EXAME DE TODOS OS ELEMENTOS DO TRATAMENTO DE HIV/AIDS
De: PR Newswire Brasil
Para: THERESA CATHARINA DE GÓES CAMPOS
Assunto: O Hudson Institute pede ao secretário Leavitt
para reivindicar exame da Organização Pan-americana de
Saúde sobre todos os elementos do tratamento de HIV/AIDS
01 de agosto de 2005 16:03 HORALOCAL
O Hudson Institute pede ao secretário Leavitt para
reivindicar
exame da Organização Pan-americana de Saúde sobre todos
os elementos
do tratamento de HIV/AIDS
Descobre que muitos elementos atrapalham o acesso ao
tratamento
WASHINGTON, 1 de agosto /PRNewswire/ -- O Hudson
Institute anunciou
hoje o envio de uma carta ao Secretário de Saúde e
Serviços Humanos
dos EUA, Michael Leavitt, reivindicando que ele peça à
Organização
Pan-americana de Saúde (OPAS) para examinar todos os
aspectos do
acesso ao tratamento de HIV/AIDS, e não apenas as
questões de fixação
de preços. Análises anteriores das questões de acesso
centraram-se
quase exclusivamente nos preços enquanto outras
questões, inclusive a
infra-estrutura nacional de saúde, segurança e
resistência às drogas
provocam um impacto significativo no acesso ao
tratamento.
Carol C. Adelman, doutora em saúde pública e diretora do
Centro de
Ciência em Política Pública; Jean Weicher, pesquisador
associado, e
Jeremiah Norris, 'Fellow' sênior, todos do Hudson
Institute, enviaram
a carta a seguir, datada de 28 de julho, ao
Excelentíssimo Sr.
Michael Leavitt, Secretário de Saúde e Serviços Humanos:
Gostaríamos de chamar sua atenção para uma Conferência
da OPAS a se
realizar em Buenos Aires, Argentina, em 4-5 de agosto de
2005. A
conferência é a segunda rodada das negociações conjuntas
entre os
ministros de saúde de diversos países da região,
inclusive a Bolívia,
Colômbia, Peru, Venezuela, Equador, Argentina, México,
Paraguai e
Uruguai, além de representantes do setor farmacêutico.
Sabemos que a
conferência se dedicará quase exclusivamente aos preços
de
medicamentos ARV e reagentes, sem abordar a segurança e
qualidade das
drogas, resistência às drogas e falhas na
infra-estrutura médica para
o tratamento de HIV/AIDS.
A reunião de Buenos Aires é a continuação da primeira
rodada de
negociações de julho de 2003 em Lima, no Peru. Em função
desta
reunião, sete fabricantes de medicamentos ARV genéricos
anunciaram
reduções muito grandes nos preços.
Entretanto, estes anúncios de grande significado não se
tornaram
realidade. Primeiro, uma publicação regional, IATEC
Update, informou
que a "OPAS emitiu um relatório de 150 páginas onde
reconheceu o
fracasso das negociações andinas devido à falta de
acompanhamento
pelos Ministérios de Saúde, bem como pelas empresas de
genéricos
propriamente ditas". A maioria das drogas nunca foi
sequer registrada
nos países sul-americanos. Em segundo lugar, o menor
preço do
Medecins Sans Frontieres (MSF) para a combinação de dose
tripla na
América do Sul é de US$ 426 por ano (excluindo custos de
transporte e
seguro), superior aos menores preços de ARV mencionados
pela OMS e
pela Fundação Clinton. Finalmente, 18 medicamentos ARV
que a OMS
pré-qualificou anteriormente para venda foram retirados
da lista de
pré-qualificação da OMS, ou foram retirados
voluntariamente ou então
rotulados como "indesejáveis" pelo Conselho de Controle
de
Medicamentos da África do Sul.
Por outro lado, os mesmos produtos em discussão na
reunião de Lima
estavam na lista original de pré-qualificação da OMS com
a seguinte
ressalva da OMS: "A inclusão na lista não significa
endosso nem
garantia de adequação de qualquer produto a algum
objetivo
específico, inclusive no tocante à sua segurança e/ou
eficácia no
tratamento de HIV/AIDS".
Achamos que a OPAS deve examinar todo o tipo de
barreiras no
tratamento da AIDS. Inúmeros outros fatores devem ser
debatidos, como
infra-estrutura médica deficiente, resistência às
drogas, tributos e
custos de transações no país. A ênfase exclusiva no
preço desvia a
atenção da complexidade do problema. Nestes últimos
anos, por
exemplo, empresas baseadas em pesquisa baixaram
sistematicamente os
preços no Brasil para níveis inferiores aos de suas
versões de drogas
copiadas ou dentro da mesma faixa de preços.
Em 2004 e 2005, o Hudson Institute efetuou dois estudos
comparativos
paralelos ('back-to-back') sobre o preço de drogas
copiadas em
relação aos produtos patenteados. Utilizando os dados de
preços
fornecidos pelo Medecins San Frontieres, o Hudson
comprovou que,
dentre os 18 medicamentos ARV comparáveis no mercado,
cinco drogas
patenteadas são mais baratas do que a cópia de menor
preço
disponível. Somente quatro drogas patenteadas são mais
caras do que as
cópias de preço mais elevado. Embora ambas as dosagens
de Nevirapine
sejam mais caras, na realidade a Boehringer Ingelheim
oferece esta
droga gratuitamente nos países em desenvolvimento para
prevenção da
transmissão de HIV entre a mãe e o bebê. As nove drogas
patenteadas
restantes enquadram-se dentro da mesma faixa de preços
das
respectivas versões de drogas copiadas. Desta forma,
dentre 18 drogas
comparáveis contra a AIDS, 14 drogas patenteadas eram
mais baratas ou
estavam dentro da mesma faixa de preços das drogas
copiadas.
