Celebrando o dia 20 de julho - Dia Internacional do Amigo.
Um beijo,
Tereza
Isso de Amizade
Arthur da Távola
Ah,
esse fenômeno instigante, o das amizades que se mantêm
independentes da convivência.
Será amizade? Será saudade comum dos anos vividos em
amizade? Será saudade dos anos felizes ou uma afinidade
que se espraia no tempo? Não sei responder. Sei que com
algumas pessoas (poucas), há uma insistência teimosa em
desejar ver, trocar idéias e experiências, creio, pela
certeza da reciprocidade e do "ser aceito".
Sim, talvez seja a certeza de ser aceito, uma das
maiores necessidades humanas neste mundo de
incompreensões. Talvez seja a necessidade da existência
de certeza prévia de acolhimento ao que somos, como
somos e ao que pensamos, o fermento da amizade.
O mistério da amizade talvez resida no alívio que traz a
existência de alguém que nos acolha. Digo acolha e, não,
recolha - aí já seria dependência de um lado e
paternalismo do outro.
Acolher significa receber de bom grado, previamente, sem
julgamentos ou resistências. É molesto o fato de que os
seres humanos vivam a julgar e que suas opiniões prévias
interponham barreiras na comunicação, dificultando-a.
O mistério da afinidade consiste na inexistência das
resistências ao outro, mesmo quando haja discordância.
Isso não deriva apenas de afeto. Quantas vezes há afeto
entre as pessoas sem, porém, a aceitação natural,
espontânea e prévia?
Verifique nas amizades tidas e vividas ao logo da vida,
o que delas restou. Haverá muita vivência, boa e má.
Raramente, porém, restará a amizade...
Com os anos, vão se tornando escassas as amizades que
atravessaram o terreno íntimo que lhes é próprio sem
arranhões e sem mágoas, restando, como fruto, após
ingentes experiências humanas e existenciais, apenas (e
já é tanto...) a amizade.
Amizade é o que resta da amizade. Se o que resta de uma
amizade é amizade, então amizade é. Da verdadeira!
"Isso de amizade..."
(Artur da Távola)
Tereza Lúcia Halliday,
Ph.D
Criação,
Análise e Assessoria de Textos
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"Palavra quando acesa, não queima em vão".
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