Edson Arantes do Nascimento, PELÉ, nasceu na
cidade de Três Corações-MG, aos 23/10/1940. É o maior jogador de
futebol do mundo em todos os tempos. A imprensa francesa
concedeu-lhe os títulos de Rei do Futebol (na Copa do Mundo de
1958) e de Atleta do Século (em 1981).
Dico (apelido de infância) chegou a Santos no dia 8 de agosto de
1956, trazido por Waldemar de Brito. Vinha do Baquinho, time de
Bauru, interior de São Paulo, e nunca havia visto nem sentido o
cheiro do mar. O menino magrinho entrou no clube com os olhos
arregalados. O andar desajeitado denunciava a falta de
intimidade com os sapatos e as calças compridas; tudo o que ele
queria era entrar em campo e mostrar o que sabia. Mas chovia
muito, e o treino só foi realizado no dia seguinte. Dico correu
muito, jogou muito, mas ninguém prestou atenção nele, até o
momento em que driblou Formiga (jogador da Seleção Brasileira) e
marcou um belo gol.
Um mês depois, no dia 7 de setembro de 1956, Dico, ou melhor,
"Gasolina" (apelido dado pelos companheiros), entrou em campo no
jogo-treino contra o Corinthians de Santo André, e marcou seu
primeiro gol pelo time profissional, passando a bola por entre
as pernas do goleiro Zaluar - que é lembrado até hoje por ter
sofrido este gol.
O tempo foi passando. Aquele menino foi ganhando musculos, o
olhar já não estava tão arregalado... Dico foi convocado para
defender a Seleção Brasileira na Copa do Mundo de 1958. Aos 17
anos, já era bastante conhecido. Não por Dico, mas por seu novo
apelido - Pelé.
Só estreiou na Copa contra a Inglaterra, mas não marcou nenhum
gol. O primeiro foi contra o País de Gales: Pelé deu um lençol
no beque dentro da área e, sem deixar a bola tocar no chão,
fulminou o goleiro. Brasil 1 x 0. Daí, disparou e fez mais cinco
gols nos jogos seguintes. Os jornais do mundo inteiro publicaram
seu nome na primeira página. Tinha-se tornado o "Rei do
Futebol".
O "Pérola Negra" foi artilheiro em 11 campeonatos paulistas,
marcando 58 gols no campeonato paulista de 1958. É o único
jogador do mundo a ser tricampeão mundial de futebol (com a
Seleção Brasileira) e bicampeão mundial interclubes (com o
Santos F.C.).
Marcou seu gol de número 1.000 em 1969, no maracanã, contra o
Vasco da Gama, e mais um goleiro, Andrada, entrou para a
história.
"Pelé fazia o gol com raiva, e explodia no momento em que socava
o ar, em comemoração ao gol feito. Tinha o "olhar de fera
acuada", que fazia com que seus adversários o temessem, pois não
sabiam qual seria seu próximo movimento. Chutava com a perna
direita, com a esquerda, matava a bola como ninguém (no peito,
de coxa, de bico de chuteira...) e cabeceava de olhos abertos,
direcionando perfeitamente um dos seus golpes mortais. Se não
dava para tabelar com um companheiro, tabelava nas canelas dos
adversários, e passava com inteligência e velocidade por todos,
inclusive os goleiros, que pouco podiam fazer. Se a bola estava
fora do alcance para a cabeçada, ele dava um sempulo ou uma
bicicleta. Descrever o que foi Pelé é humanamente impossível.
Foi a perfeição. Ele desequilibrou o mundo."
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(no site:
www.radioeducativa.com.br/pele.htm )
|
Fundação
Odilon
Rezende Andrade
Pref. Odilon Rezende Andrade
e Pelé na despedida do rei
do Cosmos (New York) em
Outubro de 1977.
Radio
Educativa - FM 105,9
Três
Corações - MG
Rua
Presidente Dutra,3
2º Andar
sala 207
Tel.
(35) 3231-2001
Email: >>>
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Rei Pelé
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O que dizem
...
