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e: "Rogerio Jefferson"
Para: theresa.catharina@terra.com.br
Data: Thu, 30 Jun 2005 04:24:52 -0300
Assunto: Recall depois das mortes

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Montadora condenada a pagar por acidente

 

PRO TESTE alerta para risco de acidente de consumo por vidro elétrico
A PRO TESTE – Associação Brasileira de Defesa do Consumidor alerta que o recall que está sendo feito pela Renault para verificação e correção do controle remoto de fechamento automático de vidros pode ser decorrente de um acidente de consumo ocorrido há um mês em Chapecó, Santa Catarina, quando uma criança de 2 anos e 11 meses morreu asfixiada pelo vidro elétrico de um automóvel fabricado pela empresa.
 

-----Mensagem Original-----
Enviada em: terça-feira, 14 de junho de 2005 16:15
Assunto: [Trânsito Sóbrio] Renault faz recall depois que menino morreu

 Retransmito para conhecimento de todos a informação divulgada pelo SOS
 Estradas.
 
 Lembro, mais uma vez, a importância desse fabuloso instrumento de
 cidadania e defesa dos direitos do cidadão denominado RECALL e a imperiosa
 necessidade de que o SNT através do órgão máximo executivo de trânsito
 assuma, de alguma forma, o controle dos chamados da indústria
 automobilística e avalie adequadamente os seus efeitos práticos em termos
 de correção das não conformidades identificadas nos recalls.
 
 Fernando Pedrosa
 __________________________________________________________________________
 
 Renault faz recall depois que menino morreu estrangulado na janela de
 carro
 
 Um acidente ocorrido no dia 11 de maio em Chapecó, Santa Catarina, quando
 um menino de dois anos morreu com o pescoço prensado pelo vidro elétrico
 de um modelo Renault, pode ser a razão da convocação anunciada pela
 montadora ontem.
 
 A Renault divulgou comunicado de recall, nos principais jornais,
 convocando todos os proprietários de modelos Renault que instalaram como
 acessório o "Sistema de Fechamento Automático de Vidro Ativado por meio de
 Controle Remoto", vendido como acessório nas concessionárias da marca
 desde 1999.  São 22.130 veículos, de diferentes modelos.
 
 O pai do menino foi buscar uma pessoa no aeroporto em Chapecó e deixou o
 garoto no veículo sozinho por poucos minutos. O sistema de travamento de
 portas e fechamento das janelas pode ser acionado por controle remoto ou
 de dentro do veículo. Quando o pai voltou, encontrou o menino sendo
 retirado por populares que viram o garoto com o pescoço preso sendo
 asfixiado pelo vidro. Apesar de terem quebrado o vidro e retirado a
 criança ainda com vida, ela não resistiu e faleceu.
 
 A perícia ainda não concluiu o laudo, mas segundo o perito Nelson Piva, do
 Instituto Geral de Perícias de Chapecó informou, não tinha dispositivo
 antiesmagamento no sistema vendido pela Renault, que segundo informou a
 montadora é fabricado pela Positron. Fato confirmado em matéria publicada
 pela revista Quatro Rodas, que tratou exatamente dos perigos do sistema de
 fechamento de vidros elétricos na edição de maio deste ano. Na matéria a
 revista informou que a Renault não oferece sistema antiesmagamento sequer
 como opcional. Na Europa, sede da Renault, o sistema antiesmagamento é
 obrigatório.
 
 A Positron informou que o acessório foi fornecido seguindo as
 especificações da Renault.
 
 Na ocasião do acidente, a assessoria de imprensa da Renault informou que
 iria aguardar o laudo pericial para se pronunciar. Embora a assessoria
 ainda afirme que a empresa não possui informações oficiais sobre o
 acidente, passados 30 dias do mesmo, o Estradas.com.br apurou que o
 veículo pertencia a concessionária Renault de Chapecó, a Rüdiger, e o pai
 do menino é funcionário da concessionária.
 
 Técnicos da Renault estiveram no local examinando o veículo. O Diretor da
 Rüdiger, Márcio Rüdiger, disse que o menino era muito querido por todos e
 que brincava sempre num parquinho que existe dentro da concessionária. "O
 pessoal estava lendo a matéria que saiu na Quatro Rodas sobre os vidros
 elétricos duas horas antes do acidente".
 
 A mãe do menino estava grávida de oito meses e deve ter bebê por esses
 dias. O caso causou grande comoção em Chapecó e Santa Catarina.
 
 O Delegado João Roberto de Castro, Titular da Delegacia de Chapecó,
 encarregado do inquérito, ficou impressionado com a força do sistema do
 vidro elétrico e as conseqüências na criança. Indignado afirmou que
 enviará informações a todas as montadoras do país para que tomem
 providências. No seu entender é responsabilidade informar o risco de lesão
 e morte. "Eu mesmo já deixei meus filhos dentro do carro num
 estacionamento e desconhecia o perigo".
 
 A Renault, no seu comunicado, informou: "Em determinadas condições, o
 acionamento do comando remoto, sem o necessário cuidado, no momento em que
 passageiros estejam ocupando a área de fechamento dos vidros, poderia
 provocar lesões ou, em casos extremos, acidentes graves". Mas não informa
 que há risco de morte, como ocorreu com o pequeno Álvaro.
 
 No restante do comunicado oficial a Renault informa que os proprietários
 dos veículos com acessório mencionado estiver classificado com a seguinte
 numeração: 7702270186 ou 7702270187 ou 7702270188 ou 7702270206 deve
 agendar numa concessionária para, "sem qualquer ônus, seja feita uma
 verificação e tomadas as necessárias ações corretivas".
 
 Já a assessoria de imprensa da Renault informou que o acessório será
 retirado dos veículos e os proprietários reembolsados. É a primeira vez
 que isso ocorre no Brasil, desde que foi instituído o recall pelo Código
 de Defesa do Consumidor, em 1991. O que comprova de que não há solução a
 não ser retirar o equipamento para garantir a segurança dos proprietários
 e seus familiares.
 
 Em 30 de dezembro do ano passado, outro caso semelhante, ocorrido em
 Santos com um menino de 3 anos, acabou provocando a morte do garoto, num
 carro modelo Toyota Corolla . O menino também foi sufocado pelo vidro
 elétrico em condições muito estranhas.
 
 Na avaliação de Rodolfo Alberto Rizzotto, autor do livro "Recall: 4
 Milhões de Carros com Defeito de Fábrica", é mais um caso que demonstra a
 necessidade de o Brasil ter um órgão para investigar veículos com defeitos
 graves de fabricação e não deixar a iniciativa a critério das fábricas.
 "Todos os veículos que possuem sistema do gênero e não oferecem condições
 de segurança nos padrões dos países de origem das montadoras, deveriam ser
 retirados dos veículos ou trocados por outro seguro. Vivemos num mundo
 globalizado, portanto é importante que as montadoras tratem o consumidor
 brasileiro com o mesmo respeito que tem pela vida do europeu, japonês ou
 americano", afirma Rizzotto.
 
 As matérias do SOS Estradas podem ser reproduzidas. Caso haja necessidade
 de telefone de contato das fontes mencionadas ligue (21) 2285-7403 /
 3235-5608 ou Plantão (21) 9873-5728
 
 SOS estradas - Trabalhando para a redução dos acidentes.
 
 
 Rodolfo Alberto Rizzotto
 Editor do www.estradas.com.br
 Coordenador do SOS Estradas
 (21) 2285 7403

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