Banco do Brasil realiza
Retrospectiva Kieslowski
O Centro Cultural Banco do
Brasil em São Paulo realiza, de 23/8 a 4/9 de 2005, a
Retrospectiva Kieslowski,
com 20 filmes deste que é um dos mais brilhantes
diretores da história do cinema.
Inéditos e raros —
Trata-se da primeira vez em que
todos os filmes feitos para cinema pelo polonês
Krzysztof Kieslowski são apresentados em conjunto no
Brasil. Ao lado de produções da máxima grandeza e já
consagradas, figuram obras nunca exibidas em salas
comerciais — a exemplo da vibrante série
Decálogo — e outras inéditas
até mesmo no circuito alternativo — como os
longas-metragens
O Acaso e
Sem Fim,
produzidos ainda na Polônia nos anos 80.
Entre as produções aplaudidas
por crítica e público estão
A
Dupla Vida de Veronique,
A Liberdade É Azul,
A Igualdade É
Branca e
A Fraternidade É
Vermelha. O curador da
Retrospectiva, Jorge Roldan, incluiu ainda títulos pouco
exibidos e, portanto, desconhecidos das grandes
platéias: A
Cicatriz,
O Amador,
Não Matarás
e Não Amarás.
Todos os 20 filmes serão exibidos com legendas em
português, sendo 18 deles em película 35 milímetros.
Vida breve —
Krzysztof Kieslowski nasceu em
Varsóvia, em plena Segunda Guerra, e morreu cedo, aos
54, do coração. Sua filmografia interrompida no apogeu
contabiliza 49 filmes de curta, média e longa-metragem,
feitos tanto para a TV como para o cinema. Todos os dez
médias e os dez longas estão na retrospectiva.
Além dessa produção, Kieslowski
deixou textos inéditos e milhões de órfãos. A tarja
negra pesou na manga dos fãs, sobretudo porque o mundo
acabava de descobri-lo graças à famosa trilogia das
cores vivas (A Liberdade É Azul, A Igualdade É
Branca, A Fraternidade É Vermelha), de 1993. Pouco
antes, circulara timidamente nos cinemas A Dupla Vida
de Veronique e a série Decálogo, esta última
brilhante e consumida apenas por caçadores de mostras.
Uma análise —
Kieslowski foi um dos mais
importantes autores do cinema mundial. Suas obras
sensibilizam as platéias, que prestigiam em grande
número as exibições. Mas não parece ser por mera
identificação com este ou aquele personagem. Ocorre que
talvez seja difícil não se envolver com retratos tão
precisos da vida comum, com as freqüentes situações de
delicadeza, graça, tragédia, altruísmo e, sobretudo, da
vontade de que a vida simplesmente dê certo, funcione,
de que alguma felicidade aconteça — ainda que seus
filmes passem longe tanto dos finais felizes
convencionais como do pessimismo.
As fitas de Kieslowski
invariavelmente adicionam emblemas à simplicidade, à
beleza espontânea, à carência banal, à emoção morna, ao
rotineiro pular da cama às seis em um dois-cômodos,
engolir o parco desjejum, esquivar-se do locador e
correr para o metrô lotado. Em razão desse modo próprio
de contar histórias, é provável que muitos saiam da sala
escura amando o que viram — ainda que não consigam
explicá-lo.
Cristão? —
Talvez o maior enigma a ser
decifrado na obra de Kieslowski não esteja na mitologia
ou no cristianismo, embora essa segunda influência seja
freqüentemente creditada ao cineasta. Faz mais sentido
aceitar que o polonês — cujos compatriotas se afirmam
católicos romanos em 96% — seja proprietário de uma
crença peculiar em relação a mistérios como existência,
natureza, afeto, morte, pulsação, espiritualidade. Ao
que tudo indica, é insuficiente rotulá-lo de adepto
desta ou daquela religião, ou mesmo do ateísmo, do
agnosticismo, e por aí vai.
(...)
Retrospectiva Kieslowski
(...)
A Fraternidade É
Vermelha
(Trois Couleurs: Rouge)
- País: França,
Polônia, Suíça
- Ano: 1993
- Duração: 100
minutos
- Projeção: VHS
- Legendas: em
português
- Direção: Krzysztof
Kieslowski
- Produção: Marin
Karmitz
- Roteiro: Krzysztof
Piesiewicz e Krzysztof Kieslowski
- Fotografia: Piotr
Sobicinski
- Montagem: Jacques
Witta
- Música: Zbigniew
Preisner
- Elenco: Irène Jacob
(Valentine), Jean-Louis Trintignant (juiz),
Fréderique Féder (Karin), Jean-Pierre Lorit
(Auguste), Juliette Binoche, Benoît Régent,
Julie Delpy, Zbigniew Zamachowski.
Retrospectiva
Kieslowski
CCBB São Paulo de 23/8 a 4/9 de 2005
Centro
Cultural Banco do Brasil em São Paulo
Rua Álvares Penteado, 112 —
Centro — São Paulo — SP — Tel: (11) 3113-3651
www.cultura-e.com.br
— Entrada: R$ 4,00 (inteira) e R$ 2,00 (meia)
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