>>> |
O Atleta do
Século,
permanece uma
unanimidade
quando o tema é
talento do
esporte
LUIZ CARLOS
RAMOS ( Jornal O
Estadão - SP )
Pelé,
cidadão do
mundo, jogou em
mais de cem
países e é
admirado em
todos os
continentes, mas
Édson Arantes do
Nascimento tem
sua vida marcada
principalmente
por quatro
cidades em que
morou: Três
Corações, Bauru,
Santos e Nova
York. Édson
nasceu em Três
Corações, em
Minas, em 23 de
outubro de 1940;
o menino Dico
descobriu o
futebol em
Bauru; Pelé
iniciou, em
Santos, uma
carreira de 18
anos seguidos
num mesmo clube,
despedindo-se em
1974, na Vila
Belmiro; o
eterno campeão
voltou a jogar
em 1975, pelo
New York Cosmos,
e parou
definitivamente
em 1977. Muitas
outras cidades,
porém,
desfilaram pela
carreira do
jogador Pelé e
estão na
história do
Atleta do
Século.
O Rio de
Janeiro, por
exemplo, está
ligado ao
sucesso. Foi no
Maracanã que
Pelé estreou na
seleção
brasileira, aos
16 anos, em 7 de
julho de 1957,
fazendo um gol
contra a
Argentina. Era
só o começo de
uma seqüência
que tornaria
lendário o
craque da camisa
10, incluindo a
conquista dos
títulos mundiais
de 1958, 1962 e
1970. No Rio,
Pelé marcou, em
5 de março de
1961, o "gol de
placa", uma
jogada
maravilhosa pelo
Santos contra o
Fluminense, que
levou o jornal
paulista O
Esporte a
colocar uma
placa no estádio
para imortalizar
aquele gol. Em
1962, também no
Maracanã, o
Santos de Pelé
bateu o Benfica
por 3 a 2 e
garantiu o
primeiro título
mundial de
clubes alguns
dias depois, com
5 a 2 sobre o
time português,
em Lisboa. O
milésimo gol, em
Santos x Vasco,
em 1969, e uma
das despedidas
da seleção (a
outra foi no
Morumbi), em
1971, foram
outros destaques
entre os fatos
de Pelé no Rio.
Em
São Paulo, Pelé
comandou
vitórias
inesquecíveis do
Santos, no
Pacaembu e no
Morumbi. A
estréia do
garoto Pelé no
Santos foi num
amistoso em
Santo André, no
ABC, na região
metropolitana de
São Paulo,
contra o pequeno
Corinthians
local, em 1956.
A partir de
1957, o atacante
passou a
aterrorizar os
grandes clubes
paulistanos. As
vitórias e os
títulos se
acumulavam.
Houve algumas
exceções, como o
título de
supercampeão
paulista
conquistado pelo
Palmeiras em
três jogos
contra o Santos,
no Pacaembu, em
1959, a goleada
imposta pelo São
Paulo ao time
santista por 4 a
1, em 1963, e a
quebra do tabu
pelo
Corinthians, 2 a
0, em 1968. Na
maioria dos
outros
confrontos, Pelé
desequilibrava
as disputas.
Naquele Santos 6
x 3 São Paulo,
de 3 de setembro
de 1961, um dos
maiores jogos da
história do
Morumbi, Pelé
fez dois gols,
participou das
jogadas de
outros três e
acabou
desmoralizando
dois zagueiros:
o clássico
Procópio e o
rude Vítor.
Tempo do
videoteipe - As
imagens da
exibição de Pelé
no clássico
Santos x São
Paulo de 38 anos
atrás
desapareceram
num dos
incêndios da TV
Record, em que
foi consumida
boa parte do
arquivo de
videoteipes da
emissora.
Imagens e perdas
levam a uma
reflexão: Pelé
começou a jogar
na década em que
a televisão
chegou ao
Brasil, marcou
gols lindos no
Mundial de 58,
ainda sem
videoteipe -
filmes de
qualidade
técnica limitada
atestam essa
genialidade - e,
menos mal, deu
show universal
na primeira Copa
mostrada pela TV
para o mundo
todo, a de 1970,
na Cidade do
México. A
capacidade de
Pelé, no
entanto, seria
ainda mais
reconhecida e
financeiramente
mais
recompensada se
Édson Arantes do
Nascimento fosse
jovem hoje em
dia e estivesse
mostrando aquele
mesmo futebol.
Nos tempos da
tecnologia, do
marketing e de
frustrações
provocadas por
atacantes
apressadamente
chamados de
novos Pelés, o
contraste seria
inevitável.
Atleta do Século
é só um: Pelé.
