupa e com a qual sonha, a
qualquer momento, poder cortar a cabeça da
serpente.
Maurício Mühlmann Erthal
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