Em toda a América do Sul, desde maio de 2000 estão em
vigor preços
diferenciados para os produtos ARV por intermédio da
Iniciativa de
Acesso Acelerado das Nações Unidas (IAA/ONU), cujo
funcionamento
decorre da colaboração entre sete empresas baseadas em
pesquisa. A
OMS e a OPAS são membros fundadores deste programa IAA/ONU.
Desde
março de 2005, este programa consiste no maior sistema
único de
distribuição no mundo, servindo mais de 427.000
pacientes de AIDS com
produtos de elevada qualidade, com segurança e eficácia
comprovadas.
Estes produtos também estão registrados para vendas na
América do
Sul.
Preocupações com produtos ARV de segurança e eficácia
não
comprovadas foram apresentadas em julho de 2005, durante
um seminário
nacional sobre AIDS em Bangkok, na Tailândia. Cientistas
de
universidades informaram que o nível percentual de
resistência à
droga correspondente a medicamentos ARV de fabricação
local aumentou
significativamente, com previsão de piorar. Um estudo de
300
pacientes em um dos hospitais de Bangkok encontrou um
aumento na
resistência contra o tratamento por ARV referente a uma
droga de
combinação tripla de dosagens de fabricação local.
Quarenta e nove
por cento dos pacientes ficaram resistentes ao
Lamivudine; 39,6 por
cento ao Stavudine; e 58 por cento ao Nevirapine.
Os pacientes resistentes tiveram de utilizar
medicamentos mais caros,
com o custo de US$ 239 por paciente por mês, em vez de
US$ 24 por mês
para a combinação fracassada de dosagem tripla. A
formulação desta
mesma droga de combinação tripla de dosagens é fabricada
na Índia e
foi aprovada para venda na América do Sul na Conferência
de Lima.
Ainda consta da lista de pré-qualificação da OMS.
O Hudson Institute calculou que a fase de atendimento
médico do
tratamento custa 3 a 4 vezes o valor do preço do
produto. Para a
Tailândia, isto significa que o preço de US$ 239 por
pessoa por mês
acarretará um preço anual de US$ 2.868. Portanto, com a
inclusão de
custos de atendimento médico equivalentes a 3 vezes o
preço do
produto, o custo total anual do tratamento de AIDS
passará a ser de
US$ 8.604 por pessoa.
Nossa principal preocupação é que uma conferência sobre
preços desvie
a atenção dos problemas reais que a OPAS deveria
abordar. Por
exemplo, não há nenhuma instituição internacional
reconhecida que
possa empreender uma atividade de supervisão mediante
rastreamento
para proporcionar aos doadores e países sinais de alerta
antecipados
ao surgimento de resistência contra a droga entre os
pacientes de
AIDS. A OPAS poderia usar seus recursos para rastrear
estes
resultados, além de ajudar os países a determinar a
segurança e
eficácia das drogas.
Consideramos que devemos cobrar da OPAS os padrões
científicos mais
elevados e a objetividade no tratamento de doenças.
Deve-se colocar o
paciente em primeiro lugar, abordando a segurança e
eficácia das
drogas de modo adequado. Pontos de vista e
posicionamentos
individuais de membros sênior da equipe devem ser
mantidos separados
da política pública da OPAS. Por exemplo, um dos membros
sênior da sua
equipe, o Dr. Jorge Bermudez, é ex-diretor da
FarManguinhos, o
laboratório de pesquisas do Brasil que desenvolveu os
processos de
síntese química para cópia de produtos de drogas
patenteadas. Como
ex-diretor do Instituto Vital Brasil, que fabrica drogas
copiadas
pelo laboratório em uma instalação pública, ele é um
defensor atuante
do licenciamento compulsório sob a égide da OMS.
Reivindicamos que peça à OPAS para abordar toda a gama
de problemas
no tratamento de HIV/AIDS, conforme alinhamos em nossa
publicação de
maio de 2005, "O Custo Total do Tratamento de HIV/AIDS".
Ao adotar
uma postura franca sobre a necessidade de efetuar a
supervisão da
resistência contra a droga e de examinar todas as
barreiras ao
tratamento de AIDS, a OPAS pode prestar um serviço que
beneficiará
materialmente todo o esforço global contra a AIDS.
CC: William Steiger
Dr. Mirta Roses Periago
Dr. Jose Antonio Pages
Dr. Christian Darras
Dr. Juan Manuel Sotelo Figueiredo
Dr. Pier Paolo Balladelli
Sr. Diego Victoria
Dr. Jacobo Finkelman
Dr. Manuel Pena
Dr. Jose Fernando Dora
Dr. Renato d'Affonseca Gusmão
FONTE Hudson Institute
01/08/2005
CONTATO: Jennifer Butsch do Hudson Institute,
+1-202-974-2417
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FONTE: PR NEWSWIRE LATIN AMERICA
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