Esse título foi
atribuído ao
brasileiro pelo
jornal francês
L'Equipe, em
Paris, em 1980,
após ouvir
jornalistas de
20 países em
pesquisa na qual
Pelé derrotou,
entre outros,
Jesse Owens,
Muhammad Ali,
Rod Laver, Juan
Manuel Fangio,
Emil Zatopek,
Abebe Bikila,
Paavo Nurmi e
Mark Spitz.
Alguns anos
antes, num
desfile por
Paris, Pelé era
aclamado Rei do
Futebol.
Os
franceses
aprenderam a
reconhecer, logo
cedo, esse
talento. Começou
nas semifinais
do Mundial de
1958, em
Estocolmo, em
que Pelé,
Garrincha, Didi
e Vavá acabaram
com o sonho da
França de ganhar
o título pela
primeira vez. O
Brasil venceu
por 5 a 2. Na
final, 5 a 2
sobre a Suécia:
Pelé chorou nos
ombros de
Gilmar.
Frustrações -
Santiago do
Chile, em 1962,
revelou um Pelé
ansioso: ele
jogara na
estréia do
Brasil no
Mundial, tendo
feito um gol na
vitória sobre o
México por 2 a
0, em Viña del
Mar, mas sofreu
uma distensão
muscular no jogo
seguinte, contra
a Checoslováquia,
e ficou fora.
Esperava voltar
na final contra
os mesmos checos
e conformou-se
em ver, ao lado
do campo, a
festa
brasileira. A
frustração de 66
seria muito
pior. O Brasil
esteve mal na
Copa da
Inglaterra e
Pelé nada pôde
fazer para
evitar a
eliminação na
primeira fase,
contra Portugal.
Em Três
Corações, há 59
anos, nasceu
Édson, primeiro
filho de
Dondinho, um
jogador de
futebol de
talento e sem
sorte, e de
Celeste. O
menino tinha 2
anos quando sua
família mudou-se
para Lorena
(SP), no Vale do
Paraíba, onde
Dondinho
defenderia o
Hepacaré, e,
mais tarde, para
São Lourenço
(MG), também por
pouco tempo. Em
Três Corações,
existe a Rua
Édson Arantes do
Nascimento,
perto de uma
estátua de Pelé.
Bauru (SP) foi a
terra da
infância de
Pelé, o menino
Dico, de uma
família de
classe média
baixa. A bola
era a grande
paixão.
Descoberto pelo
ex-jogador
Valdemar de
Brito, o menino
viajou para o
litoral em 1956
e integrou-se ao
Santos, morando
numa pensão. Com
17 gols, Pelé
tornou-se
artilheiro do
Campeonato
Paulista de
1957. Foi
goleador em nove
campeonatos
seguidos, até
1965, e voltou a
ser artilheiro
em 1969 e 1973.
No campeonato de
1958, marcou 58
gols.
Grande
parte do
prestígio de
Pelé, nos anos
60, foi
conquistada em
longas excursões
do Santos pela
América Latina,
Europa, Ásia e
África. Os
africanos
reconhecem que
Pelé foi um
grande professor
nas idas do
Santos a Abidjã,
Brazzaville e
Lagos. A
presença do Rei
e seu time
empolgou muitas
outras cidades,
como Hamburgo,
Amsterdã, Roma,
La Coruña, Lima
e Bogotá.
Contratado pelo
Cosmos em 1975,
quase um ano
depois de se ter
despedido do
Santos, Pelé
contribuiu para
o futebol ser
mais popular nos
Estados Unidos.
No Giants
Stadium, em East
Rutherford, na
região
metropolitana de
Nova York, houve
o adeus
definitivo, em
1977: Pelé atuou
num tempo pelo
Santos, noutro
pelo Cosmos, deu
a volta a
olímpica, foi
carregado pelos
companheiros e
repetiu, em
inglês, a
palavra mágica -
"amor".
Começou, então,
a fase de
cidadão,
empresário,
grife e ministro
de Édson Arantes
do Nascimento,
de aprovação não
tão unânime. Mas
o título de
Atleta do
Século, ninguém
lhe tira. E sua
condição de
melhor jogador
de futebol de
todos os tempos
só será ameaçada
se, no próximo
milênio, alguém,
de algum lugar,
ganhar três
Copas do Mundo,
dois Mundiais de
Clubes, dez
títulos
regionais,
marcar mais de
mil gols e fizer
jogadas
fantásticas,
daquelas que dão
orgulho a quem
um dia viu Pelé
em campo.
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